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Luiz Augusto Galvão Monteiro

Head do Corporate Regional do Banco ABC Brasil

Op-AA-20

Financiamento para o setor sucroalcooleiro: uma história de parceria e oportunidade

Colaboração: Carlos Eduardo Chamma Lutfalla

A perspectiva para o setor sucroalcooleiro em 2009 vislumbra um diferente mix de produção da cana, dividido entre açúcar e álcool. O açúcar está com boa perspectiva de preço, aliado à alta do dólar, ou seja, a safra será, certamente, mais açucareira que alcooleira e as empresas deverão gerar caixa por meio do açúcar. O ideal seria um mix de preço e alongamento das linhas de crédito.

Com a crise financeira mundial, que se intensificou em setembro de 2008, parte do setor demorou a entender que o mundo mudou e os bancos estão exigindo mais garantias e encurtando os prazos. O sistema financeiro brasileiro, que é bem regulado e administrado, procura formas de financiamento para o setor, evitando as chances de ocorrer eventos semelhantes aos dos Estados Unidos.

Nesse contexto, o BNDES estuda linhas específicas de financiamento para o setor e, recentemente, analisa linhas de “warrantagem” (operações de financiamento de estoque com produtos em alienação fiduciária) para ajudar a financiar a safra. Nesse sentido, alguns bancos, como o ABC Brasil, por exemplo, já estão disponibilizando produtos alternativos com funding próprios.

Alternativa: As fusões e aquisições são caminhos naturais para o setor, com muitos players em franca movimentação. No caso das fusões, é importante ressaltar a sinergia existente entre as empresas, uma vez que as negociações com os bancos, fornecedores e clientes dão-se em escalas maiores, revelando vantagens competitivas. Já nas aquisições, as empresas maiores, que ainda têm capacidade financeira saudável, compram as menores para aumentar a carteira de ativos.

A busca conjunta pela eficiência e melhoria dos negócios fez com que alguns bancos, a exemplo do nosso, devido à segurança oferecida e inspirada pelo setor, mantives-sem-se ao seu lado, em todas as mudanças ocorridas, em fases positivas e negativas. Isto se dá desde quando as exportações brasileiras de açúcar e álcool eram realizadas através do IAA - Instituto de Açúcar e Álcool, quando o então presidente da República, Fernando Collor, extinguiu o órgão em 1991.

Com isso, as usinas foram obrigadas a contratar suas exportações com o importador ou por meio das empresas de comércio exterior - trading, momento de forte envolvimento e relação com o setor financeiro. Outra oportunidade de destaque ocorreu no ano de 1999, com a forte queda dos preços do álcool, com mercado livre com preços de R$ 0,16 por litro.

Neste momento, o setor sucroalcooleiro precisou lançar mão de quase todas as linhas de financiamento, de capital de giro e bens de capital, até a área de comércio exterior. Mais recentemente, o sistema financeiro foi fortemente acionado nas operações estruturadas para a captação de recursos no exterior para operações de médio e longo prazos.

Sustentabilidade/Governança Corporativa: O mercado tem exigido que as usinas e o setor sigam à risca as normas de governança corporativa e responsabilidade socioambiental. A governança corporativa passou a ser vista não apenas como técnica de gestão de empresas, mas as melhorias realizadas nessa área passaram a ser interpretadas como importantes fatores de valorização dos ativos empresariais tangíveis e intangíveis.

Hoje, uma companhia com governança corporativa sólida e eficiente vale mais que uma empresa sem esses requisitos, levando os compradores em potencial a se sentirem muito mais seguros no momento da avaliação da empresa, pelo resultado de ações de transparência, prestação de contas e sustentabilidade. Do mesmo modo, a responsabilidade socioambiental também é muito valorizada pelos investidores. Uma empresa que tem boas práticas de responsabilidade social e de respeito à natureza possui maior valor, principalmente, quando envolve grupos de investidores estrangeiros.

O Banco ABC Brasil, controlado pelo Arab Banking Corporation - ABC, tem desenvolvido forte relação com o setor sucroalcooleiro, tendo realizado operações para mais de 90 grupos de usinas. O sistema financeiro brasileiro como um todo tem provado o comprometimento com essa parceria, viabilizando, fomentando e participando do desenvolvimento do mercado sucroalcooleiro brasileiro.