Me chame no WhatsApp Agora!

Daniel Bachner

Diretor Global de Cana-de-Açúcar da Syngenta

Op-AA-28

Cana-de-açúcar ganha vigor com a tecnologia

Quando analisamos o salto que algumas culturas já alcançaram em produtividade, vemos que ainda há muitas oportunidades em relação à cana-de-açúcar. Na América Latina, de 1960 a 2008, culturas como milho, soja, trigo e arroz aumentaram em mais de 2,5 vezes a produtividade em toneladas por hectare, enquanto a cana saiu de 49 toneladas para 80, ou seja, 1,5 vez.

Esse cenário estimulou a Syngenta a ampliar sua aposta no setor sucroenergético, investindo na criação de uma organização focada globalmente em cana, tendo o Brasil como sua principal referência. Com o objetivo de fazer do País um centro de excelência nessa cultura, a empresa se voltará não só a suprir respostas para os atuais desafios do plantio de cana, como a mecanização, mas também ao desenvolvimento de tecnologias de vigor e produtividade e biotecnologia aplicadas a outras plantas.

A meta é oferecer soluções para que os canaviais sejam mais produtivos e rentáveis e também contribuam de forma significativa para a questão socioambiental. Nesse contexto, acreditamos que a mecanização do plantio é um dos grandes desafios do setor. O passo mais recente – e relevante – da empresa, no sentido de suportar o setor nesse desafio, é a tecnologia Plene.

O ponto de partida desse novo sistema é a substituição dos tradicionais toletes de 40cm por mudas de apenas 4cm, originadas de viveiros da própria Syngenta e já protegidas por tratamento industrial contra os principais fungos e pragas de solo que prejudicam a planta em estágios iniciais de desenvolvimento, proporcionando mais vigor de crescimento e tornando o plantio muito mais simples.

Dessa forma, a usina elimina as operações relacionadas ao plantio e ao cultivo dos viveiros, com economia em insumos, operações e mão de obra. Com as mudas sendo fornecidas pela Syngenta, a usina tem condições de incorporar às lavouras a área antes destinada aos viveiros.

Esse aumento de produção tem reflexos diretos no volume de cana colhida e, também, na produção de açúcar, etanol e bioeletricidade. Além disso, foi desenvolvida uma máquina exclusiva para a realização da operação de plantio das mudas de Plene. Menor e mais leve, a plantadora causa menos compactação no solo e é adaptada para o plantio direto.

Nesse sistema, a deposição das mudas é mais uniforme do que a distribuição dos toletes nos plantios convencionais e também apresenta maior paralelismo, recebendo tecnologias de georreferenciamento. Como integra várias operações em uma única, traz mais eficiência à atividade de plantio e elimina vários processos.

A eficiência também está no aproveitamento das mudas, com base na quantidade por hectare. Historicamente, essa relação vem aumentando no processo de plantio mecanizado, chegando à demanda de 18 toneladas de mudas por hectare, ou até mais. Com o Plene, há uma redução para 2 toneladas por hectare, ou seja, quase 90% a menos.

Outro importante aspecto dessa tecnologia é o impacto na colheitabilidade, dado que, por apresentar um enraizamento mais intenso que o convencional, as plantas de Plene têm resistência superior, por apresentarem maior sustentação. O impacto positivo de Plene começa de maneira individual, pelas usinas que optam por essa tecnologia, mas tem repercussão em toda a cadeia.

Todo o mercado sucroenergético sai ganhando. Considerando o potencial de crescimento do setor de cana-de-açúcar, principalmente com a demanda global por energias renováveis, essa nova tecnologia pode se transformar em um importante diferencial de competitividade.

Mais do que trazer o potencial das plantas à vida, principal conceito da Syngenta, a tecnologia Plene tem como objetivo colaborar para que o setor sucroenergético brasileiro supere os principais desafios do plantio.

Da busca por disponibilidade de mão de obra, passaremos à qualificação; ao atingirmos a eficiência operacional, passaremos a nos dedicar à eficiência no uso da água e do solo; a preocupação com a quantidade suficiente de mudas dará espaço à incorporação de tecnologias; e, por fim, finalizada a fase de definições sobre a legislação ambiental, ganhará força o empenho para atendermos aos processos de certificações.