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Pedro Isamu Mizutani

Presidente da Cosan - Açúcar e Álcool

Op-AA-23

A cana-de-açúcar brasileira ganha holofotes internacionais

Os diferenciais competitivos do mercado sucroenergético brasileiro ganharam a atenção do mundo a partir do momento em que o país se consolidou como um dos maiores players do setor. Utilizando-se de matéria-prima renovável e de alto desempenho energético, essa indústria conquistou os holofotes nacionais e internacionais por fazer parte da solução nesse novo cenário de desenvolvimento sustentável.

As técnicas utilizadas no Brasil para produção de açúcar e etanol, por meio da cana-de-açúcar, são tão eficazes que a aplicação em outros continentes, como a África, já está sendo estudada. A África do Sul, por exemplo, já dispõe de avançados estudos para a produção de biocombustíveis a partir da cana-de-açúcar, com tecnologia semelhante à brasileira, mas adaptada às realidades locais.

A transferência tecnológica mostra que o trabalho pioneiro implementado pelo Brasil pode agregar valor e fornecer soluções de abastecimento limpo para diferentes regiões do mundo. Além disso, delegações de países como Japão, Suécia, Arábia Saudita, Holanda, Alemanha, México e Estados Unidos visitam frequentemente o País para conferir a qualidade de nossa produção.

Iniciativas como essas mostram que as vantagens do Brasil vão além do fato de estar localizado em uma região com clima favorável. O setor soube aproveitar seu potencial humano e tecnológico para o desenvolvimento de soluções adaptadas à nossa realidade, incluindo a flexibilização na produção das usinas, que podem ter predominância tanto de etanol como de açúcar, de acordo com a demanda de mercado.

Além disso, a energia elétrica produzida por meio do bagaço e da palha da cana-de-açúcar pode reforçar a matriz energética brasileira, em especial no período de estiagem de chuvas, como uma fonte competitiva e renovável. Com um desenvolvimento consolidado e promissor, torna-se natural o interesse de companhias multinacionais e de investidores estrangeiros pelo  mercado sucroenergético brasileiro.

Afinal, os produtos utilizam tecnologia de ponta, implementada de maneira muito eficaz por grandes players, como a Cosan. Nos últimos anos, o mercado externo tem reconhecido o etanol brasileiro como uma importante fonte de energia limpa, sustentável e economicamente viável. Em 2008, o Grupo Cosan foi uma das companhias a fechar um acordo de distribuição para a Suécia, no primeiro embarque de etanol com a verificação de critérios de sustentabilidade.

A operação comercial foi resultado de um contrato pioneiro firmado entre as usinas brasileiras Alcoeste, Cosan, Guarani e NovAmérica — hoje integrante do grupo Cosan — com a empresa sueca Sekab, a maior compradora de etanol brasileiro na Europa. É importante ressaltar ainda que as usinas foram capazes de atender às exigências do consumidor europeu, sem alterar as práticas correntes de suas operações.

A produção com critérios de sustentabilidade foi um item fundamental também para firmar, no ano passado, uma importante parceria com a Mitsubishi no fornecimento de etanol para utilização na produção de EBTE, agente oxigenante que faz a gasolina queimar de maneira mais completa e limpa. O etanol, nessa composição, substitui o metanol, dando um caráter mais limpo e sustentável ao produto final, sem abrir mão de performance.

Além do etanol, o açúcar brasileiro também desempenhou um importante papel no fornecimento mundial, em especial após a quebra de safra da Índia. Grande produtor, consumidor e exportador, o país passou a importar o produto, cujos estoques estavam em níveis baixos em todo o mundo. Atenta a essa necessidade de abastecimento, a Cosan exportou, no primeiro semestre de sua safra, 12,7 milhões de toneladas do produto, volume 26,4% superior ao mesmo período da safra anterior, tendo a Índia como destino principal, seguida de Arábia Saudita e Rússia.

Tantos acontecimentos positivos só nos fazem ter certeza de que sairão ganhando as companhias que atuarem de maneira integrada e com foco em soluções inovadoras e ágeis, sempre com atenção ao elemento humano, agilidade com disciplina e desenvolvimento do potencial de segurança em suas operações.

Com essa postura, além do respeito pelo trabalho pioneiro desenvolvido por profissionais brasileiros, os players nacionais não precisarão temer o investimento estrangeiro, que tem tudo para alavancar ainda mais esse negócio. Como detentoras de uma técnica apurada e que promove resultados eficientes, as empresas brasileiras têm tudo para trabalhar em parceria com possíveis investidores estrangeiros, compartilhando dos benefícios de uma produção limpa, renovável e alinhada com as preocupações ambientais de nossos dias.