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Op-AA-01
O segmento sucroalcooleiro tem contribuído significativamente para a geração de superávit em nossa balança comercial, assim como tem se destacado como estratégico no agronegócio, componente principal do bom desempenho obtido pelo Brasil nas exportações nos últimos anos. Em 2003 o agronegócio aumentou seu superávit comercial para mais de US$ 20 bilhões, com crescimento de quase 5% do PIB.
O agronegócio vem garantindo bom desempenho com ganhos constantes de produtividade. A área de grãos cresceu 62% entre 1990 e 2002 e a pecuária 67%. Com a tendência de recuperação de preços, o aumento de renda no agronegócio será tão excepcional que poderá reverter o baixo crescimento previsto para a economia neste ano.
Esse cenário promissor na cadeia produtiva da agropecuária coloca o país numa nova era, valorizando a qualidade, a sanidade, a competitividade de seus produtos e a sustentabilidade ambiental. O apoio dado pelo governo brasileiro para vencer as barreiras e ações protecionistas, tendem a desenvolver uma política externa de marketing institucional mais agressivo, levando o setor a um padrão de competitividade nunca antes observado no País.
Neste ambiente de crescimento e otimismo a ferramenta que tem propiciado a melhoria da qualidade e eficácia do processo, tanto de produção quanto de gestão do setor, tem sido o investimento aplicado em Tecnologia da Informação. A Internet, por exemplo, é usada por uma parcela de usinas e agricultores que vendem e compram produtos, por meio de portais desenvolvidos para integrar e ser um fórum de negócios. De acordo com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, de Piracicaba, nos últimos 4 anos, o número de sites relacionados ao agronegócio cresceu mais de 8%, na maioria, portais de comércio eletrônico.
O segmento sucroalcooleiro é um exemplo em investimento em TI para a eficácia de sua gestão, com a adoção de sistemas como ERP. Um dado que demonstra a evolução desse segmento apenas no Estado de São Paulo, estimam que na próxima safra, deverá crescer 2,7% em relação ao ano passado, passando de cerca de 227 milhões de toneladas para 234 milhões.
As empresas fornecedoras de TI têm atuado fortemente neste setor e observado, ao longo dos últimos 20 anos, os seus altos e baixos. Acompanhamos de perto o drama de algumas usinas com a queda do programa do álcool e tivemos a oportunidade de também observar as suas recuperações, com a melhoria do preço do açúcar no mercado externo, principalmente após a desvalorização do real em 1999.
É um segmento que tem muito a conquistar no mercado internacional. Algumas iniciativas e horizontes já se abrem nesse sentido graças a maior competitividade que o sucroalcooleiro tem obtido com os investimentos em tecnologia. Ao longo da história do relacionamento entre TI e as empresas do setor houve por parte do fornecedor, um longo processo de orientação e educação acerca da importância do investimento em tecnologia para tornar a gestão mais ágil, principalmente a administrativa de produção e colheita.
Os investimentos eram realizados na aquisição de equipamentos para aumentar produtividade do plantio, colocando as empresas brasileiras do segmento na vanguarda mundial. Depois da melhoria do preço do açúcar, observamos a retomada gradual do programa do álcool e com isso o aumento da capacidade de investimentos das usinas.
A adoção de ferramentas tecnológicas tanto em sistemas de gestão como ERP quanto em novos modelos de gestão, que modernizaram e profissionalizaram o negócio, aliados ao ingresso de capital externo tornaram estas companhias extremamente preparadas para, hoje, competir em pé de igualdade com outros produtores externos.
O aumento da competitividade, a agilidade do processo de decisão e as novas técnicas produtivas têm colocado estas usinas num novo patamar de investimento: a ampliação da margem dedicada à aplicação em tecnologia e a adoção de novos sistemas que ampliem a produtividade específica da área agrícola, modelos matemáticos para maximizar rentabilidade técnico-econômica da colheita e, para planejar reforma das áreas plantadas, controles agronômicos diversos, como: controle de pragas, insumos, arrendamento, meteorologia, estimativas de produção, passando por sistemas especializados em controlar temperaturas nas bandejas e trocadores de calor.
Nestes investimentos posso exemplificar a adoção de sistemas como CRM, Business Intelligence, que trazem melhor visão do negócio, flexibilidade e segurança na decisão. Sistemas estes integrados em novos ambientes como Intranet com o objetivo de integração em portais de negócios - cuja adoção se amplia no universo do agronegócio.
Observamos ainda contínua evolução na gestão de pessoas. Os gestores, diante da competitividade mundial, perceberam que é preciso ter gente competente e motivada, para que haja uma continuada geração de idéias e atitudes em prol da melhoria dos processos e aumento de produtividade. Com os incentivos e o apoio dado pelo governo e ações internacionais no sentido de posicionar o país como um competidor global no segmento e por seu enorme potencial produtivo, o setor sucroalcooleiro aliando aos investimentos em tecnologia será, com certeza, um dos grandes fomentadores da retomada do crescimento do país nos próximos anos.