Diretor Geral da Renner Herrmann
Op-AA-07
Até há pouco tempo, uma marca consolidada no ramo de anticorrosivos necessitava, principalmente, de ótimo desempenho de seus produtos e de aumento significativo do tempo de vida útil do equipamento ou da estrutura aplicada. Poluição, efeitos comprometedores em trabalhadores e no meio ambiente não eram levados em consideração, pois pouca relevância era dada a estes quesitos.
As constantes pesquisas relacionadas à degradação de nosso meio ambiente, assim como a preocupação com o contato de produtos nocivos, fizeram com que a indústria de tintas anticorrosivas passasse a buscar um avanço tecnológico para minimização de tais efeitos nocivos. As restrições impostas no exterior, principalmente nos EUA e na Europa, em relação à quantidade de solventes emanados (VOC), fizeram com que fabricantes e usuários optassem por produtos com baixo VOC, obviamente visando minimizar a poluição com solventes.
Além dessas restrições a VOC, a pigmentação com metais pesados também vem sendo restrita e proibida em várias empresas, com foco na qualidade operacional e ambiental. Outro dado importante, relacionado a tratamento de superfície, refere-se ao jateamento abrasivo com areia seca, que é um dos mais tradicionais e eficientes métodos de preparação de superfície. A doença operacional causada pelo método, Silicose, inutiliza o operador.
Ante a esta agressividade, outros métodos foram sendo implantados, como o jateamento com areia úmida, e a substituição da areia por outros abrasivos, como granalhas de aço, óxido de alumínio, escórias de cobre, etc. A mais recente alternativa, o hidrojateamento, vem sendo utilizado cada vez mais, devido aos ótimos resultados e apelo ecológico.
Ressaltamos, porém, que o hidrojateamento somente regenera o perfil de rugosidade da superfície adquirida na pintura original e remove corrosão e pinturas em mau estado. O hidrojateamento pode ser executado em paralelo com serviços de caldeiraria, reparos elétricos e pintura. Isto leva a uma redução do prazo da obra e a uma conseqüente diminuição nos custos. Outro fato relevante é o de sais solúveis, como cloretos e sulfetos, ficam na faixa de 0,97 a 2,10 g/cm2, enquanto no jateamento com areia seca, variam entre 15,00 e 25,0 g/cm2 (5). A contaminação do substrato com sais solúveis é um dos fatores mais importantes no caso de corrosão prematura.
Em um momento decisivo, resolvemos direcionar esforços para a produção de produtos menos agressivos, garantindo durabilidade e facilidade de aplicação. Entre as várias fases de estudos comparativos, entre produtos base água e aqueles de menor teor ou isentos de VOC, foram feitos de produtos de baixo VOC e No VOC.
Além de uma performance infinitamente superior dos produtos No VOC, acreditamos ser muito melhor produzirmos tintas com produtos especialmente fabricados para a finalidade de coatings, ao invés de utilizarmos água, um bem de consumo cada vez mais raro, contribuindo, assim, para nosso ecossistema. A fabricação de produtos de baixo VOC não é novidade na Renner. Produtos com altos níveis de sólidos em epóxi são produzidos há mais de 15 anos, como o Oxibar DST 535, com 80% de sólidos por volume.
A preocupação em ofertar ao mercado produtos cada vez menos agressivos, tanto em solventes, quanto em pigmentação, gerou sucessivas pesquisas e procura por matérias-primas alternativas, que pudessem melhorar a qualidade nos locais de aplicação e no meio ambiente, garantindo boa aplicabilidade e performance. A evolução desta tecnologia de alto sólido levou a uma nova geração de produtos.
Hoje, oferecemos ao mercado o produto Revran ECO NVC 997, com mais de 1.000.000 m² de aplicação em obras offshore, ambientes hospitalares, refeitórios e tanques de água potável. Este produto tem características únicas. A aplicação sobre superfícies úmidas o faz totalmente compatível com o hidrojateamento, permitindo que seja aplicado logo após sua execução sobre a superfície úmida, evitando a recontaminação desta pelos sais solúveis.
A aplicação wet-on-wet (úmido sobre úmido), permite que se complete um esquema de pintura de 600µm em apenas uma jornada de trabalho, sem prejudicar a performance anticorrosiva. Outro dado importantíssimo é a aplicação até 100% de URA. A mudança foi possível com a utilização de matérias-primas diferenciadas, de menor peso molecular; moléculas de características reativas e baixa viscosidade; assim como aditivos convencionados superdispersores.
A obtenção de resultados significativamente positivos, com produtos isentos de VOC, em sinergia com pigmentação destituída de metais pesados e tratamento de superfície, utilizado com umidade residual e superfícies totalmente molhadas, demonstram a possibilidade de aplicação de um sistema anti-corrosivo e de alta resistência química, com performance superior, mantendo total respeito ao ser humano e ao meio ambiente.
A superioridade destes produtos, ante aos anteriores, são visíveis e constituem uma quebra de paradigmas em um sistema de pintura, quanto a URA, tratamento de superfície e durabilidade. Conseguimos aliar estes novos conceitos a produtos de tecnologia totalmente desenvolvida em nossos laboratórios, e, principalmente, contribuir para a melhora significativa no ambiente de trabalho e para uma vida mais prolongada de nosso planeta. As gerações futuras certamente nos agradecerão pela atenção dada a este assunto.