Atualmente os preços do álcool estão bem defasados em relação aos custos de produção. Este fato já era previsível em função do crescimento da produção nacional. O que não se esperava era a chegada dessa queda durante a entressafra da região centro-sul. Diante do quadro de dificuldades que o setor deverá enfrentar é necessária uma ação conjuntural, envolvendo os setores laborais, produtivos e governamentais, pois quando o problema deixa de ser só de um produtor ou de uma classe, e passa a ser setorial, é preciso tomas medidas concretas para manter nos trilhos a grande economia sucroalcooleira.

É importante que a classe trabalhadora tenha consciência das dificuldades advindas, mantendo o equilíbrio em seus futuros pleitos trabalhistas; a classe patronal minimize seus custos, entrando em fase de austeridade interna e a classe governamental crie oportunidades para aliviar a situação aflitiva que estamos vivenciando. Sabemos que não existem soluções mágicas, mas talvez algumas medidas imediatas possam atenuar a crise, a exemplo:

1. A criação de um plano de safra nacional com compromisso efetivo de todos os envolvidos;
2. O Governo Federal trabalhar junto a governos e organismos internacionais no sentido de eleger o álcool como o principal produto para diminuição da poluição provocada pela combustão automotiva.
3. Produtores e governo estabelecerem um programa de expansão de mercados, principalmente o externo, visando ampliar a participação do Brasil. Para isso, é necessário, também, reduzir os custos de fabricação, diminuir os impostos e implantar uma infra-estrutura portuária capaz de assegurar aos países compradores baixos preços dos serviços e eficiência nas entregas.
4. Implementar uma campanha conjunta com governo, Anfavea, produtores e distribuidores, visando difundir e propagar a tecnologia do carro flex-fuel, ampliando os benefícios já existentes.
5. Implantar ampla linha de financiamento justa, rápida e acessível, visando evitar a oferta concentrada de produto, principalmente nos períodos de safra.
6. A criação por parte do governo federal de um estoque de segurança para o álcool combustível.
7. Aumentar o percentual de mistura do álcool anidro à gasolina.

Acreditamos que, caso consigamos implementar algumas das idéias acima descritas, certamente a sanidade do setor se manterá e ele continuará a ser forte empregador de mão-de-obra e gerador de divisas para nosso Brasil.