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José Luiz Castrese

Presidente da Gevisa Sistemas Industriais

Op-AA-06

A cogeração é um alavancador da oferta de energia

O sistema elétrico nacional ainda não se deu conta do grande potencial energético advindo da geração de energia, por biomassa. Esta, além de ser uma grande oportunidade renovável de aumento da oferta de energia elétrica, proporciona uma economia no uso de recursos naturais, tendo em vista que utiliza sobras da produção de açúcar e álcool.

Deve ser permitido, aos investidores, angariar os recursos necessários para a realização dos investimentos, que visam a cogeração, a partir da biomassa. O fortalecimento de programas como o Proinfa é fundamental neste processo. Estamos começando a enxergar movimentos nesta direção, tal como a publicação da medida provisória nº 384/2005, que dá maior confortabilidade aos investidores, com a garantia da comercialização da oferta.

A cogeração mostra-se extremamente atrativa ao investidor, pois melhora a produtividade com o uso das sobras - bagaço de cana, e proporciona um aumento da receita, com a comercialização da energia excedente. A biomassa ou bagaço da cana-de-açúcar é usada como combustível para alimentar as caldeiras, que produzem o vapor necessário para movimentar as turbinas que, por sua vez, movimentam os geradores, transformando, desta maneira, a energia mecânica em elétrica.

Esta energia elétrica é usada para abastecer as necessidades da usina e o excedente pode ser comercializado através do sistema elétrico nacional ou das concessionárias de energia elétrica locais. Devido às constantes pressões do preço do petróleo, aliado ao fato de que este não é uma fonte renovável de energia, as perspectivas de crescimento do setor sucroalcooleiro são enormes, principalmente, em relação à produção de álcool. Podemos constatar tal fato pelos recentes lançamentos dos carros bicombustíveis.

Com o aumento da produção, os usineiros tornam-se mais inclinados a reinvestirem os ganhos em seus negócios. Há um aumento das sobras e cresce também a demanda por energia elétrica. Nesta conjuntura, o desejo de investimento em cogeração toma maior proporção. O Brasil tem utilizado grande parte de seu potencial hídrico, entretanto, a incerteza das chuvas não dá a solidez necessária para garantir o constante abastecimento de energia.

Aliado a isso, espera-se que o país tenha um crescimento orgânico anual e entendemos que os recursos de fontes de energia, hoje disponíveis, não são suficientes para dar vazão a tal crescimento, significando que o país tem que alinhar a sua infra-estrutura ou teremos novamente um colapso, como o ocorrido há alguns anos. Neste contexto, mais uma vez, a biomassa pode ser considerada como uma fonte de grande importância.

Os investimentos necessários para a implantação de uma PCB - Pequena Central de Biomassa, são ínfimos quando comparados aos investimentos de uma PCH - Pequena Central Hidroelétrica, em função da movimentação de terra necessária, desvio de rios, construção da barragem, túnel e canal, movimentação de flora e fauna, realocação de moradias, obtenção de licença ambiental, que pode levar vários anos, enfim, a PCH determina um impacto ambiental significativo e demanda um longo tempo para a sua conclusão, ou seja, novamente a cogeração através da biomassa é um excelente elemento alavancador da oferta de energia elétrica.

A General Electric está presente em todas as iniciativas de geração de energia, tais como: nuclear, hidráulica, gás natural, eólica e não poderia deixar de estar presente na biomassa. A GE fabrica máquinas rotativas há mais de 100 anos e, especialmente, para atender esta demanda da biomassa, fabrica geradores em sua fábrica em Campinas, chamada Gevisa, de 1800 RPM, com uma ampla faixa de potência, até 40MW, com a mais alta tecnologia conhecida no mundo, advinda de centros de excelência tecnológica, localizados nos Estados Unidos, Canadá e Índia.

Geradores para esta aplicação alcançam uma velocidade de 1800 RPM, é considerada alta, e estão sujeitos a forças centrífugas maiores que 1500 G’s. É essencial que o rotor tenha condições de suportar tamanhos esforços mecânicos e térmicos. Nesta conjuntura, a GE recomenda fortemente que sejam utilizados rotores de pólo sólido em geradores cujas potências sejam superiores a 10MW, de forma a garantir a integridade do conjunto, onde o pólo faz parte do eixo, ou seja, os pólos e eixo são usinados, a partir de uma peça única.

Além disso, as bobinas rotóricas são construídas com barras retangulares, sendo prensadas e curadas de forma a manterem suas dimensões de projeto, resultando num rotor com alta estabilidade mecânica. Devido à grande velocidade, massa e esforços, rotores normais podem ter partes desprendidas, causando danos significativos ao gerador e, conseqüentemente, ao investimento realizado. Os geradores com rotores de pólos sólidos proporcionam maior rendimento, permitindo que o investidor possa vender mais energia. Associado a isto, tem-se o retorno do investimento muito mais rapidamente.

Normalmente, os contratos assinados de cogeração possuem cláusulas de penalidades ao investidor, caso não seja fornecida a energia elétrica contratada. Diante deste cenário, é de suma importância que o investidor analise todas as questões técnicas inerentes ao projeto, dando preferência para geradores mais robustos e com maior nível de rendimento.