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Everton Luiz Carpanezi

Superintendente de Operações Agroindustriais da Tereos

OpAA69

Transformação digital alavancando resultados
No mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo), as mudanças são cada vez mais constantes. Aliado a isso, estamos vivendo a Quarta Revolução Industrial, também chamada de inovação radical, que muda tudo o que pensamos e fazemos, onde há transformações. Muitas vezes, as pessoas confundem a Indústria 4.0 com a simples adoção de novas tecnologias. Mas não, ela é uma mudança no cenário econômico, é muito mais do que tecnologia, é um novo mindset, uma nova condição de interpretar o negócio. Os modelos de negócios estão mudando, e o setor sucroenergético também tem sido fortemente afetado pela Indústria 4.0. 

Nesse cenário, a Tereos tem investido em tecnologias digitais, como inteligência artificial, Big Data, advanced analytics, gêmeo digital, otimizador em tempo real e Internet das Coisas (IoT). Termos estes cada vez mais presentes na organização e que já trouxeram resultados estratégicos para o negócio. A transformação digital é prioridade na Tereos, que segue transformando suas operações industriais, com diversas frentes de investimentos em iniciativas para fortalecer a Indústria 4.0. A unidade Cruz Alta foi a primeira a receber esse programa, que resulta em ganhos operacionais, melhora na segurança, entre outros benefícios.
 
Em 2019, a unidade Cruz Alta, pertencente à subsidiária Tereos Açúcar & Energia Brasil e localizada no município paulista de Olímpia, foi escolhida para sediar o projeto-piloto do Programa Indústria 4.0 da companhia. Essa “usina do futuro” visa à otimização da organização do trabalho, graças a uma visão, em tempo real, dos indicadores de produção.

Além de unir todos os trabalhos de automação, esse programa procurou também introduzir os conceitos e as tecnologias da Indústria 4.0, de maneira organizada e estruturada, dentro do nosso modelo de produção, visando alavancar a performance das operações industriais.

Durante o projeto-piloto, a Usina Cruz Alta incorporou diversas iniciativas digitais dentro de seu processo produtivo, como a modelização dos fluxos de produção de açúcar, energia e etanol, a fim de obter uma visão completa da produção da usina e simular parâmetros de desempenho; o uso de dados para otimizar e reduzir a variabilidade dos processos de produção; além de reconhecimento facial na entrada da usina, sistema de distribuição automatizado dos equipamentos de proteção e digitalização de diversas tarefas administrativas. 

Os benefícios da tecnologia podem ser vistos desde a chegada do colaborador à Unidade Cruz Alta. O acesso à planta é feito por reconhecimento facial, a retirada dos equipamentos de segurança é automatizada e, mais do que isso, em sua rotina. O funcionário 4.0 conta com processos mais ágeis, integrados e que permitem tomadas de decisão em tempo real, o que facilita sua atividade e nos permite alcançar maior produtividade.

“O setor sucroenergético é um ambiente de cadeias complexas e que envolve desde as incertezas climáticas das atividades agrícolas até infraestrutura logística. Por isso a disponibilidade dos dados na nuvem, combinada às soluções de inteligência analítica, é uma importante aliada do nosso negócio, trazendo mais agilidade para a tomada de decisão”, comenta Pierre Santoul, diretor-presidente da Tereos no Brasil. 

Na figura abaixo, temos alguns dos principais projetos de transformação digital espalhados em todas as áreas do processo industrial. Para sustentar as iniciativas mencionadas na figura em destaque, expandimos o nosso sistema de monitoramento de dados em tempo real para 30 mil dados. E isso tem permitido integrar dados da rede corporativa com os dados da operação, apoiando novas oportunidades de negócios. Estamos nos preparando para o futuro. E isso tem tudo a ver com obter os dados certos às pessoas certas no momento certo. Com esses dados, nós capacitamos os engenheiros e operadores, aceleramos o trabalho de analistas e cientistas de dados com decisões baseadas em dados e apoiamos novas oportunidades de negócios. 



 
Um exemplo disso é a Torre de Controle de Manutenção, que nos fornece o status de 460 equipamentos de nossas unidades. Esse acompanhamento não só permite a redução dos custos de manutenção, como também o melhor aproveitamento dos nossos recursos e a otimização da nossa produção. Dentro da iniciativa de visão integrada do processo, a Tereos desenvolveu um robô virtual que monitora 30 mil dados das 7 unidades industriais no Brasil, disparando alertas para que os colaboradores acompanhem alguma situação que exija ação imediata, além de enviar relatórios de desempenho ao longo do dia. Mas nem só de cobranças vive o robô: ele também parabeniza a unidade quando alguma meta do dia é atingida. Por exemplo, meta do dia de moagem, produção de etanol, açúcar e exportação de energia.

Outra iniciativa foi o desenvolvimento de uma assistente virtual. Essa questão de assistente virtual é algo antigo de filmes como Star Trek, em 1982, e Blade Runner, que já mostravam computadores conversando com humanos. Esses assistentes virtuais estão entrando rapidamente em nossas casas, e pensamos "por que não utilizar na Tereos?". O que possibilitou a implantação dessa tecnologia na Tereos foram duas tecnologias da I4.0: computação na nuvem e tecnologia de inteligência artificial para reconhecimento de voz. Com a assistente, conseguimos saber sobre o nosso processo de forma remota e, com certeza, ser mais ágeis, já que temos dezenas de softwares, e o acesso à informação nem sempre é fácil.  



Como benefícios gerais, a Tereos destaca melhora na segurança, qualidade e rastreabilidade da operação; maior regularidade da produção; aumento da competividade, melhor integração entre os diferentes processos e ganhos de eficiência na planta como um todo.

Após esse período de testes, foi iniciada a expansão do programa para outras unidades. E, por último, vimos a importância de não só pensar em tecnologia, não só como os negócios, como os dados e os robôs influenciam tudo isso, mas, principalmente, como impacta a nossa experiência, que é tão importante para transformar tudo isso. Sabemos que passar pelo processo de transformação digital tem muito mais a ver com pessoas e habilidade do que especificamente com a tecnologia. A tecnologia representa 10% só do que vamos viver, 30% são mudar os processos e a forma com que a gente trabalha e 60% são pessoas e habilidades. Se não tivermos as pessoas no centro, dificilmente vamos chegar aos grandes desafios que nós buscamos.