Governador do EStado de Goiás
Op-AA-39
É quase uma unanimidade nacional que os problemas de infraestrutura e logística sejam um dos maiores obstáculos para o crescimento econômico do Brasil. A precariedade da logística de escoamento da produção provoca um significativo aumento de custos. Os produtores agrícolas e industriais brasileiros têm se esforçado e investido bastante para aumentar a eficiência e ganhar produtividade. Contudo boa parte dos ganhos de competitividade acaba sendo neutralizada pelas perdas provocadas no escoamento da produção, seja pelos altos custos do transporte rodoviário, seja pelo caos portuário que o País enfrenta.
O Centro-Oeste brasileiro – um dos principais celeiros de produção de alimentos do mundo –, por estar mais longe dos portos, é o que mais sofre com os problemas de infraestrutura e logística. Para ilustrar, quero dar como exemplo o caso da produção sucroenergética do estado de Goiás. Na safra 2006/2007, a produção de cana-de-açúcar representava 3,8% da produção nacional. Apenas cinco safras depois, em 2011/2012, a produção canavieira já era de 8,1% do total brasileiro.
O zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar, desenvolvido pela Embrapa em 2009, demonstrou um grande potencial de expansão da atividade canavieira no Centro-Oeste do Brasil. Nesse estudo, dentre todos os estados brasileiros, Goiás é o que apresenta a maior extensão de áreas aptas ao cultivo da cana-de-açúcar e a maior extensão de áreas aptas ainda não cultivadas com cana. Portanto pode-se dizer que, sob o aspecto da disponibilidade de terras, o estado apresenta o maior potencial de crescimento do setor sucroenergético do País. Mas, para concretizar esse potencial e atrair os investimentos necessários, é preciso que haja uma boa infraestrutura para escoamento da produção.
Recentemente, o governo de Goiás participou da elaboração de um estudo estratégico para as principais cadeias produtivas do agronegócio, em um projeto liderado pela Federação das Indústrias do Estado de Goiás denominado “Construindo o futuro do agronegócio em Goiás”. Em uma de suas conclusões, esse estudo aponta para as principais ações que precisam ser desenvolvidas para melhorar a eficiência da infraestrutura e da logística da cadeia produtiva sucroenergética. Nele, “sugerem-se ações para minimizar os custos resultantes dos gargalos de infraestrutura logística. Para tanto, essas ações devem atacar tanto as ineficiências na distribuição quanto as ineficiências logísticas dentro das propriedades/empresas”.
Ao investir nessa expansão, os empreendedores do segmento esperam a contrapartida de investimentos do Governo Federal em infraestrutura. Há a previsão de construção de dutovia entre o Centro-Oeste e os principais portos do Sudeste. Também aguardamos com expectativa a conclusão da Ferrovia Norte-Sul, além do início da construção da Ferrovia Leste-Oeste.
As obras não saíram nos prazos previstos, e boa parte do valor criado nos diferentes elos da cadeia produtiva está sendo destruída antes que o etanol e o açúcar goianos cheguem aos consumidores nacionais e estrangeiros. Temos a certeza, no entanto, de que essas obras serão concluídas, porque são prioridade para os governos Federal e estaduais. Sua conclusão vai dar um novo impulso à economia regional, reforçadas pelos investimentos realizados pelos estados, entre eles Goiás.
No que tange à responsabilidade do governo de Goiás, estamos fazendo a nossa parte, com grandes investimentos na malha rodoviária estadual. Está em andamento, atualmente em nosso estado, um dos maiores programas de pavimentação de rodovias do País, o Programa Rodovida. Através dele, estamos construindo ou reconstruindo mais de 6.000 km de rodovias em Goiás.
Também estamos investindo na duplicação das rodovias estaduais de maior fluxo de veículos, construindo novos viadutos, investindo na iluminação das principais rodovias e na reforma e na implantação de novos aeródromos, para reforçar a aviação regional, especialmente nos municípios com grandes participações no Produto Interno Bruto (PIB) industrial e agroindustrial. Em Anápolis, as obras do Aeroporto de Cargas estão em estágio avançado. A pista, com 3.300 metros, poderá receber os maiores aviões cargueiros do mundo.
Esses investimentos já estão colaborando tanto para reduzir custos de transporte entre as lavouras e as indústrias quanto para reduzir os custos de frete de etanol e açúcar para outros estados. Mas, como vimos, persistem outros problemas, como o alto custo da logística de escoamento da produção para as exportações, o gargalo portuário, dentre outros.
Portanto é chegada a hora de o Brasil enfrentar esses problemas, investindo mais em infraestrutura e logística. Somente assim alcançaremos o crescimento econômico necessário para conquistar o desenvolvimento social de que a população brasileira precisa e o qual merece.