Gerente de Pulverização Automotriz da Jacto
OpAA70
Coautor: Daniel Petreli da Silva, Especialista em Tecnologia de Aplicação da Jacto
O manejo na agricultura deve integrar todas as áreas dentro do negócio para buscar o máximo dentro de cada uma. Atualmente, olhar o manejo somente do ponto de vista agronômico já não é o suficiente. Devemos entender o manejo global da operação, e, para isso, a inovação nas soluções dos equipamentos deve ser o foco das indústrias produtoras de máquinas. A visão da indústria deve ter como foco a visão do produtor agrícola, pois são as operações agrícolas que devem ditar o correto uso das tecnologias.
Peso dos equipamentos: O peso dos equipamentos, atualmente, é um dos principais problemas a serem resolvidos dentro do setor sucroenergético. São várias as operações realizadas que envolvem máquinas e, com isso, temos um grande efeito de compactação no solo que afeta a produtividade das lavouras. Máquinas maiores também consomem mais combustível e tendem a afetar mais o meio ambiente. Os projetos das máquinas devem contemplar o uso de diferentes tecnologias em materiais e diferentes soluções estruturais que permitam minimizar o efeito do peso no solo. As máquinas, hoje, utilizam uma seleção da materiais para cada parte do equipamento em função da sua localização.
O peso do equipamento também afeta na definição do tipo de pneu e na pressão de trabalho, pois quanto menor a pressão do pneu, menor será a compactação do solo. A pressão também tem um papel fundamental no conforto do equipamento. Dessa forma, o novo patamar de máquinas vai exigir máquinas cada vez mais leves e com menor gastos energéticos. Com isso, a tecnologia de novos materiais e soluções estruturais das máquinas são aspectos importantes na definição do equipamento de pulverização ideal à cultura.
Sistema de transmissão: O sistema de transmissão das máquinas é um dos fatores mais importantes que contribuem para o manejo integrado da operação. É através do sistema de transmissão que podemos definir o desenvolvimento da velocidade do equipamento. Para a operação de pulverização, a velocidade é um dos elementos chaves. Manter a velocidade o mais constante possível redunda na precisão na operação de pulverização.
As máquinas com controles inteligentes de transmissão constituem uma nova geração de soluções. Com esse tipo de sistema, pode-se obter um completo controle de tração do veículo, integrando vários componentes do sistema e otimizando o esforço de tração em função do solo no qual o equipamento está sendo utilizado. Pulverizadores que possuem o sistema de transmissão com controle inteligente de tração tendem a ser muito mais produtivos. Alguns estudos realizados em campo comparando máquinas com os dois sistemas mostram uma redução de até 33% no consumo de combustível nas máquinas com controle inteligente de transmissão, trazendo, com isso, ganhos operacionais para o equipamento, além de reduzir o impacto ambiental.
Sistemas de direção: Buscando ampliar a produtividade, os sistemas de plantio buscam otimizar a área plantada, obrigando as soluções das máquinas a serem mais eficientes do ponto de vista de direção e espaço ocupado na manobra.
Os principais benefícios do sistema de direção com tecnologia de giro nas quatro rodas em relação aos sistemas convencionais de giro em 2 rodas, acarretam manobras mais rápidas e precisas, com raio de giro 35% menor, até 2,5 vezes mais rápido no tempo necessário para a manobra da máquina. Para as culturas de cereais, por exemplo, a operação de manobra, reduz em até 40% o amassamento na cultura.
Estudos realizados comparando os dois sistemas mostram que, com o sistema de direção nas quatro rodas, é possível reduzir em até 19% o tempo de operação, ou seja, com o sistema de direção nas quatro rodas, é possível diminuir o tempo de motor ligado dentro da mesma área; com isso, cresce o rendimento operacional do equipamento e se reduz o consumo de combustível.
