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Mauricio Antonio Rocha Borges

Presidente da Apex-Brasil

Op-AA-29

Governo e iniciativa privada já caminham juntos

Em um mundo cada vez mais consciente da necessidade de desenvolver fontes renováveis de energia, os biocombustíveis, em especial o etanol, se destacam, e o Brasil tem um papel estratégico e fundamental a desempenhar nesse cenário. Segundo maior produtor mundial e principal detentor da tecnologia de produção de etanol a partir da cana-de-açúcar, o País vive um momento decisivo, com perspectivas promissoras para o setor produtivo, principalmente no campo das exportações.

A expertise brasileira na produção de etanol de cana-de-açúcar vem se desenvolvendo em condições únicas de abundantes recursos naturais, tecnologia e inovação, que levaram também ao desenvolvimento dos carros flex fuel, outra grande conquista a ser compartilhada com o mundo. Tendo alcançado excelência tecnológica, trabalhamos hoje para inserir o combustível na pauta do comércio mundial como alternativa limpa, renovável e sustentável.

A estratégia de transformação do etanol em commodity e a consequente ampliação das exportações do produto devem ser vistas como algo extremamente poderoso e renovador. Nesse sentido, o Brasil tem feito a lição de casa, revolucionando socialmente as regiões produtoras, apresentando sua tecnologia e suas empresas nos mais diversos países e atraindo investimentos.

A exportação provoca as empresas a buscarem a excelência e desperta a necessidade de um planejamento de longo prazo em todos os envolvidos na cadeia produtiva, contribuindo para a evolução do setor.

Cumprindo sua missão de promover as exportações e atrair investimentos estrangeiros para o Brasil, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) desenvolve projetos setoriais em parceria com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e com o Arranjo Produtivo Local do Álcool (Apla).

Por meio desses projetos, que integram hoje 97 empresas, a Agência promove as vendas externas de máquinas, equipamentos e tecnologia brasileira do setor sucroenergético e também a imagem do etanol brasileiro de cana-de-açúcar como energia limpa e renovável, estimulando a criação de um mercado internacional para o produto.

Por meio de uma inovadora plataforma de promoção comercial, a Apex-Brasil também está presente na Fórmula Indy, promovendo o uso do etanol de cana-de-açúcar como combustível para todos os carros competidores nas temporadas de 2009, 2010 e 2011.

O mundo tem respondido positivamente a essas ações, com uma crescente conscientização do papel do etanol na matriz energética mundial e com um número cada vez maior de países de clima tropical interessados em produzir etanol a partir da tecnologia desenvolvida no Brasil.

Buscando complementar suas fontes de energia, inúmeros países têm estabelecido marcos regulatórios para a adição de etanol à gasolina, o que deve causar grande impacto na demanda nos próximos anos. Outro aceno positivo vem dos Estados Unidos, um dos grandes consumidores mundiais de etanol, onde a movimentação do Congresso tem apontado para uma redução expressiva da taxa sobre a importação no médio prazo.

Com um crescente e imenso mercado interno, o setor produtivo brasileiro caminha no sentido de se preparar para atender à emergente demanda mundial. Nossa indústria é cada vez mais competitiva, e o papel do governo é o de indutor e incentivador da abertura de novas fronteiras.

Governo e iniciativa privada já estão atuando juntos, e precisamos trabalhar cada vez mais. Um avanço importante aconteceu recentemente com o maior envolvimento da Agência Brasileira de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na criação de um sistema regulatório para o etanol, que começa a deixar de ser apenas um produto agrícola para ser considerado uma commodity energética.

As implicações são extremamente positivas, pois o etanol deixa de ser visto como uma alternativa e passa a ser reconhecido como algo que veio para ficar. A Apex-Brasil apoia mais de 13 mil empresas de 80 setores da economia brasileira que exportam para mais de 200 mercados e, desde sua criação, se desenvolveu tecnicamente, levando em consideração as diferentes culturas de negócios ao redor do mundo e adequou e desenvolveu estratégias inovadoras para nossa inserção no mercado internacional.

Estamos trabalhando para fortalecer nossas ações nos principais mercados globais, onde já estamos presentes, contribuir para a consolidação da marca Brasil e continuar levando ao mundo o melhor do País, em consonância com a política de comércio exterior do governo Dilma Rousseff, conduzida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.