O Fórum Internacional sobre o Futuro do Álcool foi um projeto desenvolvido e implantado, em 1997, pelo CEISE, Centro das Indústrias de Sertãozinho e pelo CIESP local, em meio a maior crise que o setor sucroalcooleiro já viveu. A palavra catastrófico é um termo muito adequado para descrever o cenário daquela época.

Com o açúcar cotado a 4 cents por Libra Peso e o álcool vendido na Usina por R$ 0,15/litro - exatamente a metade do seu preço de custo de produção, o caos se estabeleceu. Atingido pela mesma tempestade, o Fornecedor de Cana-de-Açúcar teve que aceitar o valor de R$ 7,50 por tonelada, pagos pelas Usinas, suficiente apenas para custear o corte, carregamento e transporte da cana.

Não se falava em lucro. Depois a Usina voltaria a conversar com o Fornecedor sobre o restante. Se ainda houvesse restante... Se ainda houvesse Usina... Quem, em sã consciência, poderia imaginar esta reviravolta? Quem poderia prever que, após 10 anos, o álcool atingiria o patamar seguro, tranqüilo e próspero no qual está alicerçado a sua nova realidade mundial?

Hoje só se fala da maravilhosa expansão que o setor sucroalcooleiro está vivendo, de suas vantagens, de seus benefícios sociais e ambientais, de sua potencialidade econômica nacional e internacional. Nossas usinas estão recebendo presidentes, príncipes, ministros, governadores, senadores, deputados, empresários e investidores de todas as partes do mundo.

Não falta quem queira participar da festa. Estão presentes aqueles que sempre acreditaram no álcool, que dedicaram suas vidas pela consolidação de um projeto quando ele ainda não passava de um sonho. Também estão os guerreiros que vieram depois e lutaram muito para sua continuidade quando tudo parecia estar perdido. Além deles, há os que chegaram agora pouco.

Sejam todos muito bem-vindos. Temos mais lutas pela frente e, juntos, certamente seremos maiores do que qualquer um de nós. Nada, entretanto, se faz apenas com vontades. Nossa história conta isto. Junto com os planos das primeiras usinas, iniciou-se, em Sertãozinho, um movimento, entre os empresários da cidade, com o objetivo de juntar forças, de analisar o cenário que se formava, avaliar suas viabilidades, dividir atividades e aproveitar todas as oportunidades que pudessem ser detectadas.

Como era natural, com o tempo, este grupo se fortaleceu e formou uma entidade organizada, denominada CEISE, Centro das Indústrias de Sertãozinho. Pouco tempo depois, em função dos resultados alcançados, o número de empresas associadas foi ampliado, tornando-se o Centro das Indústrias de Sertãozinho e Região. Talvez, os empresários que formaram o CEISE não sejam conhecidos individualmente, mas suas ações certamente são. A maior delas, sem dúvida, é a Fenasucro, conhecida e reconhecida como a maior feira sobre açúcar e álcool do mundo.

O mesmo time que formou e consolidou o CEISE, que tornou a cidade de Sertãozinho o maior pólo industrial do setor de açúcar e álcool do mundo, que estruturou e firmou o Fórum Internacional sobre o Futuro do Álcool como um dos eventos mais importantes do setor sucroalcooleiro, que idealizou e consolidou a Fenasucro e Agrocana, como duas das mais importantes feiras industriais e agrícolas do mundo, quer agora transformar o CEISE no Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroalcooleiro e Energético.

A mudança de nome não é o principal. Os novos rumos do CEISE seguem o sucesso do álcool, preparando suas indústrias associadas para o novo tempo. Agora, como entidade de abrangência nacional, todos os elos da cadeia produtiva do setor sucroalcooleiro e energético renovável, com destaque para indústrias de equipamentos, passam a ser representados e apoiados. Se o Brasil, o álcool, a nossa região e as indústrias cresceram, o CEISE, uma das entidades de maior trabalho comprovado para o setor, tinha também que crescer.

A nova entidade terá como objetivo principal estimular o desenvolvimento da cadeia sucroalcooleira e energética, avaliar o desempenho do setor por meio da criação de indicadores de evolução, promover as competências setoriais do Brasil no exterior, fomentar oportunidades e avaliar e promover a normatização, regulamentação e funcionamento do setor. O princípio continua sendo o mesmo, desde a sua formação: unir esforços na busca de um interesse comum.

Entre os projetos prioritários do CEISE está o de liderar e incentivar a formação de um pólo sucroalcooleiro e sucroalcoolquímico na região e construir a Universidade da Cana, com a finalidade de formar um centro de desenvolvimento de pesquisas de novas tecnologias. Já era tempo de termos uma entidade com foco específico no setor industrial sucroalcooleiro em âmbito nacional e visão internacional.

O momento é propício em todos os sentidos. O lançamento da entidade aconteceu neste Fórum, no momento em que produtores e representantes do Governo, empresas e instituições comprometidas com o desenvolvimento de nossa nação, puderam sentar-se à mesma mesa e dialogar. Estas são as palavras mágicas para o momento que estamos vivendo: união e diálogo.