Circuito de pulverização: Um dos principais pontos para elevar o patamar do manejo na agricultura, quando falamos de pulverizadores, é o seu circuito de pulverização – peça fundamental para que a operação de pulverização tenha o resultado esperado. Várias são as soluções de circuito de pulverização oferecidas atualmente pelo mercado fabricante de máquinas, cada uma com as suas particularidades.
As máquinas mais atualizadas trazem uma série de diferenciais importantes para a operação de manejo na agricultura, onde se destacam algumas dessas soluções tecnológicas, como: central de operações do equipamento, sistema de abastecimento automático, sistema de incorporação de defensivos para líquido e pó, sistema mecânico de agitação da calda para sua correta homogeneização, controle eletrônico da pulverização, calibração automática da pulverização, circuito recirculante de pulverização, controle automático de seções ou controle bico a bico e limpeza automática do circuito. Esse complexo de soluções, juntas, podem maximizar a precisão da operação de pulverização.
Telemetria: As informações geradas nas operações são parte fundamental do seu sucesso. A maioria dos modelos de pulverizadores trabalha com gestão de informações que são geradas pela máquina e revertidas em informações de gestão, usadas pela maioria dos gestores do complexo de operações.
Atualmente, é possível acompanhar o trabalho da máquina on-line usando simplesmente um celular e até integrar diversas máquinas de diferentes fabricantes dentro da mesma operação.
Com o pulverizador, é possível gerar vários mapas, dentre os quais pode ser destacado a sobreposição, a velocidade de aplicação, a vazão de aplicação, o consumo de combustível, dentre outros. Estudos realizados com usuários desse tipo de equipamentos, demonstram ganho de até 50% de eficiência operacional com a boa estruturação do processo de gestão.
Bicos de pulverização: Os métodos utilizados para o manejo fitossanitário no controle de pragas e doenças baseiam-se no uso de produtos fitossanitários químicos ou biológicos através da pulverização.
As pulverizações, em sua grande maioria, são realizadas por pontas hidráulicas, onde um jato líquido é formado a partir da passagem da calda sob pressão pelo orifício das pontas ou bicos de pulverização. A configuração adequada do pulverizador deve considerar vários parâmetros relacionados ao alvo a ser atingido, às propriedades dos produtos e às condições ambientais no momento da aplicação. Deve ser possível realizar ajustes no volume de aplicação, tamanho de gotas, velocidade de trabalho e distância entre o bico do pulverizador e o local a ser depositado o produto.
Conhecer bem o alvo que se quer controlar pode ser crucial para obter êxito na operação de aplicação de defensivos agrícolas. O alvo pode estar presente em cultivos recém-implantados ou em cultivos que se encontram em estágios mais avançados.
Cada situação requer uma configuração específica do pulverizador para alcançar a máxima eficiência na operação de aplicação. Parâmetros como velocidade de trabalho, volume de aplicação e tempos destinados ao reabastecimento e ainda alocação do produto no alvo, considerando densidade de gotas, qualidade de distribuição e cobertura das superfícies, são aspectos fundamentais para o sucesso da operação de aplicação.
Havendo a necessidade de maiores coberturas, a escolha da melhor estratégia passa pela avaliação dos parâmetros ambientais que ocorrerão no momento da aplicação (temperatura, umidade relativa e intensidade do vento), parâmetros que, em alguns pulverizadores, já estão sendo considerados através de sensores instalados nas máquinas. Maiores coberturas podem ser obtidas tanto por incremento de volumes de aplicação como uso de gotas menores ou uso de adjuvantes com propriedades surfactantes.
O tamanho das gotas em pulverização, por diversos motivos, pode gerar resultados diferentes se não definido corretamente. Para muitos especialistas, é a partir do adequado tamanho das gotas que devem ser configurados todos os demais parâmetros da aplicação.
Através da integração das tecnologias embarcadas, do conhecimento das operações e da gestão dos dados da operação, será possível elevar o manejo agrícola no setor sucroenergético a um novo patamar no agronegócio.