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Eduardo Vasconcellos Romão

Presidente da Orplana

Op-AA-50

Um pacto nacional de longo prazo
Pensando em estruturar o futuro pela visão dos produtores da Orplana, seria prudente dar prioridade às nossas ações como elos da cadeia que representamos. Em 2014, essa preocupação com o futuro levou a Orplana a contratar a consultoria da Markestrat para estruturar uma previsão para os próximos 10 anos.
 
Diante do cenário encontrado, foram realizadas pesquisas de opinião em locais de produção relacionados ao setor e nas Associações de Produtores, num total de 33 associações, todas filiadas à Orplana. As pesquisas foram realizadas logo após debates e discussões, promovidas pela Orplana, contando com respostas coletadas junto aos fornecedores e seus representantes.  Através da metodologia adotada, foram identificados 19 projetos estratégicos, destacando-se, principalmente, os relacionados à comunicação interna e externa. 
 
A comunicação interna é importante na medida em que nos fortalece, dando vida e representação eficaz aos mais de 16 mil produtores no plantio e cultivo de seus 70 milhões de toneladas de cana.
 
A comunicação externa é de fundamental importância para revelar à sociedade os aspectos e os envolvimentos positivos que o sistema de produção do agronegócio agrega em toda a produção e seus elos presentes: agências de máquinas/equipamentos; agroindústrias e sua demanda por metalurgia; cooperativas de insumos agro, etc. nos mais de 420 municípios que estão na área de atuação da Orplana. Trata-se de uma nova forma de visualizar o nosso negócio e da sua importância no conceito de elos da mesma corrente (no caso, a corrente de produção do nosso setor). 
 
Nesse sentido, o setor canavieiro gera impostos para os orçamentos municipais, que, por sua vez, se tornam mais robustos para contribuírem para a distribuição de renda e qualidade de vida para os moradores locais de cada município. Esse círculo virtuoso gera emprego e renda para servir as mais diversas fases e necessidades na totalidade do sistema agro de produção.

À luz do exposto, torna-se preponderante que tenhamos políticas públicas que reconheçam e evidenciem a demanda por produtos e serviços gerada por nosso setor ao longo de toda a cadeia de produção do açúcar e do álcool e seus derivados; precisamos de ações de governo, de inserções eficazes na matriz energética do País. Por que, então, não admitirmos que precisamos da força do interior, harmoniosa com a política local e regional, ocupando espaço nas Câmaras e Assembleias devidamente representadas pelo setor para buscar alternativas de políticas públicas voltadas para o cenário do agronegócio? 
 
Fazendo uma honesta leitura dos fatos ocorridos nesses últimos 8 anos, vemos que o setor foi desafiado ao extremo, convivendo com preços que não cobriram os custos de produção e que deixaram feridas ao longo de todos os elos da cadeia. O que vimos foi a incongruência de ações de governo sem efetividade prática para a produção sucroenergética e da sociedade geral.

No entanto, com o olhar para o futuro, devemos entender nosso passado como um aprendizado, voltado para a necessidade de busca de representação da nossa base do agronegócio na formulação atuante de políticas públicas claras e transparentes e que possam externar a nossa força, a nossa competitividade no contexto de toda a sociedade, não apenas como um setor isolado, mas como elos fortes de uma corrente, responsável pela produção, desde o campo até a mesa do consumidor final, passando por toda a supply chain que envolve esse processo.
 
Nossa proposta baseia-se no fim da sensação de inoperância do setor, para que possamos refletir nossa real importância junto à sociedade, sociedade essa que estava distante do conceito dessa diretriz do agronegócio, mas que se mostrou muito influente nas cidades que são as reais formuladoras de políticas públicas. Enfim, mudar a forma de nos comunicarmos com essa sociedade pode ser um bom caminho e trata-se de uma oportunidade; vamos em frente?
 
Embora o governo atual se mostre mais próximo do setor, precisaríamos aprimorar algumas ferramentas que temos ao nosso alcance e melhor utilizá-las: externar esse fato à sociedade como um todo, angariando contorno político eficaz, para opinarmos nas políticas públicas que venham na direção desse contexto. Bons exemplos nesse sentido já se tem, mas precisamos multiplicar mil vezes mil.
 
A presença do agro existente em todo no território nacional pode e deve angariar a atenção da população sobre a riqueza por ele gerada. A população urbana, distante da lida do agronegócio, precisa se conscientizar de que ela, em algum ponto da cadeia, ou trabalha, ou ao menos se beneficia dos recursos dos que por ela trabalham diariamente.
 
O desafio que o mundo descreve por alimento converge para um só ponto: o Brasil está na vanguarda das possibilidades para atender a um aumento de 40% na demanda por mais alimentos, fibra e energia num futuro próximo que se desenha. 
 
Temos, portanto, um desafio, não apenas para a população do agronegócio, mas para toda a sociedade brasileira, e ambos precisam, a todo o momento, ser conscientizados de que fazem parte de elos da mesma corrente.