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Marcelo Mancini Stella

Vice-presidente da área Comercial, Logística, Suprimentos e Energia da Atvos

Op-AA-59

Estamos prontos
Poucos setores têm um impacto social, econômico e ambiental tão positivo como o sucroenergético. Temos um papel muito importante na transformação dos municípios, com a geração de empregos, a formação de mão de obra especializada, o recolhimento de impostos e tributos, entre outros inúmeros benefícios provenientes da instalação de uma unidade agroindustrial.
 
No caso da Atvos, essa transformação é ainda mais relevante por estarmos nas novas fronteiras agrícolas do Brasil. Não à toa, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) dos municípios nos quais estamos presentes tiveram um crescimento exponencial desde nossa chegada.
 
No mês de janeiro, o Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, divulgou um levantamento, com base em dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que mostra um crescimento médio de 9,81% no PIB –Produto Interno Bruto, dos municípios agrícolas do Brasil, no período de 2014 a 2016. O cálculo se baseia nos dados dos cem maiores PIBs agropecuários do País. De acordo com o levantamento, Nova Alvorada do Sul e Rio Brilhante-MS, ambos municípios com unidades da Atvos, estão entre os dez que registraram maior crescimento no período.
 
Além do impacto local, o setor sucroenergético é muito relevante para a balança comercial brasileira, na medida em que o açúcar está entre os pricipais itens da pauta de exportações do País e o etanol reduz a necessidade de importação de gasolina. Transcendendo os atributos sociais e econômicos, cabe destacar os benefícios ambientais do etanol e da bioenergia. Em um mundo em que se discute a descarbonização da economia e em como combater o aquecimento global, etanol e bioenergia são uma excelente opção. Isso sem falarmos na questão da saúde pública, já que o uso do etanol, comprovadamente, contribui para mitigar as doenças associadas à poluição.
 
No entanto, apesar desses atributos amplamente reconhecidos e comprovados, o governo Dilma prejudicou de maneira significativa o setor, com o congelamento dos preços de gasolina por mais de quatro anos, o que provocou um elevado endividamento do setor e o fechamento de dezenas de usinas.
 
No âmbito da concorrência internacional, temos uma agenda desafiadora, resultante de barreiras tarifárias, salvaguardas e subsídios, como ocorre com o açúcar, na Índia, na Europa e no Paquistão, e com o etanol de milho, nos Estados Unidos. São mecanismos que criam grandes desequilíbrios nos fluxos de importação e de exportação e que merecem atenção especial do nosso governo.
 
O setor de bioenergia brasileiro está preparado para competir mundo afora, em bases comparáveis e isonômicas. O Brasil é líder mundial na produção de etanol e açúcar a partir da cana-de-açúcar, com os custos mais baixos do planeta, fruto, entre outras coisas, dos permanentes investimentos em pesquisa e em desenvolvimento. 
 
Isso tudo cria um ambiente de negócios favorável, que vai ao encontro da orientação liberal do novo governo, delineando duas agendas importantes que abrem boas perspectivas e permitem enxergar o futuro sob um prisma mais otimista. São elas:
1) a manutenção da política de preços de combustíveis da Petrobras, alinhada a preços internacionais e
2) a implementação do RenovaBio, que promove a valorização dos biocombustíveis com visão de longo prazo, criando um ambiente para investimentos no setor. 
 
Em relação à Atvos, somos uma empresa com pouco mais de 10 anos, focada preponderantemente em bioenergia. Nossa receita é formada por 75% de etanol, 15% de açúcar e 10% de energia elétrica. Temos feito a lição de casa para nos colocarmos entre as melhores empresas do setor, dando muita atenção aos benchmarks. A empresa vem com um histórico consistente de ganho de produtividade e de redução de custos, uma cultura de excelência em SSMA (Saúde, Segurança e Meio Ambiente) e gestão de riscos, além de um respeito absoluto aos integrantes, clientes, fornecedores e demais parceiros, valorizando relações equilibradas e de longo prazo.
 
Neste momento, estamos nos preparando para o início de uma nova fase. O processo de reestruturação financeira da Atvos deixará a empresa menos alavancada, com estrutura de capital otimizada e maior capacidade de investimento, permitindo, assim, a expansão de nossos canaviais com a ocupação de 100% de nossa capacidade industrial e a duplicação do Ebitda (sigla em inglês para lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Estamos confiantes nos bons ventos que sopram na condução do Brasil, no desenvolvimento do setor e na consolidação da Atvos.