Foi dada a largada para uma corrida global em direção a um modelo de desenvolvimento sustentável, com negócios resilientes que consigam apoiar toda a sociedade na reconstrução de uma economia mais verde e inclusiva. Esse movimento, que foi acelerado pela crise sem precedentes iniciada pela pandemia do coronavírus, requer urgente mudança de atitude por parte dos consumidores, empresas, investidores, governos e sociedade civil organizada.
A chamada transição para a economia de baixo carbono começou e precisa ser convergente com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável para 2030, iniciativa do Pacto Global da ONU. O mais recente estudo coordenado pelas organizações World Resources Institute (WRI) e The New Climate Economy (NCE), “Uma nova economia para uma nova era”, identificou vantagens competitivas e oportunidades capazes de contribuir para a construção de uma nova economia para o Brasil, adequada aos desafios do século XXI, entre eles as mudanças climáticas.
Dentre os achados, o estudo evidencia que, em nenhum setor, as vantagens de uma rápida transição para uma economia de baixo carbono são tão fortes quanto no agropecuário. Nessa agenda, o setor sucroenergético desempenha um papel fundamental, por possibilitar a redução direta e imediata das emissões de gases de efeito estufa no País, pela oferta de seus produtos renováveis, como biocombustível e bioenergia.
Em 2020, tivemos como marco o início do funcionamento do Programa RenovaBio, em linha com as metas e medidas assumidas pelo Brasil na Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Acordo de Paris. A iniciativa, pioneira em precificação regulada de carbono no Brasil, deve promover a adequada expansão dos combustíveis renováveis na matriz energética brasileira, a partir de modelos de produção mais sustentáveis, garantidos por uma rígida legislação ambiental e avanços tecnológicos do setor.
Dessa forma, o setor contribui diretamente para o desempenho positivo do País no ODS 7 – Energia acessível limpa, que visa “assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos” e no ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima, que prevê “medidas urgentes para combater a mudança do clima e de seus impactos”.
O crescimento do setor sucroenergético beneficia, ainda, outras metas desafiadoras. No campo ambiental, a atuação sustentável orienta as cadeias produtivas para a proteção da biodiversidade, a recuperação de áreas degradadas e o uso responsável dos recursos naturais, como a água e o solo.
Já na dimensão social, a geração de emprego e o incremento de atividades econômicas em torno das unidades agroindustriais produtoras de biocombustíveis nas regiões da nova fronteira agrícola possibilitam melhorias nos ODS 8 – Trabalho descente e crescimento econômico e 9 – Promoção da industrialização inclusiva e sustentável.
Ainda existem alguns desafios para alavancar outras questões sociais relevantes, como a Equidade de Gênero (ODS 5) e a Redução das Desigualdades (ODS 10). Um passo importante foi dado em 2019, quando um pool de empresas do setor aderiu aos “Princípios do Empoderamento Feminino”, iniciativa da ONU Mulheres.
Esse tipo de engajamento alavanca ações estruturantes e consistentes para criar melhores oportunidades para ampliar a participação das mulheres no setor, com metas realistas e aprendizado coletivo. Assumir o compromisso com a sustentabilidade e reconhecer a sua importância na agenda empresarial do setor, considerando a criação de valor para seus diversos stakeholders, torna o biocombustível brasileiro cada vez mais estratégico para o desenvolvimento do País.