Me chame no WhatsApp Agora!

Hugo Cagno Filho

Diretor Executivo da Usina Vertente e Presidente da UDOP

OpAA75

Um ano de superações: construindo a história
Ao iniciarmos 2023, percebemos o momento de grande instabilidade nos campos político e econômico e os inúmeros desafios que se apresentam neste momento por que passa nosso País e várias regiões do mundo. Continuamos em guerra na Europa e em um período de pós-pandemia ainda incerto, o que mexe com mercados em todo o mundo, trazendo ainda mais volatilidade a setores altamente dependentes neste mundo, cujas fronteiras físicas estão cada vez menores e cujos impactos de ações, mesmo que tomadas a milhares de quilômetros, chegam em questão de segundos a todos os cantos.

Nesse cenário cada vez mais desafiador para commodities e moedas nos cinco continentes do Planeta Terra, iniciaremos, nas próximas semanas, nossa 20ª safra de cana-de-açúcar na Usina Vertente, de Guaraci, São Paulo, numa parceria dos Grupos Humus e Tereos.

Os números de nossa safra 2022/23 na Vertente somaram muitos recordes, e outros desafios em que estamos trabalhando com nossas equipes, a fim de que possamos celebrar essas duas décadas de operação consolidando-nos como um dos principais players neste competitivo universo sucroenergético.

Finalizamos a última temporada com a moagem de 2,13 milhões de toneladas de cana-de-açúcar processadas e a produção de 3,6 milhões de sacas de açúcar; 70,37 milhões de litros de etanol, entre anidro e hidratado; além de 106 mil megawatts de bioeletricidade, produzidas através da queima do bagaço da cana, exportadas para a rede.

Nossa produtividade média saltou de 72 toneladas de cana-de-açúcar por hectare, na safra 2021/22, para 82 toneladas de cana na última temporada, ainda abaixo de nosso potencial agronômico e refletindo as intempéries climáticas dos últimos anos.

A fim de melhorarmos nossa performance, estamos investindo em diversas frentes, desde a capacitação profissional e formação de mão de obra para nossa unidade até investimentos vultosos em irrigação e melhorias contínuas dos tratos culturais em diferentes frentes.

Na área agronômica, finalizamos, em 2022, a instalação de um projeto piloto de irrigação por pivô central numa área de 80 hectares, com investimento na ordem de R$ 4 milhões, que devem incrementar, já nesta safra 2023, a produtividade média em pelo menos mais 10 toneladas de cana por hectare, atenuando o impacto dos períodos de seca.

O projeto é complementado, também, pela fertirrigação, que consiste na aplicação de água residuária junto à vinhaça nos canaviais, mitigando, assim, parte do déficit hídrico da Vertente.

Esse investimento na irrigação por pivô, necessário para a melhoria de nossos índices de produtividade, só foi possível graças à disponibilidade de água, uma vez que estamos localizados às margens do Rio Grande, com outorga de uso já aprovada. Investimos ainda mais R$ 2 milhões na aquisição de dois novos equipamentos para aplicação de vinhaça localizada, tendo em vista, sempre, a máxima de que o açúcar é produzido no campo, com melhorias sempre contínuas, que vão desde o preparo de solo, cuidados com os tratos culturais, colheita até o transporte da cana.
 
Esperamos que, para a safra 2023/24, já possamos colher os resultados desses investimentos vultosos e que estejamos preparados para mais em outras frentes, mantendo-nos aptos a melhorias constantes em nossos processos. Mas não é apenas no campo que estamos investindo. Na área industrial, nossas equipes também estão se desdobrando em melhorias de processos, automações e melhores performances.
 
Fomos uma das primeiras unidades no País a extrair o caldo da cana-de-açúcar em um sistema híbrido, onde o caldo primário é extraído num terno de moenda e, depois, um moderno sistema de difusor extrai o máximo da matéria-prima, tornando-nos referência nesse quesito.

Mas todos esses números só são possíveis graças a uma equipe engajada e em constante treinamento, outra frente de investimentos ininterrupta em nossa unidade. Nos últimos anos, percebemos uma deficiência cada vez maior em profissionais de nível médio para as funções de operadores, eletricistas, mecânicos, profissionais de campo, motoristas, dentre tantas outras profissões.

Pensando nessa falta de mão de obra, buscamos na UDOP – União Nacional da Bioenergia, entidade que tenho a honra de presidir desde o ano passado, e na Consultoria Datagro, com as quais, juntos, estamos desenhando um projeto inovador que abrirá uma nova linha de formação e capacitação profissional, atendendo a uma deficiência cada vez mais presente em inúmeras unidades.
 
O trabalho na formação profissional, por sinal, sempre foi uma característica presente em nossa gestão. Já nos primeiros anos, quando da construção da Vertente, busquei auxiliar as prefeituras da região, junto a programas de alfabetização e qualificação profissional, com parcerias sólidas e que trouxeram inúmeros resultados.

Por acreditar no potencial do ser humano é que estamos investindo, Usina Vertente, UDOP e Datagro, nesse novo formato de cursos de formação e capacitação, cujos resultados, seguramente, colheremos nos próximos anos. Todos esses esforços, no entanto, tendem a nos fortalecer, enquanto setor, para estarmos prontos a atender a busca cada vez maior por soluções sustentáveis para o ávido mercado de energia limpa, que terá, seguramente, o etanol como vanguardista na corrida por uma solução limpa e renovável na matriz de veículos leves, ainda mais agora, com os veículos híbridos flex, uma nova revolução para nosso segmento.
 
Ainda levando-se em consideração os aspectos voltados para o ESG, a Vertente sai, novamente, na frente, e com sua sócia, Tereos, têm feito um investimento na produção de biogás, que deverá substituir a utilização dos veículos pesados a diesel por uma solução menos poluente, que contribuirá, ainda mais, para nosso balanço energético no médio e longo prazo, para a obtenção de CBIos.

Por tudo isso, me sinto renovado para mais uma safra à frente da Vertente, do Grupo Humus e de nossa UDOP, referência hoje na capacitação profissional de nosso setor. Que possamos nos sentir energizados e revigorados para os novos desafios que se apresentam, na certeza de que, neste exato instante, está se erguendo o futuro.