Estamos vivenciando a chamada era da informação, com volume enorme de dados disponíveis para serem coletados e organizados. Entretanto transformar dados em informações úteis, de modo a orientar ações, é o desafio atual das organizações. Não é à toa que a habilidade de tomar decisões orientadas em dados e em tempo real tem sido uma grande demanda atualmente.
A tecnologia evoluiu e, junto com as perguntas certas, contribuiu enormemente para nós, humanos, fazermos importantes descobertas e tornarmos o setor sucroenergético brasileiro um gigante mundial. Essas informações estavam em uma folha de caderno, depois foram para o drive do computador e, agora, estão na nuvem.
Apesar de contarem com diversos sistemas de gestão de qualidade e produções, as usinas ainda carecem de aplicações das tecnologias, bases da Indústria 4.0, para alcançarem o estado da arte em termos de produtividade e gestão. Adotar tecnologias como integração entre sistemas, computação em nuvem, Big Data e algoritmos computacionais traz benefícios muito visíveis, mesmo com aplicações rápidas.
Monitoramento de processos em tempo real: As unidades produtoras de açúcar e etanol apresentam bom nível de automação e sensores, entretanto as medições analíticas são realizadas em laboratórios existentes na própria indústria, após a coleta da amostra e leitura em equipamentos analíticos off-line, gerando atraso nos resultados e culminando no problema da gestão reativa.
A instrumentação analítica também pode ser em linha no processo, porém ainda é pouco utilizada na indústria nacional. A adoção de analisadores com tecnologia NIR (Near Infrared Spectroscopy), em segundos, proporciona resultados de múltiplos componentes numa mesma amostra, ou, mais recentemente, a espectroscopia Raman traz benefícios no controle do processo, na gestão do tempo e de recursos do laboratório. Importante ressaltar que essa tecnologia não está mais limitada ao laboratório.
Equipamentos on-line podem ser instalados no processo produtivo e permitem monitoramento contínuo dos parâmetros, tornando a tecnologia ideal para o conceito da usina 4.0. Quando aplicados em amostras de fermentação, é possível aumentar enormemente a população de dados disponíveis de pH, açúcares redutores totais, acidez, teor alcoólico, glicerol e concentração do levedo.
Tais informações são essenciais para a otimização do bioprocesso de fermentação. Na fabricação, o monitoramento do açúcar produzido na esteira (pol, brix, umidade, cinzas e cor) já assegura padrões de especificação e evita reprocesso e/ou perda de remuneração por alterações de qualidade do produto final.
Algoritmos computacionais e Inteligência Artificial: Não há dúvidas de que a maior disponibilidade de dados pode levar a maior assertividade, entretanto aumenta significativamente a complexidade analítica. A capacidade cognitiva humana se atrapalha com a quantidade de dados disponíveis e não consegue distinguir o que é importante do que não é.
Nesse ambiente, será fundamental uma camada "máquina" que, por meio de métodos estatísticos, ciência de dados, aprendizado de máquinas e balanço de massa, poderá extrair valor dos dados. Essas aplicações geram inteligência para suportar a gestão industrial e a tomada de decisão. Tais mecanismos já têm permitido monitorar a confiabilidade dos processos, definir e controlar os melhores setpoints de operação, prever os resultados de produção, controlar a dosagem de insumos, entre outras facilidades.
Especialista virtual: O especialista virtual é uma inovação para o setor sucroenergético, uma vez que poderá, simultaneamente, substituir ou cooperar com o “especialista humano” na identificação de desvios, agregando agilidade na comunicação na operação, assim como efetuar a proposição de solução. Já é possível, a cada desvio, apresentar uma carta de recomendação para o operador, visando à retomada do setpoint para os valores esperados.
Computação em nuvem: Nessa jornada onde novos dados são gerados a cada hora, minuto ou segundo, a combinação com a computação em nuvem tem se mostrado ideal. Nesse ambiente, o foco não está apenas no armazenamento, mas também na análise contínua dos dados e acessíveis de qualquer localidade. A escalabilidade e o dimensionamento elástico (mais ou menos capacidade de processamento no momento certo) são tidos como grandes vantagens. A Fermentec já possui soluções hospedadas em três das quatro grandes nuvens públicas (Amazon Web Service, Microsoft Azure e, mais recentemente, Huawei Cloud).
Ensino eletrônico: No mundo, onde os avanços tecnológicos estão mudando rapidamente a forma como executamos nossas atividades do dia a dia, no trabalho e na vida pessoal, manter-se atualizado é fundamental. Nesse ambiente, a capacitação não fica restrita à sala de aula e ganha novas experiências com o e-learning, realidade virtual e realidade aumentada.
Cursos completos no modelo ensino a distância (EaD) permitem a disponibilização do conhecimento para todas as regiões produtoras de açúcar e etanol, otimizando custos logísticos e tempo no deslocamento dos instrutores e colaboradores. Cada vez mais comum, a veiculação de webnários também é um importante canal de debates de temas relevantes ao setor.
Benchmarking: Instrumento essencial para analisar com profundidade os processos de produção e demonstrar os avanços da eficiência da usina, bem como sua posição em relação às outras unidades, ferramentas de benchmarking já são utilizadas desde a década de 1990. Atualmente, os relatórios estáticos enviados por e-mail são substituídos por plataforma web com layout dinâmico, permitindo personalizar a visualização das informações.
Filtros avançados contribuem para melhorar as análises, comparando a sua usina por região, mix de produção, tipos de produtos e características industriais. As ferramentas de inteligência serão, cada vez mais, imprescindíveis para aumentar a eficiência industrial. Por isso, desenvolvemos tecnologias para implantar a usina 4.0, em que todos os processos são automatizados e conectados, gerando dados que são armazenados na nuvem e analisados em tempo real, por sistema de inteligência artificial. Toda essa modernização permite tomadas de decisões mais rápidas, que levam à redução de custos e à maior rentabilidade.