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João Luís Bortolussi Rodrigues

Diretor Geral da JBR - Soluções Indústrias

OpAA81

O crescimento da indústria de etanol de milho
A indústria de etanol de milho no Brasil apresenta um crescimento significativo nos dois modelos conhecidos: modelo Flex – usinas de cana-de-açúcar que anexam as unidades processadoras de milho, seja para operar o ano todo e coincidindo com a moagem da cana, seja inicialmente, somente no período de entressafra da cana; e modelo Full – unidades dedicadas exclusivamente para processamento do milho ao longo de todo ano. O crescimento na implantação da indústria de processamento de etanol do milho tem-se fortalecido, principalmente, pela baixa dos preços da matéria-prima, redução ocorrida entre o final de 2022 e início de 2023, que se mantém nos últimos doze meses abaixo de R$ 40,00 a saca de 60 quilos.
 
 A relação entre o preço do álcool anidro e o preço da saca de milho, no último ano, tem estado a maior parte do tempo acima de R$ 70,00 por R$ gasto na compra do milho, relação essa que, em 2022, estava entorno de R$ 50,00, uma diferença a favor do investidor de R$ 20,00 por saca processada.

A necessidade de demonstrar essa diferença é para destacar a importância da tecnologia empregada nessas unidades industriais. Com tecnologia de ponta, é garantida a rentabilidade durante períodos em que o valor da matéria-prima ultrapassa a marca de R$ 70,00 a saca, justamente pelos altos rendimentos registrados com essas tecnologias, enquanto aquelas indústrias que estão limitadas em seus rendimentos podem, eventualmente, ser obrigadas a interromper o processamento até que se restabeleça o equilíbrio financeiro do negócio.

Tecnologias – classificadas em modelos de operação: essa classificação está fundamentada na associação de técnicas, insumos, equipamentos e tecnologias utilizadas nas unidades de processamento de milho, com objetivo de maximizar eficiências e rendimento industrial. 

Operação 1: apresentam rendimento entre 390 e 405 litros álcool anidro/tonelada de milho @ 13% umidade. São unidades industriais sensíveis às variações dos preços do milho e do etanol, podendo estar limitadas pela disponibilidade de energia (bagaço de cana). São unidades Flex associadas à operação com cana e apresentam níveis aceitáveis de automação para as operações e controle. Possuem sistema de qualidade analítica, controle do processo definido e implementado, e algumas possuem cromatografia líquida.

Possuem sistema de separação de sólidos de eficiência mediana e, na sua maioria, não concentram a vinhaça, produzem DDG, não extraem óleo, não têm coluna de destilação preparada para alta concentração de sólidos e não têm aparelhos com integração energética entre destilaria e concentração de vinhaça. Essas unidades têm alto consumo específico de vapor, e o consumo de energia elétrica é relativamente alto em função da baixa capacidade.
 
Além do anterior, essas unidades operam com: moinho de martelo, misturador de baixa temperatura, sem ou pouco retorno de vinhaça (backset), concentração de sólidos totais abaixo de 30%, controle manual de temperatura, sem recuperação de amido aderido a fibra, levedura convencional ou OMG com expressão de glucoamilase, sistema CIP limitado, tanques de propagação e fermentação em aço carbono, propagação de levedura com deficiente dissolução de oxigênio, em geral não há adição de micronutrientes para leveduras, baixa dosagem de ureia e usam alfa-amilase na propagação.

Os profissionais dessas unidades possuem importante conhecimento técnico e experiência na operação de usinas de cana-de-açúcar e unidades de processamento de milho, têm gestão familiar ou profissional e estão focados em ajustes de processo e tecnologia para alcançar melhores rendimentos.

Operação 2: apresentam rendimento entre 405 e 420 litros álcool anidro/tonelada milho @ 13% umidade. Podem ser do tipo Flex, porém, em sua maioria, são plantas autônomas. Também são sensíveis às variações de preços do milho e do etanol, contudo são financeiramente suficientes para operar em momentos de lucro operacional encolhido. Apresentam altos níveis de automação e controle nas operações. São orientadas a modelos de negócios na qual o rendimento e/ou eficiência são indicadores de extrema importância. Excelência na qualidade analítica e de controle de processo.

Neste modelo, as unidades operam com: moinho de martelo ou rolos, misturador preparado para operar com temperaturas mais altas, retorno de vinhaça (backset) superior a 20%, concentração de sólidos totais próximo a 34%, controle automático de temperatura, podem ter recuperação de amido aderido a fibra, leveduras OMG com expressão de glucoamilase e outras modificações para elevar rendimento, pode existir sistema CIP, algumas unidades possuem tanques de propagação e fermentação em aço inoxidável, propagação de levedura com suficiente dissolução de oxigênio, em geral ocorre adição de micronutrientes para leveduras, com dosagem de ureia dentro do recomendado, uso de alfa-amilase formulada com enzimas específicas e alfa-amilase com adição de protease. Profissionais com alto grau de conhecimento técnico e anos de experiência na operação de unidades industriais, gestão profissional e otimização de resultados.
 
Possuem sistema de separação de sólidos com eficiência mediana, podem concentrar a vinhaça, produzem DDGS, eventualmente extraem óleo com equipamentos de diferentes tecnologias, algumas unidades mais novas possuem destilaria desenhada para operar com alta concentração de sólidos e com integração energética entre destilaria e a concentração de vinhaça e com baixo consumo específico de vapor. O consumo de energia elétrica é baixo, porém, depende da capacidade e adoção de equipamentos auxiliares para ganho de rendimento.
 
Operação 3: apresentam rendimento global da unidade industrial acima de 420 litros álcool anidro/tonelada milho @ 13% umidade, em casos específicos superam 450 litros/t de milho. São operações robustas, normalmente, compostas por grupos de mais de três unidades em funcionamento, possuem grande capacidade de estocagem de biomassa, cereal e álcool. Operam no mercado de capital e podem ser exportadoras.
 
Neste modelo, as unidades operam com: moinho de martelo ou rolos, misturador próximo a 90°C, retorno de vinhaça (backset) de até 50%, concentração de sólidos totais superior a 35%, controle automático de temperatura e demais parâmetros, com sistema de recuperação de amido aderido a fibra, leveduras OGM com expressão de glucoamilase e outras modificações para elevar rendimento (redução de glicerol).

Utilizam diferentes linhagens de leveduras em combinação para obter rendimento e robustez, possuem Sistema CIP eficaz, tanques de propagação e fermentação em aço inoxidável, propagação com suficiente dissolução de oxigênio, ocorre adição de micronutrientes para leveduras, com dosagem de ureia dentro do recomendado, uso de alfa-amilase formulada com enzimas de ação específica e alfa-amilase com adição de protease na propagação. Profissionais com alto grau de conhecimento técnico e anos de experiência na operação de unidades industriais, gestão profissional e focada em resultados.
 
Possuem sistema de separação de sólidos de alta eficiência, concentram a vinhaça, produzem DDGS ou DODGS, extraem óleo com equipamentos de alta eficiência e tecnologia, possuem destilaria desenhada para operar com alta concentração de sólidos e com integração energética entre destilaria e concentração de vinhaça, com baixo consumo específico de vapor. O consumo de energia elétrica é baixo por serem unidades de grande capacidade, crescem de maneira ordenada através de módulos com capacidade definida e adotam técnicas auxiliares de agitação e recirculação.