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Gustavo Villa Gomes

Diretor Agrícola da Usina Açucareira Guaíra

Op-AA-44

Gestão da produtividade e da qualidade

A atual conjuntura socioeconômica do País tem exigido das empresas, dos mais diversos setores da economia, uma mudança drástica dos modelos de gestão de suas atividades para que possam, assim, garantir a sua sobrevivência. O setor sucroenergético passa por um momento extremamente delicado, sem nenhuma perspectiva de melhora. A falta de políticas públicas do Governo Federal, elevados números de exigências trabalhistas e ambientais, limitação de crédito e o clima são alguns fatores que estão afetando diretamente, e de maneira avassaladora, a saúde financeira das empresas sucroenergéticas.

Todos os departamentos estão passando por mudanças, com o intuito de se tornarem mais eficientes no desempenho de suas atividades e eficazes na obtenção dos resultados. Alterações no organograma, nas estratégias de compras de insumos, no manejo das atividades, no controle das operações e na otimização da mão de obra estão entre os principais pontos a serem atacados para que as empresas consigam se manter em operação.

A gestão agrícola das atividades se tornou um grande desafio, pois, além do conhecimento e do comprometimento das pessoas envolvidas no processo, algumas nuances passaram a determinar o sucesso desta, como o emprego de tecnologias que venham facilitar as tomadas de decisões, bem como o controle efetivo das atividades desenvolvidas pela empresa.

No que tange ao emprego de novas tecnologias, procuramos sempre focar em algo que realmente venha trazer benefícios, pois há muitas ferramentas disponíveis, sejam elas softwares, hardwares, insumos, equipamentos ou máquinas, que passam a gerar um volume enorme de informações e processos, necessitando de um emprego maior de mão de obra especializada, onerando os custos de produção e tornando inviável sua implementação.

Nosso foco de gestão agrícola está voltado para a produtividade e a qualidade de nossas lavouras de cana-de-açúcar, já que esse é o nosso maior patrimônio. O manejo adequado tem um papel fundamental na manutenção dessa produtividade; para tanto, temos um controle rigoroso das operações e dos insumos que empregamos nessas áreas – desde o surgimento de uma nova propriedade, suas informações passam a ser armazenadas, gerando um banco de dados que é levado em consideração para os manejos a serem adotados nos anos subsequentes. Para esse controle, usamos um ERP (Enterprise Resource Planning), em nosso caso o SAP, que armazena essas informações e alimenta nossas ferramentas de gestão e de planejamento.

Para a gestão dos processos agrícolas, possuímos ferramentas de planejamento para reforma de áreas (IRef), plantio (IPlan), colheita (ICol), controle de frota (IFrota), operações agrícolas (IPop), gerenciamento da frota de apoio para abastecimento das máquinas (IMec) e roteirizador para sequenciamento das frentes de colheita (IMap). Todos esses softwares do grupo Hexagon-ILab nos auxiliam nas tomadas de decisões, já que conseguimos avaliar um grande número de variáveis ao mesmo tempo, tornando-nos mais assertivos.

Na manutenção dos equipamentos e no controle de toda a frota, usamos o SAP, que executa toda a gestão do processo de manutenções preventivas e de reformas, com alguns periféricos, como computadores de bordo (Auteq) e rastreadores de veículos (SEG), que nos auxiliam no monitoramento das atividades, garantindo um maior controle e uma maior redução da frequência e da gravidade das intervenções de manutenção.

No campo, o uso de tecnologias como piloto automático, aplicação de corretivos de solo em taxa variável e rotação de culturas agregam valores às nossas atividades na medida em que melhoram o aproveitamento de áreas, reduzem a compactação do solo, minimizam as perdas de matéria-prima na colheita e melhoram a fertilidade dos nossos solos. A capacitação de profissionais para uso dessas tecnologias de ponta é parte integrante desse sucesso. Vários treinamentos e cursos são ministrados, ao longo do ano, aos colaboradores, para que a Usina Açucareira Guaíra possa fazer bom uso dessas tecnologias.

Todos esses investimentos são responsáveis pelos excelentes resultados alcançados pela empresa. A manutenção da palha no campo também se tornou fator determinante para obtenção da elevada longevidade e produtividade, em função da grande porcentagem de solos ácricos que possuímos. Aliado à tecnologia, a responsabilidade socioambiental está inserida em todas as etapas do processo produtivo da cana-de-açúcar.

Programa de Gestão Ambiental Integrada (usina/agrícola), envolvendo: tratamento e reutilização da água; uso racional dos resíduos gerados (vinhaça, torta de filtro e cinzas); controle de emissão de gases poluentes; coleta seletiva em todos os setores; descarte correto de resíduos gerados na manutenção dos equipamentos; conservação das Áreas de Preservação Permanente, entre outros, são empregados com o intuito de garantir a sustentabilidade de nosso negócio.

De maneira preventiva, nas áreas de cana-de-açúcar, aceiros são mantidos limpos e com medidas acima do limite estipulado pela legislação ambiental vigente, e caminhões bombeiros estão locados em pontos estratégicos com o intuito de mitigar as frequentes ocorrências de incêndios criminosos que afetam a longevidade dos nossos canaviais, os quais estão indo para o 7° ano consecutivo com 100% da colheita mecanizada.

Sustentabilidade, inovação tecnológica e capital humano são alicerces fundamentais para um futuro certo e promissor de toda a organização; para tanto, trabalhamos com o intuito de aliar esses três pilares com a gestão financeira em tempos de crise, e isso envolve o comprometimento de todos os departamentos da empresa, para que as pessoas possam atuar em ambientes de mudanças de forma a perpetuar nossa atividade.