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Luiz Philippe de Orleans e Bragança

Cientista Político e Deputado Federal pelo Estado de São Paulo (PL)

AsAA24

Soberania energética é pilar da nossa independência
A capacidade de controlar suas próprias fontes de energia, garantindo segurança e estabilidade frente a choques externos, como crises globais de petróleo ou flutuações no preço do gás, é um dos sinais mais evidentes de que um país está no rumo certo para o desenvolvimento e a prosperidade.

Devido à abundância de recursos naturais renováveis, como a cana-de-açúcar, os resíduos agrícolas e as florestas, o Brasil tem potencial para suprir suas necessidades energéticas e se tornar um exportador global de energia renovável.
 
Bioenergia na diversificação da matriz energética: A bioenergia já é uma realidade no Brasil e compõe uma parcela importante da matriz energética. Com um mercado mais livre, a competição entre empresas pode acelerar a adoção de novas tecnologias e métodos de produção mais eficientes. Tal diversificação reduz a dependência de fontes não-renováveis, como petróleo e gás natural, tornando o Brasil menos vulnerável a crises internacionais, embargos energéticos ou mudanças geopolíticas.

É importante também estimular a concorrência entre empresas que produzem bioenergia e desenvolvem novas tecnologias, tanto na criação de incentivos para melhorar a eficiência, como na redução de custos. As inovações em bioenergia melhoram a sustentabilidade ambiental e aumentam a competitividade internacional do Brasil, posicionando-o como líder em tecnologia energética renovável.
 
Redução da dependência de importações de energia: O Brasil tem uma vantagem natural para produzir bioenergia em larga escala, o que reduz a necessidade de importar combustíveis, um ponto crítico para a soberania. Atualmente, muitos países dependem de importações de petróleo, o que os torna vulneráveis a choques externos. Com o fortalecimento de um mercado interno de bioenergia, o Brasil pode reduzir significativamente essa dependência e, ao mesmo tempo, criar um excedente energético que pode ser exportado, fortalecendo sua balança comercial.

Em um cenário mundial competitivo, o Brasil não apenas deve garantir sua segurança energética, mas também exportar bioenergia e tecnologia de produção para outros países. Essa capacidade aumenta a influência geopolítica do Brasil, dando ao país voz e poder de barganha em discussões globais sobre energia e meio ambiente, ao mesmo tempo que gera divisas para a economia nacional.

A descentralização promovida por um mercado de bioenergia permite que regiões com abundância de biomassa, a exemplo do Centro-Oeste e do Nordeste, desenvolvam suas próprias cadeias produtivas. Ao gerar empregos locais, promove-se também a inclusão econômica, bem como o crescimento de pequenas e médias empresas de bioenergia, criando uma rede descentralizada de produtores, aumentando a resiliência do sistema energético brasileiro, tornando-o menos dependente de monopólios ou de eventos climáticos que o afetem.

Bioenergia, vantagem competitiva no comércio global: O Brasil tem a oportunidade de se destacar nesse cenário altamente competitivo por meio da descarbonização do meio ambiente e da bioenergia. Na verdade, esse pode ser um diferencial competitivo nas exportações brasileiras, atraindo investimentos e firmando parcerias estratégicas além de obter mais credibilidade e respeito em fóruns internacionais.
 
Ao integrar os mercados de bioenergia e de carbono, o Brasil permite que suas empresas ganhem mais competitividade vendendo créditos de carbono. Os créditos gerados pelas emissões de CO2, por sua vez, criam uma nova fonte de receita e podem consolidar o Brasil como um líder na transição energética mundial.

Três pilares: bioenergia, livre mercado e soberania nacional: É evidente que a soberania brasileira no setor energético não se resume à autossuficiência em recursos. Ela envolve a capacidade de inovar, competir globalmente e ser resiliente a crises externas. Somado à capacidade de inovação e às riquezas naturais, o Brasil pode garantir energia limpa e renovável e, também, fortalecer a economia, aumentar a competitividade internacional e consolidar a independência energética, contribuindo diretamente para sua soberania.