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William Domingues de Souza

Editor Chefe da Revista Opiniões

Op-AA-05

Talentos, dons e habilidades

Dias atrás conversava com a Lara, uma jovem que acabara seu doutorado e estava assumindo a direção da agência de propaganda da família. Nossa conversa girou em torno da segurança que se tem quando se faz o que gosta e de como é confortável desenvolver tarefas para as quais temos talentos e dons e, por causa deles, conhecimento e capacitação, adquiridos de forma agradável e natural, simplesmente porque aprender sobre aquilo nos deu prazer.

Penso ser certo que, a melhor forma de viver, seja em conformidade com a sua natureza. Quando você tenta fazer algo que não lhe é natural, é como forçar um pino quadrado a entrar em um buraco redondo. É desconfortável, inseguro, um verdadeiro fardo. Acredito que somente consegue fazer algo bem feito, aquele que gosta do que faz. Mais ainda, acho que não consegue ser plenamente feliz um homem que não ama intensamente o que faz.

Para confirmar o que digo, pergunte para qualquer um destes 30 famosos e bem sucedidos cientistas que estão presentes nesta edição, se eles sentem prazer no que fizeram a vida toda. Posso dizer que eles são exemplos do que afirmo, simplesmente pelo fato de que são famosos e respeitados naquilo que fazem. Ninguém faz bem o que não gosta.

Dons e habilidades naturais são sempre confirmados pelos outros. Se você pensa que canta muito bem, mas nunca recebeu um elogio de alguém, esqueça. Se você pensa que é um líder, basta olhar por cima dos ombros. Se ninguém estiver seguindo você, certamente, você não é um líder. Não perca tempo na vida. Negue-se a continuar fazendo o que não ama. Não aceite fazer algo apenas em troca de dinheiro. Pode ser que você esteja apenas fazendo remendos.

Tenha certeza, eles jamais serão reconhecidos. Dias atrás vi uma senhora na televisão, que aos 70 anos decidiu deixar de ser analfabeta. Um dia ela disse a si mesma que não iria mais sujar o seu dedão para assinar. Talvez tenha demorado demais para isto acontecer. Ou não. Somente ela e Deus conhecem os porquês da sua vida.

Não se aflija ou cobice talentos que não tem, certamente você tem os seus. Você é uma pessoa única. Os outros também. Certamente os seus dons, seus talentos, seu caráter, seu temperamento, este conjunto de coisas que te formam, tem algo a ver com o que te é natural fazer. Veja no que você foi bem sucedido, este é um sinal.

Sua maturidade e seu nível social, podem atrapalhar um pouco sua percepção, mas ouça o que diz o seu coração. Fique apenas você e Deus. Aliás, procure ouvi-Lo. Decida que, se precisar, começará tudo de novo. Este é o caminho da paz e da realização. Certamente você é incomumente bom em algo. Aja, experimente. O que não der certo, chame de experiência, jamais de fracasso. No que acertar, vá se aprumando.

Refletindo depois sobre a conversa que tive com a Lara, percebi que estava vivendo o melhor momento de minha vida. Defendo o que acredito, faço o que mais gosto, sirvo a Quem tenho prazer. Agradeço imensamente a Deus por estar no lugar certo, na hora certa, fazendo o que, acredito ser, o certo. Neste momento utilizo todos os dons, habilidades e talentos que Deus me deu de presente. Isto me faz experimentar um sentido de liberdade, uma confortável segurança, uma imensa gratidão.

Meu filho também é jornalista. Ele vive na Austrália. Nunca vou esquecer de uma conversa que tivemos. Num segundo turno de eleição, depois de trabalhar por 52 horas seguidas cobrindo os momentos finais das eleições de Ribeirão Preto, ele me disse: “Pai, eu vou passar pela vida sem trabalhar um dia sequer.” E, completou, ensinando-me: “Eu não trabalho. Eu faço o que gosto. Eu apenas me divirto, e eles me consideram bom no que faço e me pagam uma quantidade de dinheiro suficiente para eu viver com dignidade.”

O time da revista Opiniões está fazendo também o que ama, trabalhando no que acredita, de forma confortável e segura. Estamos usando os talentos que Deus nos deu. Esta é, na nossa visão, a forma adequada de participar da vida. Estamos lançando uma nova revista. Agora já somos duas: Uma revista Opiniões regular e exclusiva no setor de Açúcar e Álcool e outra, igualmente Opiniões e, igualmente regular e exclusiva, no setor de Celulose e Papel.
Está valendo a pena.