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Alexandre Enrico Silva Figliolino

Consultor-sócio da MB Agro e Consultor da XP para agronegócio

Op-AA-58

Tempo de esperança e entusiasmo
Os primeiros passos do governo Bolsonaro nos enchem de esperança, chegam a ser entusiasmantes. Graças a Deus, os anos de chumbo da Sra. Dilma, candidata a senadora derrotada em Minas Gerais, são páginas viradas e fazem parte de um triste e negro passado. Temer, apesar do pouco tempo, já fez um pedaço da faxina nas estrepolias econômicas do lulopetismo.  
 
No novo governo, só para ficar nos ministérios mais ligados ao setor sucroenergético, a escolha da Ministra da Agricultura, brilhante deputada Tereza Cristina, foi perfeita, não cedendo nosso presidente à pressão do seu retrógrado e barulhento amigo. Espero que tenhamos na Minas e Energia alguém que dê prosseguimento ao trabalho fantástico realizado por Fernandinho Coelho e seu dream team. Com esse pano de fundo, podemos esperar no que toca a políticas públicas para o setor o que pode haver de melhor.
 
Apesar de uma parte das empresas estar em frangalhos, não temos dúvida de que, com a economia brasileira retomando seu crescimento mais de acordo com seu potencial e com um cenário de preços mais positivos para o açúcar, como apontam os próximos dois anos, com o setor voltando a dar taxas de retorno mais compatíveis com seu custo de capital e risco, com a manutenção das regras  transparentes de formação de preços dos combustíveis no mercado interno, com a privatização de parcela significativa do parque de refino da Petrobras e com implementação do RenovaBio, o setor irá retomar a rota do crescimento. 
 
Não aquele crescimento destrambelhado e desorganizado da década passada, que transformou o setor num gigante com os pés de barro e fez com que perdêssemos competitividade e aumentássemos nossos custos de forma acentuada e aproximou nossos custos de produção de nossos maiores competidores. 
 
Queremos um crescimento sustentável e com enorme qualidade.  Para isso, sem dúvida, além das políticas públicas corretas, um processo consolidatório se faz necessário. Processo no qual aquelas empresas que souberam superar a crise, mostrando uma incrível resiliência e adaptação aos novos tempos e que gerem seus negócios com alto grau de profissionalismo e que, mesmo nesses anos de crise, conseguiram apresentar razoável rentabilidade e até dar lucro na última linha do balanço.
 
Elas irão absorver principalmente ativos biológicos e alguns ativos industriais daqueles que não têm mais forças para prosseguir, abatidos que foram pelos erros de políticas públicas dos anos PT, por sérios problemas operacionais, investimentos malfeitos em ativos com baixa taxa de retorno, que não souberam se adaptar aos novos tempos, que sofreram por falta de profissionalismo de gestão e de ausência de planejamento sucessório, o que os levou a se atolarem em dívidas, que são uma consequência de tudo isso.
 
Será uma seleção natural das mais justas, correta e saudável que contribuirá decisivamente para reerguer um setor, tornando-o mais robusto, competitivo e resiliente, à altura dos desafios que um programa audacioso como o RenovaBio impõe e das metas que o País almeja em termos de produção de fonte renovável de combustíveis.
 
Capital não vai faltar, pois é a mercadoria mais abundante neste mundo capitalista. Que venham bons projetos assentados num modelo de negócio correto, com gente competente tocando. Tenho a honra, hoje, de participar como consultor da equipe da XP, que tem feito uma série de emissões de CRA exitosas para o setor. Raízen, São Martinho, Jalles Machado, Guarani, Coruripe, Batatais, CMAA, Santo Ângelo, etc.

Que venham muitas outras - e virão. Conseguimos, finalmente, fazer a ponte, através do CRA, entre o agronegócio e o mercado de capitais, como desejava o ex-ministro Roberto Rodrigues e sua equipe, criadora dos títulos do agronegócio. Fora o mercado de dívida, sentimos o investidor desejoso de outras São Martinho, empresa puro-sangue sucroenergético, que tem proporcionado bom retorno àqueles investidores que carregam seus papéis. Enfim, novos tempos, tempos de construção, tempos de crescimento, de geração de riqueza, de emprego, em lugares longínquos deste País.