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Ricardo Levy Dosualdo

Responsável por Planejamento Logístico e Energia da Odebrecht

Op-AA-37

Logística

Com nove unidades espalhadas em quatro estados – São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul –, a Odebrecht Agroindustrial tem na logística outbound um dos pilares de sustentação de sua competitividade. Apenas para dar ideia do volume de nossas operações, na safra 2012/2013, foram realizadas 40.320 viagens de caminhão e trem para o transporte de etanol e açúcar, em um total de 24,7 milhões de quilômetros rodados.

Nossa equipe de logística é responsável pelo planejamento e pela operação integrada das bases, terminais e modais utilizados nesse processo. Um sistema informatizado ajuda na definição de qual unidade agroindustrial atenderá cada contrato comercial e em que momento a empresa deve estocar ou vender no mercado spot. A decisão de investir em novas fronteiras agrícolas, no Centro-Oeste brasileiro, carrega consigo vantagens e desvantagens. O maior benefício é a possibilidade de construir plantas greenfield modernas e sustentáveis, com o que há de mais atual em termos de tecnologia.

Por outro lado, torna ainda maior o desafio do escoamento da produção para os principais centros consumidores e, em muitos casos, para exportação. Em 2012, por exemplo, começamos a embarcar etanol para os Estados Unidos. Para que o produto atinja seu destino final sem nenhuma intercorrência, uma longa viagem é necessária. O combustível vai por rodovia até o porto de Santos-SP, ou por linha férrea até o porto de Paranaguá-PR, e, em seguida, por navios-tanques até seu destino final.

No caso do açúcar, 90% da exportação ocorre por meio de uma operação multimodal – rodoviária e ferroviária – de Paranaguá para a Ásia, o Oriente Médio e a Europa, e os 10% restantes por rodovia para o Uruguai.

O foco de atuação da Odebrecht Agroindustrial – e da Organização Odebrecht como um todo – sempre tem como intuito final a satisfação dos clientes. Para garantir a redução contínua de custos e entregar etanol e açúcar sempre no prazo, com preço competitivo e de forma segura, investimos, ano a ano, em tecnologia e automação dos nossos processos.

Uma das mais recentes iniciativas para atender a esse desafio é o projeto chamado Expedição Segura. Estamos implantando, inicialmente nas unidades de Alto Taquari, no Mato Grosso, e Santa Luzia, no Mato Grosso do Sul, o sistema de automação do carregamento de etanol.

A novidade vai ao encontro do nosso compromisso de promover a segurança. Não é mais necessário medir manualmente o nível de etanol nos tanques. O sistema mede por telemetria a vazão de combustível da indústria para o tanque, que possui um radar por meio do qual é medido o volume na saída para o carregamento.

No total, o projeto contempla investimentos da ordem de R$ 16 milhões, em nossas nove unidades. Outro diferencial que denota nossa responsabilidade e preocupação com as pessoas é o Plano de Atendimento de Emergência (PAE) para o transporte rodoviário de produtos, que abrange o atendimento à emergência, à limpeza e à recuperação de áreas afetadas, além do seguro do produto.

O PAE contempla medidas efetivas para o desencadeamento das ações de controle em cada uma dessas situações. O objetivo é orientar pessoas e equipes responsáveis pelo atendimento a emergências, definindo as ações a serem adotadas e os recursos humanos e materiais necessários. Além disso, queremos assegurar uma atuação organizada e eficaz em situações de emergência para que a estratégia de ação implementada possa neutralizar os efeitos de um eventual sinistro, controlando e minimizando suas consequências.

Dentro da área logística, o PAE é o exemplo mais latente de como a Odebrecht Agroindustrial encara os desafios de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (SSMA). Cada Unidade tem uma cartilha com as especificações de como agir em cada situação de risco e conta também com uma equipe de apoio composta por diversos profissionais capacitados que, em função da natureza da ocorrência, vão ao local para acompanhar o atendimento à emergência.

Todo acidente, por mais simples que possa parecer, inspira cuidados para minimizar os danos à comunidade e ao meio ambiente. Outra prática que deve ser ressaltada é o Programa de Segurança Veicular, implantado na safra 2011-2012 para veículos leves, ônibus do transporte de integrantes e caminhões canavieiros. Além de proporcionar ganhos importantes na segurança no transporte – com queda de cerca de 50% no número de acidentes –, já que conta com um dispositivo de controle de velocidade, o programa tem um apelo ambiental, haja vista que possibilita a redução no consumo de combustível e, consequentemente, a diminuição das emissões de CO2.

Também vai contribuir para a redução das emissões o sistema multimodal de logística, que diminuirá a dependência das rodovias e ferrovias, já que inclui o etanolduto, que totalizará 1,3 mil quilômetros de extensão, e as hidrovias que percorrerão os rios Paraná e Tietê. O primeiro trecho, que liga Ribeirão Preto a Paulínia, já está operando. No auge da operação, deveremos expedir aproximadamente 2 bilhões de litros pelo sistema.

Nosso modo de atuação é calcado no tripé da sustentabilidade – ambiental, econômico e social. Temos o desafio de desenvolver a comunidade das cidades em que atuamos e fomentar a economia local. No viés social, temos uma atuação bastante efetiva. A empresa prioriza a contratação de moradores das cidades onde suas unidades agroindustriais estão instaladas. Mais de 2 mil pessoas, moradoras das comunidades, já passaram pelos cursos de qualificação profissional desenvolvidos pela Odebrecht Agroindustrial.

Desse total, 65% foram aproveitadas e absorvidas como integrantes. Quem trabalha com commodities, como nós, precisa de diferenciais para se sobressair, porque temos margens de lucro unitárias pequenas. No campo do desenvolvimento de pessoas, o grande diferencial é ter uma equipe motivada e capacitada. Na produtividade agrícola e industrial, investimos sistematicamente em novas tecnologias. Mas nada disso é suficiente se não trabalharmos para resolver os problemas estruturais. A infraestrutura logística é um dos gargalos prioritários a serem eliminados para o agronegócio aumentar sua competitividade.

Uma pesquisa recente divulgada pela Fundação Dom Cabral aponta que o Brasil perde, anualmente, US$ 83 bilhões apenas com o custo logístico. De acordo com o estudo, esse montante é o que os empresários brasileiros têm que pagar a mais do que concorrentes norte-americanos para exportar ou vender no mercado interno produtos semelhantes. Os modais utilizados hoje para o escoamento da produção de etanol e açúcar são insuficientes para o setor percorrer o caminho do crescimento. A cadeia produtiva precisa refletir, identificar os principais desafios e se planejar adequadamente para atingir seus objetivos. Devemos nos unir em prol dos objetivos comuns, que contemplem investimentos nas rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.