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Mario Lindenhayn

Presidente da BP Biofuels Brasil

Op-AA-31

Uma indústria mais segura e competitiva

Uma das grandes tarefas da indústria sucroenergética no Brasil, neste momento, é expandir sua capacidade produtiva, para que possa atender à demanda crescente por biocombustíveis no Brasil e no exterior.

Este é o momento crucial para se dar início aos projetos, já que esse setor requer tempo para responder – a cana-de-açúcar leva entre doze e dezoito meses para estar pronta para o primeiro corte, e a construção de uma usina a partir do zero requer cerca de quatro anos.

A BP está consciente desse desafio e, com seu plano de expansão de longo prazo, quer dar sua contribuição. O fim das barreiras ao etanol brasileiro no mercado norte-americano é um indicativo de como esse produto está se tornando cada vez mais global.

Os principais países consumidores de energia para transporte estão desenvolvendo e implementando mandatos para ampliar a participação dos biocombustíveis em sua matriz energética.

Nos Estados Unidos, o consumo de biocombustíveis avançados deve atingir cerca de 80 bilhões de litros em 2022 – o etanol de lignocelulose de segunda geração e o etanol de cana-de-açúcar atendem a esse critério reconhecido pela Agência de Proteção Ambiental - EPA.

A União Europeia, por sua vez, tem por meta elevar a participação das fontes renováveis de energia a 10% de sua matriz energética até 2020. Por isso, esta década é chave para que o Brasil possa sustentar e ampliar sua posição de protagonista nessa indústria. Considerando a demanda estimada de biocombustíveis para 2020, precisamos instalar nestes dez anos capacidade equivalente à que o Brasil desenvolveu desde o Proálcool até agora.

De acordo com o estudo BP Energy Outlook, que analisa o cenário global de energia até 2030 e foi atualizado em 2012, a participação dos biocombustíveis no total utilizado para transportes vai subir de 3% para 7% globalmente – mais que o dobro.

Para que esse crescimento aconteça, alguns desafios precisam ser superados. Uma das questões principais é o acesso e a disponibilidade de recursos tanto financeiros – no que se refere a dinheiro para investimentos – quanto humanos, pois, num mercado aquecido, é mais difícil contratar e manter bons profissionais.

Esse mercado aquecido também causa impactos na indústria periférica que serve ao setor sucroenergético (como construção civil e fornecedores de equipamentos, por exemplo), que recebe forte demanda e tem dificuldade de atender a todos.

Contudo, não basta apenas expandir a produção. Isso precisa acontecer de forma a promover um ambiente de trabalho seguro, adequado e focado no desenvolvimento e qualificação do trabalhador; ajudar o desenvolvimento das regiões em que estamos inseridos, protegendo a biodiversidade local; e sendo indutor de melhoria da qualidade de vida.

É esse o espírito de certificações como a Bonsucro, de cujo Conselho de Administração participamos, o Compromisso Nacional por melhores condições de trabalho (um pacto da indústria com o governo), e como a SA 8000, recentemente obtida pela unidade BP/Tropical, que atesta a boa qualidade das relações de trabalho.

Os investimentos realizados pela BP Biocombustíveis no Brasil, em 2011, asseguram não só uma capacidade existente de 7,5 milhões de toneladas de cana processada mas também a base para chegarmos a cerca de 30 milhões de toneladas em cinco anos, com base em projetos greenfield e expansão das usinas existentes. Somente ano passado, foram investidos R$ 100 milhões em melhorias das usinas de Itumbiara e Ituiutaba, tanto na área industrial quanto na agrícola.

A contribuição da BP para a expansão da capacidade produtiva do setor sucroenergético faz parte de nossa estratégia de negócios. Temos um compromisso de longo prazo com o Brasil, tanto por reconhecer o pioneirismo do País no desenvolvimento de um mercado de biocombustíveis de alta escala, quanto por avaliar que existem oportunidades de crescimento para se atender a uma demanda global cada vez maior.