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Francisco Luiz Gallo

Gerente de Suprimentos da Da Pedra Agroindustrial

OpAA82

A necessidade de adaptabilidade aos novos desafios na cadeia de suprimentos
No mercado atual, as empresas se veem obrigadas a reconstruir frequentemente suas estratégias, especialmente na cadeia de fornecedores, onde as pressões competitivas se intensificam e os profissionais de suprimentos precisam ser ágeis e eficazes na escolha das estratégias corretas.
 
A partir do final do século XX, as organizações têm enfrentado um ambiente de negócios em constante transformação, onde a oferta de produtos passa a ser maior do que a demanda. Nesse cenário, a mera diferenciação não é mais o suficiente para atender às projeções de lucratividade e ao retorno sobre o capital investido desejado.

A parte da cadeia de suprimentos destinada aos clientes (a jusante) demonstra estrangulamentos nas capacidades das empresas em se diferenciarem através de produtos e serviços. Assim, a disputa pelo melhor objetivo de desempenho que conquistará o cliente fica mais restrita a preço e, consequentemente, menores margens de lucro.
 
Diante dessas condições, a adaptabilidade se tornou crucial para os profissionais de suprimentos. As empresas passaram a intensificar as análises em todos os elos anteriores de suas cadeias de suprimentos (a montante), e as estratégias começam também a evoluir no desenvolvimento de inteligência de mercado nas aquisições e na identificação e eliminação de custos desnecessários, que não agregam valor aos produtos e serviços.

Para prosperar nesse cenário dinâmico, também impactado por pandemia, guerras e inseguranças nas cadeias de suprimentos, os profissionais precisam constantemente se atualizar e adaptar suas abordagens para que as estratégias de aquisições possam ter significativo papel na competitividade das empresas.
 
No setor de varejo de roupas, por exemplo, a prática de organizar araras de produtos pelos próprios fabricantes ilustra como a colaboração e a inovação podem reduzir processos e custos. Da mesma forma, é essencial que todas as empresas busquem eliminar atividades desnecessárias e se adaptar às melhores condições de custo total, incluindo produtos e fretes.

As estratégias de aquisições ganham significativo papel de protagonismo na competitividade das empresas. O profissional de suprimentos se transforma em um líder sistêmico e deve desenvolver a melhor estratégia por meio de três importantes cenários de desenvolvimento: processos, tecnologias e pessoas, que permitam melhorar as negociações de preços, reduzir a necessidade de capital de giro dos estoques e reduzir os tempos de atendimento de seus clientes internos.

Em processos, é necessário fazer uma boa matriz estratégica de compras, também conhecida como Matriz de Kraljic. Trata-se de um modelo de classificação que considera o risco e o custo de cada tipo de aquisição. Existem diversas formas de se relacionar comercialmente com seus diversos tipos de fornecedores, sejam eles de commodities, imobilizados ou mesmo de MRO (peças de manutenção).

Contratos de fornecimento com fórmulas paramétricas, garantindo preços e disponibilidade, participação em grupos de compra com outras empresas, utilização de VMI (Vendor Managed Inventory), leilões de compra, utilização de e-procurement, entre outros, que podem ser usados como forma de atender à estratégia condizente ao problema que se quer resolver.

Em tecnologias, temos um amplo portfólio de possibilidades que podem usufruir de todas as potencialidades geradas pela capacidade de processamento, mobilidade de dados e, agora, tudo potencializado ao infinito pelo uso de inteligência artificial.

Em pessoas, o negociador deve ser capaz de construir pontes de relacionamentos, ser um excelente gestor de conflitos e educador, e, nesse oceano de variáveis, o grande desafio será motivar e comprometer pessoas para a formação de equipes de alto desempenho.

Como conclusão a estes diagnósticos e perante esta diversidade de possibilidades em processos e tecnologias disruptivas, é necessário que o gestor da cadeia de suprimentos tenha a capacidade de realizar um bom diagnóstico das variáveis existentes e rapidamente se adaptar à melhor estratégia que possa evitar as ameaças e a aproveitar das oportunidades dos mercados.

Processos são feitos para organizar a forma como as pessoas trabalham. A tecnologia é feita para garantir que esses processos sejam bem executados e que as pessoas tenham as ferramentas certas para agir. É assim que criamos uma empresa bem-sucedida para todos os seus grupos de interesse (stakeholders).