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Marcelo Okamura

Dupont

Op-AA-01

Álcool: energia brasileira para o mundo

Senti-me honrado com o convite da revista Opiniões para trazer a público a visão da DuPont do Brasil sobre o setor sucroalcooleiro. Trata-se de um segmento de mercado de grande importância para a economia brasileira. Além de gerar empregos em todas as regiões do Brasil, a produção de cana-de-açúcar e a utilização do álcool como combustível vêm registrando invejáveis saltos tecnológicos, a ponto de atrair o interesse de empresas e governos de todo o mundo.

Para a DuPont do Brasil, o setor sucroalcooleiro é um mercado estratégico. A produção de cana-de-açúcar corresponde a 30% dos negócios locais da companhia no mercado de defensivos agrícolas, para o qual são destinados estudos, pesquisas e desenvolvimento de tecnologias de aplicação de herbicidas. A DuPont é líder do segmento de herbicidas para cana-de-açúcar e tem realizado investimentos e esforços para fomentar o uso do álcool combustível.

No final do ano passado, a companhia promoveu o Rally da Energia Brasileira, uma competição automobilística disputada por automóveis movidos a álcool e pilotos provenientes das principais unidades produtoras do Brasil. O sucesso do evento, sobretudo na mídia, motivou planejamento de uma nova edição no segundo semestre deste ano.

A iniciativa da companhia somou-se a uma série de outros esforços desenvolvidos por unidades produtoras, órgãos do setor, como a Unica e de outras entidades representativas, que impulsionaram um 2003 favorável à defesa dos interesses do setor. O resultado foi a volta do debate público em torno do mais singular projeto nacional já criado no setor energético: o Proálcool.

A indústria automobilística também trouxe uma grande contribuição para o incremento dos negócios envolvendo álcool combustível: os carros fabricados com a tecnologia multi-combustível caíram no gosto popular e hoje já dão origem a uma tendência de mercado que em muito favorecerá as unidades produtoras de álcool, pois, acreditamos, de agora em diante, todas as montadoras do país passarão a oferecer carros multi-combustível no mercado.

Convém lembrar que a realidade, hoje, é outra se comparada aos primórdios do emprego do álcool combustível, quando era necessária, por exemplo, a adaptação dos motores. O avanço tecnológico, presente tanto na indústria automobilística como nas unidades produtoras de álcool, propiciaram o surgimento de um combustível de qualidade, limpo e capaz de melhorar o desempenho dos automóveis.

O setor sucroalcooleiro conta atualmente com grande capacidade de destilação para garantir o suprimento da demanda por álcool combustível e atender até à demanda internacional, crescente, por esse insumo. Isso nos permite antever uma era favorável para os negócios das unidades produtoras, sobretudo na questão da competitividade dos preços.

Os negócios também tendem a se expandir no cenário internacional, já que há metas de redução de poluentes e do efeito estufa, sendo perseguidas em todo o mundo. Estas resultaram no Protocolo de Kyoto e na sistemática dos créditos de carbono, entre outras conquistas. E na condição de player mundial no setor produtivo de álcool combustível, o Brasil tem agora uma grande oportunidade para exportar sua tecnologia pioneira e participar com destaque das iniciativas globais pelo crescimento sustentável.

Nas últimas semanas, a ministra de Minas e Energia, Dilma Roussef, trouxe a público uma defesa entusiasmada da biomassa, salientando que essa tecnologia não se constitui numa fonte alternativa de energia, mas num recurso estratégico para o Brasil. Ela sinalizou de maneira enfática que o bagaço de cana-de-açúcar e o álcool combustível tendem a participar cada vez mais fortemente da matriz energética brasileira.

A posição da ministra deve ser interpretada, acreditamos, como um sinal de que o governo está disposto a incentivar o setor sucroalcooleiro. Outros acontecimentos recentes envolvendo o debate público em torno do ressurgimento do Proálcool e do álcool combustível são animadores. Afinal, até a escola de samba Salgueiro, do Rio de Janeiro, levou à passarela do samba uma mensagem de fé na energia brasileira, no último Carnaval. Nota 10!

Dias atrás, o jornal Gazeta Mercantil, um dos principais veículos de comunicação do Brasil, trouxe o tema Proálcool em seu editorial, ressaltando o ressurgimento do programa energético e sua importância para a sociedade brasileira. O texto lembrou que o Brasil produz cana-de-açúcar há 500 anos e figura como maior exportador mundial de açúcar, mas não tem tradição no mercado internacional de álcool. A hora, portanto, de ganhar o mercado externo, é agora.

A DuPont vai continuar trabalhando para prover o setor sucroalcooleiro com recursos tecnológicos capazes de auxiliar o crescimento sustentável da produção. Reforçamos nosso entendimento de que a cadeia produtiva de açúcar e álcool reúne empresas e empresários cuja atuação é estratégica para o país e para a companhia. Continuaremos focando nossa missão na busca de soluções para estimular a produção nacional de cana-de-açúcar. Somos um parceiro do setor. É esta a principal mensagem que a companhia gostaria de deixar.