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Bernardo Hees

ALL - América Latina Logística

Op-AA-03

Logística de transporte, armazenagem e movimentação de cargas

Com a concorrência nos negócios cada vez mais acirrada, decorrente do aprimoramento dos processos produtivos e da globalização da oferta, a distribuição e a logística consolidam-se como diferenciais competitivos. Por meio dessas atividades busca-se reduzir custos e aumentar a eficiência da cadeia logística. Dentro desse contexto, a logística intermodal (envolvendo ferrovias, rodovias e transporte marítimo), baseada numa maior participação do transporte ferroviário, deve ser compreendida não apenas como uma alternativa viável, mas como uma prioridade que deve ser adotada pelos clientes nacionais para alcançar maior competitividade e aumento de vendas.

A experiência acumulada pela ALL desde sua constituição em 1997, fruto da privatização da Malha Sul da Rede Ferroviária Federal, dá fundamento a essa convicção. A intermodalidade permite ajustar a operação logística às necessidades e às particularidades do cliente e o uso crescente do transporte ferroviário proporciona uma racionalização de custos que certamente terá impacto positivo no preço final dos produtos transportados.

A adequação desse modelo reflete-se no expressivo aumento da utilização da ferrovia no transporte de produtos. Segundo estimativas do setor, as concessionárias de ferrovias que administram as 12 malhas existentes no País deverão contabilizar um crescimento de 25%, até 2008. Apenas no primeiro semestre deste ano, o volume de cargas ferroviárias aumentou 16%.

A expansão pode ser quantificada por alguns dados correlatos altamente significativos. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária, em 1996 (ano que marca o início do processo de privatização do setor), foram fabricados no país seis vagões (isso mesmo, meia dúzia de vagões). Em 2004, esse número saltou para 3.116, computada a produção entre janeiro e setembro.

Também em 96, as concessionárias receberam no total 45 mil vagões, dos quais 38 mil estavam sucateados e sem condições de rodarem. Hoje, há aproximadamente 70 mil vagões em circulação. Manter esses índices de crescimento pressupõe a realização dos investimentos necessários que, pela própria natureza da atividade, são volumosos. Em nossa companhia, desenvolvemos um mecanismo para aquisição de ativos que permite aplicar os recursos necessários e, ao mesmo tempo, estreitar a relação de parceria com nossos clientes.

Por meio desse sistema, os investimentos são compartilhados com os clientes, que participam da compra de vagões e da implantação de terminais que serão utilizados exclusivamente em suas operações. Como contrapartida dessa aliança, a ALL concede um desconto nos valores cobrados pelo transporte da carga como remuneração pelo capital investido. Com isso, o cliente beneficia-se duplamente, pois além de obter essa redução já conta com um custo menor pelo fato de utilizar o meio ferroviário.

Cito esse exemplo para confirmar de maneira incontestável a confiança dos nossos parceiros no futuro do transporte ferroviário. Nessa linha, foi firmado recentemente um contrato com a Bunge Alimentos pelo prazo de 23 anos para transporte de granéis agrícolas. Ao longo desse período, a Bunge fará investimentos que permitirão acrescentar cerca de quatro mil vagões à nossa frota, em cinco anos, que serão disponibilizados exclusivamente para a Bunge.

Pelas nossas estimativas, o país tem condições reais de ampliar a representatividade da ferrovia, dos atuais 22%, para 50% nos próximos quinze anos. Para tanto, uma firme parceria entre governo e iniciativa privada deve se concentrar nos investimentos necessários para ampliação da capacidade dos corredores de transporte, na expansão e na modernização das ferrovias.

A partir dessa plataforma implantada, os diferentes setores produtivos nacionais – sejam agrícolas ou industriais – poderão se beneficiar de uma estrutura de logística e de transportes que lhes garantirá a eficiência e os custos apropriados para disputar os mercados de maneira mais competitiva. Transportes e logística não podem mais ser entendidos como um segmento isolado da economia. Eles formam o esteio que dará suporte aos demais setores produtivos e, conseqüentemente, impulsionarão o tão desejado crescimento econômico nacional.