O Complexo Industrial Portuário de Suape, situado nos municípios de Ipojuca e do Cabo de Santo Agostinho, no litoral sul de Pernambuco, a 40 km de Recife, vive hoje um importante momento de desenvolvimento e de grandes perspectivas econômicas. Em 2007, Suape foi considerado o melhor Porto Público do país, de acordo com a avaliação Diagnóstico dos Portos, da Coppead, órgão da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Levando-se em consideração os portos públicos e privados, ficou em segundo lugar. No final de 2007, um estudo realizado pela Antaq - Agência Nacional de Transportes Aquaviários, colocou o complexo portuário em segundo lugar em Gestão Ambiental, entre trinta portos brasileiros. Nesse estudo, Suape atingiu 91% dos requisitos propostos pela Antaq.

Teve destaque pela qualificação dos seus técnicos e por já possuir um núcleo ambiental instalado no complexo. Com efeito, 45% dos 13.500 hectares que compõem a área de Suape são destinados à preservação ambiental, o que representa quase 6 mil hectares de área verde e de mangue. Em matéria de movimentação de cargas, Suape registra um crescimento de 28,83% na movimentação geral de cargas, no acumulado de 2007, em comparação com o ano de 2006.

O volume geral cresceu de 5,3 milhões de toneladas, para mais de 6,9 milhões, com destaque para a movimentação de granéis sólidos, que aumentou 139%, passando de 206.316 toneladas, em 2006, para 519.215, no ano seguinte. Já o número de navios que atracaram no porto subiu de 857, para 1.017, o que corresponde a um crescimento de 18%, enquanto a perspectiva para 2008 é de crescimento de, pelo menos, 30%.

O momento atual é de expansão. Investimentos em infra-estrutura, por parte dos Governos Federal e Estadual, projetam o Porto de Suape como um dos melhores ancoradouros para investidores nacionais e internacionais. Para o período de 2007 a 2008, serão aplicados mais de R$ 1 bilhão em infra-estrutura, para o atendimento às necessidades dos grandes empreendimentos. Sobre investimentos privados, para o período de 2007 a 2010, já foram confirmados valores da ordem de mais de US$ 6 bilhões.

Além dos empreendimentos já confirmados e em fase de implantação, como o Estaleiro Atlântico Sul e a Refinaria Abreu e Lima, outros estão em fase de estudo e negociação. É o caso do terminal de açúcar, que prevê investimentos da ordem de US$ 40 milhões, com capacidade estática de armazenagem de 120 mil toneladas de açúcar refinado.

Uma iniciativa que deverá aquecer o mercado de açúcar refinado do Nordeste, já que planeja movimentar cerca de 1 milhão de toneladas desse produto, anualmente. No ano passado, via Porto de Suape, foram exportadas 160 mil toneladas de açúcar refinado e 120 mil toneladas de álcool. Os principais destinos foram os EUA, a África, o Oriente Médio e a Europa.

Para 2008, é esperado um crescimento de 10%. O empreendimento é uma parceria entre o Sindaçúcar - Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool do Estado de Pernambuco, e a trading inglesa ED & Man, e deverá ser instalado na área do Cais 6, de Suape. A previsão é de que as obras estejam concluídas até o final de 2010.

Enquanto o novo berço do Porto não estiver pronto, o açúcar e outros granéis sólidos são transportados a partir do terminal instalado no Cais 4, em esteiras suspensas, por cerca de 500 m, para embarque direto nos navios. O transporte do açúcar será realizado através de navios-indústria, que acumulam, além do transporte em si, a função de empacotar o açúcar em embalagens menores, para distribuição no destino da carga. Eles serão carregados no Porto de Suape, e dentro do navios, durante a viagem, é que serão feitas a separação e a embalagem.

A construção do terminal açucareiro de Suape garantirá melhores condições de embarque do açúcar refinado, o que irá reduzir os dias de operação e os custos, fatores importantes, quando se trata de otimização das atividades empresariais, que refletem diretamente no aumento da receita das empresas do setor. Além disso, o terminal também poderá receber cargas de outros estados, como Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte.

Outra iniciativa que vem sendo estudada e que irá alavancar o mercado sucroalcooleiro do estado é o Projeto Canal do Sertão, a ser desenvolvido em uma parceria entre Petrobras, Odebrecht, Queiroz Galvão e uma trading japonesa. O trabalho prevê a irrigação de 150 mil hectares de terras no Sertão pernambucano, na região do médio São Francisco.

Serão instaladas oito usinas de álcool na área, que processarão em torno de 15 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. O álcool produzido será transportado para exportação, via Transnordestina, ferrovia em construção, até o Porto de Suape. Atualmente, a movimentação de álcool do estado é feita, exclusivamente, via Porto de Suape, que dispõe de 500 mil m³ de capacidade de estocagem de granéis líquidos.

Além desse diferencial, o Porto de Suape possui uma localização estratégica, entre as principais rotas marítimas de navegação, conectando-se com mais de 160 portos, em todos os continentes, situando-se, por exemplo, a apenas oito dias do Porto de Rotterdam, na Europa. O Porto de Suape, um dos maiores pólos de indústrias e serviços logísticos do Brasil, aproveita as condições geográficas e logísticas do litoral pernambucano e a tradição portuária do estado para crescer e atrair mais empreendimentos. Em 2008, Suape completará 30 anos. O que parecia, para muitos, ser um “elefante branco”, na época de sua fundação, em 1978, tornou-se, hoje, a “menina dos olhos” do estado, representando o principal pólo de desenvolvimento econômico de Pernambuco.