Líder Regional de Produto do CTC
Op-AA-32
Colaboração: Marcos Virgílio Casagrande
Em Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso, o desempenho das variedades CTC nas últimas safras tem garantido sua acelerada expansão nas regiões. Representando mais de 50% do plantio comercial de diversas unidades, as variedades CTC já estão sendo cultivadas em mais de 60 mil ha nesses estados, na safra 2011/2012.
Vale ressaltar que essas regiões produtoras são caracterizadas por apresentarem um clima restritivo, com déficit hídrico acentuado e presença de todos os ambientes de produção (A a E). Por se tratar de fronteira agrícola, grande parte das áreas de expansão da cultura da cana-de-açúcar no Centro-Sul está localizada nesses estados.
Buscando superar os desafios de se produzir cana-de-açúcar em regiões com as condições climáticas mais restritivas do Centro-Sul do País, muitas unidades têm apostado na diversificação do seu plantel, utilizando variedades com maior tolerância à seca, longevidade (manutenção da produção ao longo dos cortes) e melhor adaptação ao plantio e à colheita mecanizados.
Essas características, aliadas à excelente produtividade e teor de açúcar das variedades CTC, têm sido responsáveis pelos diferenciais agroindustriais obtidos pelos produtores com essas variedades, comparativamente aos padrões comerciais, justificando os investimentos nos materiais CTC.
Atualmente, o CTC possui um portfólio diversificado, com ótimas opções de variedades para moagem ao longo de toda a safra, em todos os ambientes de produção, conforme a seguinte sequência de colheita: Principal variedade nas intenções de plantio de diversas unidades produtoras de Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso, a CTC4 tem se destacado por ser uma variedade com tolerância à seca, longevidade e ótima adaptação ao plantio e à colheita mecanizados.
Essas características, aliadas à excelente produtividade agroindustrial, têm sido responsáveis pela acelerada expansão da área cultivada com a CTC4 em todo o Brasil. As usinas Alvorada (Araporã-MG), Boa Vista (Quirinópolis-GO), Goiasa (Goiatuba-GO), Jalles Machado (Goianésia-GO) e Itamarati (Nova Olímpia-MT) são bons exemplos do sucesso comercial da CTC4, evidenciando os diferenciais agroindustriais que justificam o investimento na mesma.
Além das regiões pioneiras (GO, MG e MT) no cultivo comercial da CTC4, observa-se sua acelerada expansão para todas as demais regiões produtoras do Centro-Sul (MS, PR e SP). Um exemplo disso é o excelente desempenho dessa variedade em unidades do grupo Raízen localizadas próximas a Araçatuba-SP.
Na Usina Goiasa, a CTC4 vem acumulando bons resultados, superiores aos obtidos com a RB867515, variedade mais plantada do Brasil. Comparando-se o resultado acumulado (1º, 2º e 3º cortes) da CTC4 em toneladas de ATR/ha, do início da safra (abril) até agosto de 2011, com a variedade RB867515 colhida no mesmo período, em áreas comerciais dessa unidade, verifica-se que a CTC4 proporcionou um incremento de 3,4 t ATR/ha, o que corresponde a um rendimento 10% superior ao padrão utilizado.
Esses dados ratificam o diferencial de longevidade da variedade CTC4 e a segurança que ela proporciona à produtividade dos canaviais. As intenções de plantio das usinas Alvorada, Boa Vista, Goiasa, Itamarati e Jalles Machado evidenciam que a CTC4 será uma das variedades mais plantadas na safra 2012/2013.
Nessas usinas, a área de ocupação prevista para a CTC4 é, respectivamente, 30%, 16%, 22%, 17% e 20% da área total de plantio. Em função dos excelentes resultados apresentados, a CTC4 consolidou sua posição de destaque nas regiões canavieiras de maior déficit hídrico. O desempenho das variedades CTC nas últimas safras está garantindo a segurança necessária para que as equipes técnicas das unidades invistam e acelerem na multiplicação desses materiais.
A seguir, a opinião do Engenheiro Agrônomo Vinícius Souza Tavares, coordenador de qualidade agrícola da Usina Boa Vista (Nova Fronteira Bioenergia), sobre a CTC4:
• Quais os principais benefícios da CTC4?
