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Mike Sealy

Diretor da Stolthaven Santos e da Associação Brasileira de Terminais Líquidos

Op-AA-06

Tecnologia aplicada aos terminais exportadores de etanol

No ambiente de complexidade que vivem as empresas contemporâneas, as questões tecnológicas e ambientais têm obtido atenção global. Há consciência da importância de redução das emissões de poluentes à atmosfera, como, por exemplo, através da adição de Etanol a gasolina utilizada nos motores dos automóveis. Sendo o Brasil um dos maiores produtores de Etanol do mundo, o produto brasileiro é forte concorrente para atender o mercado global, em crescimento, devido ao protocolo de Kyoto, entretanto, a logística tem impacto significativo neste processo.

Entre os componentes logísticos, encontramos os terminais marítimos, com vital importância no processo. Os terminais marítimos, que prestam serviços para os pólos petroquímicos e produtores de commodities como o etanol, estão situados, em geral, próximos dos principais portos do Brasil e do mundo. Quando um terminal se propõe instalar suas atividades num porto organizado, sua principal consideração é localizar-se próximo das principais vias de acesso rodoviário e ferroviário, e não muito distante das áreas de atracação para os navios tanqueiros.

No caso do etanol, é importante considerar toda a cadeia logística e a tecnologia envolvida para assegurar sua qualidade, uma vez que os maiores centros consumidores, como Ásia, Europa, Índia e USA, definem rígidas especificações e pureza desta commodity. Pois bem, sabemos que o Etanol pode ser classificado, para nós operadores industriais, como neutro e carburante, e para podermos garantir aos produtores das usinas locais que seus produtos enquadrar-se-ão a estas especificações, os terminais necessitam adequar-se constantemente a uma prestação de serviço com garantia da qualidade assegurada.

Na concepção do projeto há que se considerar a seqüência da cadeia logística e a qualidade dos materiais que serão usados na construção dos equipamentos, para manipulação dos produtos. Isto porque, principalmente, no caso do padrão industrial, neutro e food-grad, e usa-se aço carbono para a construção dos tanques e bombas mas, para as tubulações internas entre os pontos de recebimento e carregamento (navios), o emprego do aço inoxidável está ganhando grande espaço.

O terminal da Stolthaven Santos, um dos principais prestadores de serviço das usinas independentes, que exportam Etanol do grão industrial, neutro ou food-grade, possui todas as suas linhas internas em aço inoxidável, garantindo, assim, a qualidade do produto, evitando possíveis contaminações.

Outros fatores importantes da tecnologia aplicada são os receptadores ou manifolds de descarga que, além de poder receber uma movimentação de caminhões Standard, estão capacitados para operar com o Modal Bi-Trem e Rodo-Trem, e, num futuro próximo, o modal ferroviário, contribuindo, em grandes proporções, para a redução da cadeia logística dos centros de produção aos centros de escoamento, para a exportação, ajudando a viabilizar a competitividade do etanol brasileiro no mercado mundial.

Para a garantia da manutenção da qualidade do etanol durante o processo de transporte da usina para o centro de armazenagem para exportação, é necessário a utilização de uma moderna tecnologia de controle na recepção do produto, utilizando-se de equipamento de cromatografia, ultra violeta e até de absorção atômica. Os terminais possuem laboratórios próprios e pessoal treinado para garantir a sua tecnologia receptora durante a preparação e adequação das linhas e tanques para o recebimento do Etanol industrial, neutro e food-grade.

Após este processo, serão utilizados sistemas de tecnologia avançada para receber, monitorar e controlar os referidos lotes armazenados nos tanques de terra. Para isso, utilizamos balanças de uma geração avançada de células e leitoras óticas e digitais, para que as diferenças em peso entre as usinas produtoras e os embarques finais nos navios não signifiquem perdas operacionais.

Outros métodos importantes também utilizados são os controladores de estoque nos tanques, freqüentemente aferidos e calibrados com padrões standard de alta tecnologia, como os indicadores de nível do tipo Radar. A tecnologia usada para o carregamento dos navios e a interface entre o terminal e os manifolds de bordo - pontos de conexões aos tanques do navio, através de tubulações que estão conectadas às bombas de exportação, são também de aço inoxidável, com diâmetros que podem dar vazões a aproximadamente 300TM/H, por 3 linhas independentes, trabalhando com a capacidade de até 1200TM/H.

Estas linhas são conectadas a bordo, por mangueiras fabricadas com produtos de última geração da família dos polipropilenos, teflon e outros, como o aço inoxidável. Uma das considerações operacionais é que estas mangueiras devem ser segregadas para o uso dedicado, para cada tipo de produto e qualidade de Etanol embarcado. Outro detalhe de grande importância é a tecnologia da informática disponibilizada a todas as operações do terminal.

Ela é o fator de vital importância no controle de informações e estatísticas, gerando indicadores chave de desempenho para constante avaliação dos processos envolvidos em todas as operações. A Tecnologia da Informática presta ainda um importante serviço no treinamento dos operadores da empresa, através dos simuladores de processo, permitindo o exercício de operações regulares e adaptações aos aperfeiçoamentos implantados.

É importante também salientar que as modernas tecnologias possuem um papel fundamental no controle e monitoramento do meio ambiente, na medida que monitora as emissões dos vapores que emanam dos tanques e que são enviados a um queimador de vapores de última geração. Outro processo também controlado e monitorado pelo sistema operacional são as estações de tratamentos de águas e resíduos industriais, evitando, com isso, contaminações ao meio ambiente. E para garantir a segurança operacional e patrimonial, sistemas de monitoramento estão instalados em pontos chaves e críticos, possibilitando o acompanhamento, em tempo real, através de uma central de operações dedicada, todas as operações realizadas nas instalações do terminal.