Me chame no WhatsApp Agora!

Adézio José Marques

Presidente do Ceise

Op-AA-30

Basta que se tenha bom senso

A situação pela qual passamos se aprofunda, e poucos são os sinais concretos da chegada de soluções por parte das autoridades de Brasília. Como resultado prático, conseguimos somente a desoneração do ICMS em projetos de cogeração de energia a partir do bagaço e da palha da cana no estado de São Paulo.

Mas precisamos de mais. Medidas racionais, ousadas, amplas, abrangentes, eficazes, eficientes, estratégicas, modernas e compactuantes. Não precisamos de um remédio para a dor do momento, mas para a cura da doença.

Estou muito triste. Não pelo que estamos passando no setor, este não foi o primeiro nem será o último momento de dificuldades que vamos vencer. O que me deixa triste é ver o circo pegando fogo e não ver ninguém com o balde d’água na mão. Foi previsto que a Presidente Dilma viria ao Fórum.

Também estava prevista a presença do Ministro da Agricultura, mas o ministro com o qual tratamos já não é mais ministro, e o atual diz que “entende pouco de agricultura”. Pode ser um bom homem, ter todas as qualidades do mundo, mas fato é que lhe falta um conhecimento mais profundo de agricultura.

Faz sentido? Isso não é  a mesma coisa que dar a direção de uma carreta de 40 toneladas para uma pessoa não habilitada? Exige-se conhecimento técnico específico para se exercer qualquer profissão.  Todas, exceto a de ministro.

A agricultura brasileira é hoje respeitada no mundo todo, riquíssima em conhecimento, know-how, tecnologia de ponta, no estado-da-arte. Nossas empresas vivem recebendo visitas de estrangeiros interessados em estabelecer parcerias e sociedades.

Muitos países do mundo não têm o PIB que temos, não geram os empregos que geramos e tampouco os tributos que recolhemos. Vamos ter que nos adaptar novamente. Vamos juntar os pensamentos das entidades representativas do nosso setor e ir a Brasília, em paz, e, de maneira humilde, apresentar às nossas autoridades as opiniões que temos sobre todos os assuntos que nos dizem respeito.

Eles podem não entender de agricultura. Talvez isso não seja realmente fundamental. Basta que tenham bom senso.