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Yasuzo Ozeki

Diretor da Spraytech

Op-AA-05

Tecnologia de pulverização por via terrestre e aérea

A aviação agrícola no Brasil teve início em 1947, com o Cmte. Clovis Candiota, que, utilizando uma aeronave de fabricação nacional, a Muniz M9, realizou a primeira aplicação aérea de inseticidas, em forma de pó, com o objetivo de combater um surto de gafanhotos, que ocorreu na região de Pelotas, RS. Ato contínuo, registra-se a utilização de aeronaves de treinamento adaptadas, Piper PA-18, para aplicação de BHC, em forma de pó químico seco, na cultura do café, para o combate da broca, e na cultura da banana, no controle do Mal de Sigatoka.

Após esta fase inicial, a aviação agrícola ressurgiu nos anos 60, utilizando o Piper PA-18, adaptado, e as primeiras aeronaves especializadas - o Piper Pawnee e Cessna Agwagon-A, para a aplicação de herbicidas e inseticidas na cultura do trigo no RS e de inseticidas na cultura do algodão em SP, PR e GO. Na década de 70, com a fundação da Embraer e a fabricação da aeronave Ipanema, a aviação agrícola tem um grande incremento nas culturas do algodão, soja, arroz e em áreas de pastagens no centro-oeste.

Com a expansão das áreas cultivadas de soja, algodão e milho no centro-oeste, em grandes extensões de áreas planas - acima de 1.000 ha, favorável ao uso da aviação agrícola, houve um crescimento muito grande da atividade, que hoje atinge uma frota acima de 1.000 aeronaves e aplicação em mais de 20.000.000 hectares de diversas culturas, utilizando diversos tipos de insumos agrícolas, como:

1. Aplicação de defensivos agrícolas (Inseticidas, herbicidas, fungicidas) em grandes culturas como soja, algodão, arroz, trigo, milho e banana;
2. Aplicação de adubo granulado em cobertura, nas culturas de arroz e em áreas reflorestadas de eucaliptos;
3. Aplicação de maturadores na cultura da cana de açúcar;
4. E, em menor escala, na semeadura de arroz, pastagens, adubação verde; o combate ao incêndio, e o controle de vetores transmissores de Dengue, Malaria, encefalite, etc

Problemas do setor: Um dos grandes problemas do setor é a falta de orientação técnica, disponibilidade de literatura e cursos especializados para a formação de técnicos nesta área, limitando-se às informações de pilotos e técnicos, nem sempre bem informados. Em função disso, criou-se um preconceito contra a aplicação aérea pelos ambientalistas, que a considera uma opção altamente poluidora.

Qualquer tipo de equipamento, manual, tratorizado ou aéreo, que não tenha uma operação adequada, sob rígidos critérios técnicos e de segurança, poderá provocar contaminação do meio ambiente. A aplicação de defensivos deve, antes de tudo, ser segura, seguindo estritos parâmetros, objetivando a colocação do produto no alvo, sem desperdícios e contaminação de outras áreas e, para isso deve seguir as seguintes recomendações:

1. Aplicar com gotas de tamanho seguro, evitando produzir gotas com diâmetros inferiores a 100µm;
2. Aplicar em volume que possibilite uma boa cobertura no alvo, mesmo com gotas maiores do tamanho seguro;
3. A altura de vôo deverá ser mantida dentro dos limites de 1,5 a 4,0 m acima do alvo, variando em função do vento;
4. Utilizar uma largura da faixa de aplicação dentro das limitações das características de cada aeronave;
5. Obedecer sempre os seguintes parâmetros meteorológicos, como:

 

  • Alta umidade relativa do ar, sendo o ideal, acima de 50%;
  • Temperatura atmosférica não muito acima de 30 °C;
  • Evitar horário com evapotranspiração alta ou com formação de corrente convectiva;
  • Evitar horário do dia muito turbulento, entre 11h00 as 15h00;
  • Evitar horas do dia com inversão térmica, que poderá ocorrer antes das 7h00 horas e após 17h00, e
  • Não aplicar quando o vento estiver nulo, indicar a ocorrência de inversão térmica ou de corrente convectiva, sendo recomendado aplicação nos horários com vento ameno, entre 3 a 15 km/h.

6. Parâmetros de Aplicação com base no Avião Ipanema deverá ser o seguinte:
 

  • Volume de aplicação segura: Entre 20 a 50 L/ha;
  • Diâmetro mediano volumétrico das gotas; Maiores que DMV >150 µm
  • Faixa de aplicação, largura ideal: 15m;
  • Altura de vôo: Entre 1,5 e 4,0 m;
  • Cobertura no alvo para a maioria dos produtos: 20 a 30 gotas/cm2 ;
  • Cobertura com produtos com ação de contato: > 50 gotas/cm2

Vantagens:

1. Rapidez na aplicação, podendo aplicar mais de 100 hectares por hora de vôo;
2. Evita amassamento da cultura, que poderá causar perdas de até 3% na produtividade;
3. Permite aplicação em áreas encharcadas ou alagadas onde os equipamentos terrestres não conseguem operar;
4. Com a terceirização dos serviços poderá reduzir o investimento em máquinas;
5. Aplicação do produto no momento mais adequado, e
6. Em culturas de porte muito alto é a única forma de aplicação, como no milho, cana e áreas de reflorestamento.
 
Desvantagens:

1. Investimento inicial alto para a aquisição das aeronaves, se não for terceirizado;
2. Necessidade de contratar profissionais especializados, como o piloto agrícola, mecânico de aviação e técnicos;
3. Necessidade de aeródromos com dimensões seguras (Padrão DAC) para operação próxima da área;
4. Dificuldade de operação em áreas muito acidentadas ou com obstáculos, como árvores e redes eletrificas, e
5. Cumprir rigorosamente as exigências legais dos Ministérios da Aeronáutica e Agricultura.

A atividade da Aviação Agrícola é uma ferramenta de grande valia para a produção Agropecuária para a aplicação de insumos com rapidez e dentro do “timing” ideal para cada tipo de produto, trazendo, com isso, uma redução dos custos de produção, sendo uma opção ecologicamente correta, pois poderá reduzir a quantidade de produtos químicos lançadas no meio ambiente.