A relação da cana-de-açúcar com o Brasil tem mais de cinco séculos, quando as primeiras mudas foram introduzidas neste solo pelos portugueses. De lá para cá, o mercado sucroenergético evoluiu muito. A cultura se tornou uma das mais importantes e representativas da agricultura brasileira, correspondendo a quase 40% da produção mundial, com 720 milhões de toneladas/ano, seguida pela Índia e pela China.
Este ano, mesmo diante das dificuldades enfrentadas com a pandemia do coronavírus e a estiagem em algumas regiões do País, devemos manter os mesmos patamares de produção da safra anterior. Atualmente, o Brasil tem mais de 9 milhões de hectares de área cultivada com cana-de-açúcar, e o mercado de defensivos para cana é o segundo maior em vendas, atrás apenas da soja.
Números como esses só são possíveis devido ao alto investimento em pesquisa e inovação realizado pelas principais empresas parceiras do setor. O foco desses investimentos tem sido a busca de um crescimento sustentável do setor por meio do lançamento de novas tecnologias, em especial novas moléculas, que permitam maior eficiência com menor impacto, ampliação da receita e ganho sustentável para o agricultor.
Essas tecnologias são suportadas, cada vez mais, por equipes especializadas, levando em conta boas práticas agrícolas e a preservação do meio ambiente. O produtor que trabalha com o cultivo da cana enfrenta diferentes desafios no decorrer da safra, desde pragas e plantas daninhas, até flutuações do câmbio e mudanças climáticas.
Por isso, não existe uma única ferramenta que entregue ao canavieiro uma safra de sucesso, mas existe, sim, um conjunto de soluções que, quando integradas, são capazes de elevar os ganhos do agricultor, tanto em produtividade quanto em rentabilidade. Essas soluções permeiam todo o processo, desde a análise do solo, de modalidades de preparo, escolha da variedade, da opção de plantio, enfrentamento de pragas, estratégia de maturação até a colheita.
Um dos fatores de destaque desse conjunto é o acompanhamento próximo da lavoura feito por consultores e especialistas com alto conhecimento técnico e expertise no negócio. Esses profissionais especializados auxiliam o produtor no momento da tomada de decisão, utilizando as mais modernas tecnologias e as informações personalizadas de cada área, tendo, cada vez mais, um olhar clínico no detalhe.
Muitas dessas informações são coletadas por meio de aplicativo, com imagens de satélites, drones e VANTs que permitem a análise em qualquer momento e local. Com esses dados, é possível gerenciar e monitorar o campo, a fim de identificar mudanças no desenvolvimento da cultura, facilitando definições operacionais, financeiras e agronômicas; tudo para melhorar a eficiência do trabalho do produtor.
Outro ponto que deve ser levado em consideração é a escolha dos melhores insumos agrícolas disponíveis para o manejo da cultura, sempre fazendo uso das novas tecnologias que consideram a rotação de ativos, seletividade e segurança operacional. Hoje, temos, no mercado, diversos herbicidas, fungicidas, maturadores e inseticidas inovadores, capazes de agregar elevados níveis de rentabilidade à cultura e, com isso, explorar todo o potencial produtivo da cana, como inseticidas de combate à principal praga que afeta as lavouras de cana-de-açúcar, a broca-da-cana (Diatraea saccharalis).
Essa lagarta possui efeito direto na qualidade da matéria-prima e pode causar prejuízos de até R$ 5 bilhões por ano ao setor. Olhar essas ferramentas como “investimento” e não mais como custo é fundamental para tornar o setor cada vez mais competitivo economicamente. Aumentar a produtividade dos canaviais, produzir em maior quantidade ocupando a mesma área e utilizar menos recursos é primordial no desenvolvimento de ferramentas inteligentes na área da agricultura.
Ao alcançar essas metas, conseguiremos ser mais sustentáveis e mais eficientes, refletindo diretamente na rentabilidade do produtor. Sob essa óptica, o envolvimento de empresas, entidades e instituições é fundamental para o contínuo investimento no desenvolvimento de soluções que promovam canaviais com excelência.
Com esse conjunto de ações, baseadas em ciência e inovação, somadas a novas tecnologias em proteção de cultivo químico e biológico, biotecnologia, agricultura digital e à força e à dedicação do produtor, o mercado sucroenergético seguirá crescendo de forma sustentável nos próximos anos e se consolidará, cada vez mais, como um dos mais importantes pilares econômicos do País.