Datasul
Op-AA-01
O setor sucroalcooleiro no Brasil convive com uma certeza: é preciso investir em tecnologia para ganhar competitividade nos mercados interno e externo. Mas não basta somente renovar a frota de tratores e os modelos das máquinas. Torna-se cada vez mais necessário investir em tecnologia da informação para gerenciar processos e melhorar o controle da produção e o volume de vendas.
Responsáveis por movimentar cerca de R$ 36 bilhões por ano, o que representa cerca de 3,5% PIB, os produtores de álcool e açúcar estão sentindo a urgência de adotar no campo, soluções usadas largamente, há muito tempo, em outras indústrias, no apoio a produção, aumentando a produtividade e reduzindo significativamente os custos. Existem 302 indústrias no parque sucroalcooleiro brasileiro, 4 usinas estão sendo reativadas, 19 estão em construção e 2 em projeto, segundo o Procana.
Mas o segmento, um dos que mais geram empregos no país - 3,6 milhões diretos e indiretos, e congrega mais de 70 mil agricultores, está um pouco atrasado em modernização tecnológica. Para gerenciar seus negócios, boa parte dos produtores ainda utiliza soluções caseiras, carentes por atualização. Felizmente, este cenário está sendo alterado pela conscientização de que é preciso ter acesso rápido e fácil às informações para administrar melhor e garantir maior lucratividade.
Há maiores investimentos previstos não só em renovação de frotas e equipamentos como também em softwares de gestão e do parque de informática, independentemente de crises e flutuações no cenário internacional. Isto porque os produtores estão sentindo que a maior dificuldade de exportar não está no produto, mas sim na infra-estrutura necessária, na qual o Brasil apresenta diferencial competitivo pelo conhecimento na exportação de dois tipos de combustível.
Além disso, o mercado é altamente comprador, com baixa competitividade interna e externa, e tem políticas governamentais que estimulam o consumo, gerando exportações crescentes. Essa tendência de crescimento gera necessidade das usinas de controlarem desde o planejamento até a entrega e faturamento de seus produtos, função dos sistemas de gestão. Esse controle, para ser eficiente, deve ser feito por sistemas integrados de gestão, mais conhecidos por ERP, interligando os diversos departamentos e fontes de informação.
Mas os produtores em campo devem estar atentos que os softwares de gestão de fornecedores tradicionais de indústrias atendem às necessidades básicas de controle de frotas, manutenção industrial, sistemas financeiros, recursos humanos, pedidos, compra e venda, etc., não atendendo às especificidades do setor, como controle de safras.
Para atender a essas necessidades, a solução precisa estar integrada a um dos diversos softwares desenvolvidos especialmente para esse segmento, que cubram todo o ciclo produtivo, passando pelo processo de preparo do solo, plantio, tratos culturais e colheita, controlando atividades, recursos, qualidade e custos. Os sistemas de gestão específicos, que integram todas as áreas de atuação de uma usina, agrícola e industrial, desempenham papel fundamental para o sucesso do agronegócio.
Seus benefícios podem ser mensurados desde o primeiro mês de implantação até vários anos depois. Melhoram a eficiência da administração e do controle das usinas, agilizam os processos internos e de relacionamento com fornecedores e clientes. Com eles é possível obter planejamento e acompanhamento precisos dos custos de produção, melhoria da qualidade de matéria-prima em função do manejo direcionado, gestão acurada dos níveis de estoque de insumos, alocação eficiente dos recursos de mão-de-obra, máquinas e insumos, administração integrada de contratos de fornecimento de cana e serviços, além de uniformização dos indicadores de desempenho do negócio.
Ou seja, os sistemas de gestão suportam os processos do ciclo de produção das usinas e reduzem os custos ao longo da cadeia, proporcionando melhorias sensíveis na produtividade e qualidade da usina. A integração desses dois sistemas permite uma gestão eficiente, integrada e simplificada do ambiente geral das usinas, envolvendo todo o ciclo produtivo e administrativo.
Já a adoção de ferramentas de análise gerencial permite maior agilidade na tomada de decisões acertadas, baseadas em fatos e com grande velocidade em relação à geração dos mesmos. Tal processo pode melhorar ainda mais com a adoção de ferramentas mais sofisticadas, como o Business Intelligence, que agregam inteligência aos negócios, e o Customer Relationship Management, que permitem uma maior intimidade no relacionamento da empresa com os clientes.
É preciso que os administradores das usinas procurem estar bem informados sobre as potencialidades oferecidas pela tecnologia e suas reais necessidades. Cada projeto de tecnologia de informação é único, pois tem como objetivo observar a perspectiva de negócios de cada usuário. Comprovada sua eficiência na crescente redução de custo e no aumento de produtividade, a tecnologia da informação já é sinônimo de diferencial competitivo.