Grupo Corona
Op-AA-03
A conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento - Unctad, prevê que o Brasil será o maior país agrícola do mundo em dez anos. Pelos indicadores que o setor vem apresentando, tudo indica que estamos seguindo para esse caminho. Os negócios agropecuários vêm ultrapassando todas as fronteiras agrícolas conhecidas e incorporando modernas tecnologias de produção e sistemáticos aumentos de produtividade.
Este pode ser um dos mais marcantes fenômenos observados na agricultura brasileira nas últimas décadas. Os resultados obtidos nos últimos anos nos colocam entre os líderes nos mercados de açúcar, soja, frango, boi, suco de laranja, algodão e café. Paralelamente a essas revoluções, todos os integrantes da cadeia produtiva estão se aglomerando ao redor deste centro de pujança atendendo assim aos princípios da racionalidade econômica.
A fonte motivadora é a busca de uma otimização na redução dos custos. Neste contexto, é necessário incrementar a competitividade dos produtos nacionais, o que implica não somente na redução de custos referentes às operações de exportação, mas também na redução de espaços para as tentativas de avanços de nossos concorrentes nos mercados recém conquistados.
O Ministério da Agricultura já admitiu que o agronegócio pode enfrentar sérios problemas de escoamento por causa da falta de investimentos no setor. A agricultura é justamente a que mais sofre com a ineficiência dos canais de transporte, cujas precariedades são responsáveis por um prejuízo correspondente a 16% do PIB. O gargalo logístico envolve praticamente toda a infra-estrutura de transporte do país.
De acordo com a Confederação Nacional dos Transportes, 82% das estradas brasileiras apresentam sérias deficiências, dentre eles o fato de que mais de 8 mil Km encontram-se com buracos e afundamentos. Isto acarretou na diminuição da velocidade média de nossos caminhões em 40% nos últimos cinco anos, forçando com que haja a necessidade de uma frota 40% maior para o transporte do mesmo volume de carga, em um universo onde 60% da carga geral, em toneladas por quilometro rodado, foi transportada por rodovias e somente, 20% por ferrovias.
Em função do alto endividamento do setor público, no médio prazo, as restrições ao investimento serão cada vez maiores. A solução atenuadora talvez venha das PPP´s, mas sozinhas não serão suficientes para reverter o quadro atual. O setor deve se esforçar em busca da eficiência e da eficácia e medir os resultados através de três tipos de medidas de desempenho:
A forma com que cada unidade produtora gerencia o processo de produção e o caminho que o produto acabado percorre até chegar ao local de destino faz a diferença. Uma das principais funções da logística é aquela de explorar os trade-offs para minimizar os custos e maximizar a lucratividade da empresa. Na avaliação dos trade-offs, uma atenção especial precisa ser dada aos conceitos-chaves do gerenciamento dos canais, a saber, quanto valor está sendo agregado e qual o custo da operação.
Nesse sentido as agroindústrias podem agregar sinergias através do compartilhamento de informação e escala, o que pode significar economias na logística de todo o setor. Este seria um momento oportuno para que as usinas se organizem no intuito de monitorar e compartilhar o mercado de fretes e outros elementos inerentes à logística.
Para tal, a concentração de carga em corredores de transportes e a contratação conjunta de todos os elementos envolvidos na logística resultariam em uma economia de escala e na racionalização dos custos de cada unidade produtora. Por possuir um número reduzido de demandantes, representado pelas usinas, formando algumas vezes um oligopsônio relativamente bem estruturado em sua logística, dentre os principais benefícios imediatos a serem observados, destaca-se a oportunidade de se ter em uma mesma mesa, os principais demandantes regionais de fretes para o balizamento de tomadas de decisão, com relação à logística daquela região.
Em seguida, as empresas deverão avaliar a possibilidade de unificar suas áreas logísticas em um mesmo centro regional, o que traria uma verdadeira revolução em termos de capacidade de racionalização dos custos. Existem diversos motivos que levariam à unificação das operações logísticas:
O grande potencial permitiria uma formidável redução de custos para as agroindústrias, ao mesmo tempo em que racionalizaria a logística de todos os envolvidos na cadeia produtora, aumentando a oferta e disponibilidade dos serviços demandados.