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Sebastião Henrique Rodrigues Gomes

Superintendente Administrativo do Grupo Açúcar Guarani

Op-AA-20

O mundo corporativo nunca mais será o mesmo

Apesar das nossas experiências acontecerem nos negócios corporativos, fusões foram realizadas, ao longo da história da humanidade, sob variadas formas e amplitudes. Alexandre, o Grande, por exemplo, teve como propósito a união da cultura oriental com a ocidental. E este, não foi um caso único. O tema tende a ser uma obra interminável.

Na era da revolução industrial, muitos processos ganharam viabilidade, graças à fusão de atividades e compatibilidade com a escala de produção, em relação à demanda e mercados. Sob o ponto de vista econômico, o mundo capitalista requer que os ciclos sejam monitorados, de forma clara e transparente, e o gerenciamento de riscos, mais intensificado para ações preventivas, visando evitar situações como a que vivemos recentemente.

Deflagrada a partir das corporações dos EUA, a crise contaminou os demais sistemas financeiros, atingindo todos os blocos econômicos do planeta. No Brasil, interrompeu ou suspendeu o tão esperado ciclo do crescimento, demonstrando que nossa economia não estava tão preparada e resistente. Na verdade, estamos vivenciando um momento de aprendizado importante para quando o equilíbrio for retomado.

As fusões de empreendimentos e negócios apresentam-se como soluções para alguns segmentos, notadamente no setor sucroenergético, cuja estratégia para conquistar o mercado mundial deverá ser o caminho da consolidação, com elevado grau de profissionalização e otimização da capacidade produtiva. Não há mais dúvidas que somos os mais competitivos, porém, creio haver a necessidade de uma ruptura no conceito de que outros países não possam disputar este mercado.

O fato de haver um único fornecedor assusta qualquer cliente, pela dependência e supremacia, principalmente quando falamos de recursos energéticos, muitas vezes básicos à sobrevivência. Com estas medidas, a adoção de gestão estruturada para o mercado aberto, além de inovar em aspectos operacionais (produção contínua) este segmento deverá decolar e estabelecer um modelo com menor volatilidade.

A energia renovável sensibilizou o mundo, e será explorada nas mais variadas formas, sendo a grande porta de oportunidade para os grupos brasileiros, porém, ainda temos pontos que precisam ser fortalecidos para a sustentabilidade dos negócios e mercados. Planejamento é um desses pontos. E não paramos por aí, serão necessárias muitas outras inovações.

As fusões das instituções financeiras, realizadas nos últimos tempos, prosseguem com resultados satisfatórios aos seus acionistas, demonstrando tratar-se de um instrumento importante, em solução de continuidade. Há algum tempo, tive a oportunidade de presenciar um programa destinado a micro e pequenas empresas, denominado Unir para Crescer.

Quando o valor agregado for real, percebido, e fácil de ser monitorado, as chances de êxito são enormes, contudo, o ponto-chave para completar este sucesso está nas pessoas. A natureza humana ainda representa a maior parte do diferencial competitivo das empresas. Os dois extremos da estabilidade e da instabilidade, na maioria das vezes, são disparados pelo ser humano, assim, a expertise, complementação de negócios, tradições, rupturas ou choques, devem ser conduzidos por lideranças claras, com fortalecimento do clima organizacional, voltado ao sentido de equipe, com orientação e foco no resultado.

É como dirigir um carro com câmbio mecânico e passar para um câmbio automático. É preciso mudar o comportamento, eliminar o costume de colocar a mão na alavanca ou acionar o segundo pedal inexistente, além de controlar a pressão do acelerador para um ritmo adequado da relação resultado/benefício. Fusões galgadas em influências políticas, combinação de regras interdependentes ou ganhos fiscais e tributários, tendem a não ser duradouras. As novas estruturas organizacionais, tais como empresa virtual, fábrica-sem-fábrica, também são formas de fusões e consolidações.

Por outro lado, quando a integração de negócios ou de empreendimentos for realizada na forma de aquisição, as estratégias a serem adotadas diferem das fusões em vários aspectos. Com os mesmos elementos básicos, como pessoas, tecnologia, processos, arquitetura organizacional, etc, geralmente se emprega o conceito de fazer mais com menos, com tendência gerencial a learning organization e disciplina corporativa, do contrário, a gestão poderá ficar ofuscada e os resultados mais distantes do objetivo. Portanto, os modelos devem ser adequados a cada caso e para cada um, uma matriz de riscos específica. Uma regra geral para todos é que para se alcançar bons resultados é necessário: preparação, acreditar e agir.