Gerente de Marketing do Grupo Teadit
Op-AA-07
Analisando o segmento de açúcar e álcool é impossível não questionar se as informações e inovações tecnológicas, em termos de vedação, têm sido absorvidas por ele e até mesmo se têm chegado a ele. Diferentemente de outras indústrias, esse setor tem demonstrado, ao longo do tempo, certa resistência em contratar empresas especializadas para realizar intervenções nos produtos de vedação, em suas paradas de manutenção.
Diz-se que isso ocorre devido ao fato de disporem de um tempo maior para essas paradas e por isso enviam as bombas, válvulas e outros equipamentos para serem reparados em seus respectivos fabricantes ou assistência técnica que, por sua vez, nem sempre estão atualizados especificamente no item vedação. Esses equipamentos, em caso de falha, além de interromperem a produção, ainda permitem perdas de fluído e contaminação ambiental e é preciso que as empresas estejam atentas, exigindo que as empresas de reparo o façam, para que os mesmos tenham sua especificação realizada por especialistas, que identifiquem o produto de melhor selabilidade.
À usina que realiza seu próprio engaxetamento compete recorrer a um fornecedor idôneo, para auxiliá-la na correta especificação de produtos e também para capacitar seus funcionários na instalação e monitoramento, de forma a assegurar que a melhor selabilidade seja obtida. A experiência na Teadit tem demonstrado que intervenções realizadas por especialistas em vedação permitem a identificação de muitos problemas, quer de instalação de produto, de operação ou mesmo de melhorias.
Como dispõe de centros de desenvolvimento próprio, a engenharia de aplicação de produtos da empresa dedica-se a buscar ganhos de performance, analisar situações e interagir, para sugerir ao usuário o melhor produto para cada aplicação. Esse foi um método utilizado, por exemplo, para desenvolver produtos alternativos ao amianto, de uso restrito na ISO 14000, que hoje possui substitutos de performance e durabilidade superiores, em todas as aplicações.
Essa substituição foi respaldada não apenas pelo desenvolvimento de novos produtos, como pela atualização de normas internacionais e procedimentos operacionais, que visam, além da produtividade, a eficiência e a segurança das plantas. Um exemplo são os trocadores de calor que, em usinas, utilizavam elastômero como junta de vedação.
A norma TEMA é clara nesse ponto e orienta para o uso de juntas metálicas nestes equipamentos, devido à alta periculosidade que envolve um vazamento nos mesmos. Outro exemplo a ser seguido pelo setor de açúcar e álcool é o que as petroquímicas vêm realizando nos últimos anos: historicamente, devido aos riscos envolvidos, realizavam intervenções anuais em suas plantas, a despeito de que alguns equipamentos não precisassem, necessariamente, sofrer intervenção.
Com as alterações no panorama mundial, essas empresas resolveram buscar melhorias de processo para reduzir seus custos e manterem-se competitivas, passando a credenciar seus fornecedores, quer de produtos, quer de serviços, de forma mais rigorosa, para que estes lhes assegurassem, além da qualidade, maior vida útil para seus produtos. Dessa forma, os intervalos entre uma intervenção e outra foi aumentado gradativamente para 2, 5, 8 anos e agora se fala em 10 anos.
Nos pólos petroquímicos, a Teadit realizou todo o levantamento de campo necessário para otimizar a especificação ideal de cada planta, prevendo a durabilidade e selabilidade que se objetivava, incluindo: produtos, treinamento, instalação de produtos, segundo procedimentos desenvolvidos em conjunto com a ESA (European Sealing Association), FSA (Fluid Sealing Association), PVRC (Pressure Vessel Research Council) entre outros itens.
Realiza-se, em paradas, remoção total de gaxetas antigas e a instalação de novas, obtendo-se excepcionais resultados como zero vazamento na partida, em um universo de 9000 válvulas em um único evento, cuja planta segue em operação há anos, sem troca de gaxetas. São realizados testes em áreas críticas, em busca de aprovação de novos produtos que virão a serem instalados futuramente, com objetivo de durabilidade ainda maior.
Um ponto importante nesse resultado é o uso do cálculo de torque na instalação de gaxetas em válvulas, que leva em conta todos os fatores construtivos da gaxeta e as condições limites da válvula e da aplicação. Com a análise do cálculo dos fatores “m” e “y” da gaxeta, das condições operacionais e do procedimento de torque, o software informa a recomendação do torque a ser aplicado, através de memórias de cálculo.
É possível prever o desgaste através do tempo e programar com segurança uma intervenção futura. Pode-se fazer um monitoramento de emissões, prévio e posterior à intervenção, para quantificar os ganhos obtidos, através da comparação dos relatórios de monitoramento e do nível de vazamento detectado no primeiro e no segundo momento e calcular, em volume e em valor, o total de redução de perdas e a selabilidade obtida.
O monitoramento periódico e freqüente permite que esses ganhos operacionais, de fluído e ambientais, sejam apurados e reportados de forma segura. Não se trata mais de intervenção empírica anual para evitar o risco de uma falha futura. O conceito, agora, trata de controle científico de equipamentos com produtos aplicados de forma controlada e planejada, para tempo conhecido de durabilidade, com segurança operacional e ambiental, além de real redução de custos.