VST: Apresenta excelente perfilhamento e fechamento, nasce muito bem no plantio mecanizado e tem ótima brotação de soqueira sob a palha. Além disso, tolera bem a seca, com destaque para sua estabilidade e longevidade, características importantes na região em que estamos instalados (Quirinópolis/GO).
• Como a CTC4 se comportou nas últimas safras?
VST: A CTC4 se comportou muito bem, mesmo com as secas que passamos em 2010 e 2011. Tivemos áreas de quarto corte mecanizado produzindo 100 toneladas de cana por hectare, num período no qual outros materiais nas mesmas condições estavam com produtividade bem menor.
• Quais os ambientes de produção e épocas de colheita indicados para a CTC4?
VST: A colheita deve ser entre junho e setembro, ou seja, mais focada no meio de safra. Quanto aos ambientes, estamos alocando, de preferência, em solos de alta e média fertilidade. Nos ambientes mais restritivos (até D), conseguimos ainda aproveitar a variedade em áreas cultivadas anteriormente com grãos ou onde fazemos uso de resíduos industriais (ex.: torta de filtro).
Para utilização nos ambientes mais restritivos, destaque para as variedades CTC9, CTC17 e CTC18, que são ótimas opções para o início de safra, além da variedade CTC15, que vem se consolidando para dividir espaço com a RB867515 nos ambientes D e E colhidos no meio de safra.
O desempenho da CTC18 na Usina Jalles Machado, localizada no município de Goianésia/GO, região com um dos maiores índices de déficit hídrico do Centro-Sul, comprova a tolerância à seca e a boa adaptação da variedade às condições climáticas restritivas. Buscando superar os desafios de se produzir cana-de-açúcar nessa região, a Jalles Machado tem investido na diversificação do seu plantel varietal, utilizando variedades modernas, mais adaptadas à mecanização e às condições edafoclimáticas locais.
Essa prática tem ajudado a unidade a conseguir resultados agroindustriais que aumentam sua competitividade dentro dos mercados interno e externo e asseguram sua sustentabilidade no setor. No manejo adotado pela usina, a CTC18 está sendo usada para a colheita em ambientes restritivos, no início e meio de safra.
Comparado o resultado acumulado do 1º e 2º cortes da CTC18, colhidos entre abril e agosto de 2010, com a média de todas as demais variedades comerciais colhidas na Usina Jalles Machado na mesma época, verifica-se que essa variedade proporcionou um incremento de 2,3 t ATR/ha no acumulado dos dois cortes, representando um rendimento 8,5% superior à média das outras variedades.
Na sequência, o depoimento da Engenheira Agrônoma Patrícia Rezende, gestora de planejamento e desenvolvimento corporativo nas usinas Jalles Machado e Otávio Lage:
• Quais os principais benefícios da CTC18?
PR: Como estamos numa região de elevado déficit hídrico, se trata de uma variedade que tolera bem a seca, tem bom perfilhamento e apresenta uma ótima brotação de soqueira em ambientes restritivos. Outro importante diferencial é o excelente comportamento nos sistemas de plantio e colheita mecanizados.
• Como a CTC18 se comportou nas últimas safras?
PR: Apesar da safra 2010 ter apresentado uma seca bastante pronunciada, e 2011 também ter sido um ano muito difícil, a CTC18 se comportou muito bem nesse contexto, com boa brotação sob a palha e excelente recuperação pós-seca, diferenciando-se de outras variedades nas mesmas condições.
• Quais os ambientes de produção e épocas de colheita indicados para a CTC18?
PR: Estamos alocando até mesmo nos ambientes mais restritivos, inclusive em solos rasos e com presença de cascalho. A colheita deve ser entre maio e julho, início/meio de safra. Consegue-se, ainda, antecipar com o uso de maturadores.
Em recente Dia de Campo realizado na Usina Jalles Machado, em Goianésia-GO, os presentes puderam ter uma visão do futuro ao contemplar, no campo, um grupo de clones, da já famosa “série nove mil”, extremamente adaptados às condições restritivas do local. Quando comparados aos materiais tradicionais, plantados ao lado, exibiam vigor característico de um organismo extremamente adaptado e em harmonia com o ambiente. Em breve, todos poderão contar com esses e outros materiais ainda mais modernos, adaptados e produtivos.