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Luiz Carlos Dalben

Presidente da Agrícola Rio Claro

OpAA69

A tecnologia e a inovação na prática
Quando falamos sobre a “tecnologia e inovação do sistema sucroenergético”, sabemos que estamos avançando em uma reta sem linha de chegada, ou seja, quanto mais evoluímos nas inovações, vemos o quanto ainda temos a desenvolver. Em todas as atividades ligadas ao setor, os avanços são uma, e, nos últimos dez anos, muitas tecnologias e inovações foram introduzidas, com ou sem sucessos, e podemos afirmar que, na produção de cana, nos itens ligados à mecanização, temos uma linha divisória de tecnologia no sistema e podemos classificar em mecanização plena na cultura da cana-de-açúcar antes e depois da colheita mecanizada. 
 
Considero, até então, que, na década passada, e até um pouco antes, a mecanização caminhava a passos curtos, e algumas práticas eram arcaicas, principalmente em colheita e plantio de cana-de-açúcar. O setor agrícola sempre passou por avanços tecnológicos, mas a necessidade destes  foram evidenciadas com a mecanização plena na cultura da cana-de-açúcar; podemos falar que a colheita e o plantio mecanizados trouxeram uma nova organização no campo de produção.

uitos são os itens inovados ligados à cultura da cana-de-açúcar, como o melhoramento varietal com variedades que têm melhor performance na colheita; a nutrição de plantas, o uso de micronutrientes e de agentes biológicos; o ressurgimento de mudas pré-brotadas com técnicas mais avançadas; a meiosi, o  melhoramento em biotecnologia e os maturadores; os defensivos agrícolas com novas moléculas muito mais eficientes e seletivas; o uso de drones para monitorar e controlar pragas, doenças, infestação de ervas invasoras, falhas na brotação do canavial, entre outros; os fertilizantes que são de uma nova geração; o uso de softwares para controles e busca de resultados on-line, visando a decisões momentâneas; a transferência de dados na colheita via transponder e a rastreabilidade nas lavouras, que é condição básica; enfim, muitas são as inovações envolvendo área agronômica, TI e outras.
 
Na mecanização, os avanços vieram em máquinas, implementos e equipamentos: os tratores e as colhedoras, com muita tecnologia embarcada, como piloto automático e  GPS; copiadores de solo para diminuir perdas e melhorar índices de impurezas, que passaram a ser tecnologias básicas na colheita; o uso de sensores em implementos, visando aperfeiçoar qualidade de trabalho e aplicação correta de insumos.
 
Os pulverizadores autopropelidos utilizados em operações de aplicação de defensivos agrícolas, cujas características principais são o alto rendimento operacional e a alta tecnologia em eletrônica de bordo para o preciso e total controle das aplicações, nos dão uma tranquilidade e certeza de resultados.

Observamos muitas mudanças nos sistemas de conservação de solo, com profundas alterações nos terraços, visando minimizar o efeito obstáculo destes; o preparo de solo, em muitos casos, passaram a ser localizados, economizando horas de máquinas nesta atividade e visando também a novos espaçamentos de linhas de cana. 

A adequação da lavoura obrigou a mudanças nos layout dos talhões, visando a melhor performance no plantio e na colheita, minimizando manobras, tempos perdidos e redução em horas de máquinas em todas as operações mecanizadas durante o ciclo da lavoura; o uso de mapeamento via satélite, com linhas definidas em plantio, colheita e tratos culturais, são uma obrigação, e o controle de frotas com softwares, atualmente essenciais para melhorias de rendimentos e minimização dos custos de mecanização e transportes  de cana nas usinas e produtores.

Com a modernização dos tratores, das colhedoras e dos implementos, vem também o conforto e as facilidades operacionais, dando ao homem melhores condições de efetuar com qualidade e segurança suas tarefas. A colhedora de cana de duas linhas independentes para espaçamentos de 1,50 m é, sem dúvida, uma promessa aguardada para melhorar condições de tráfego, rendimento operacional em toneladas de cana por hora, com redução nos custos operacionais.
 
Contudo, se olharmos o gráfico a seguir, veremos que as produtividades não acompanharam a introdução das novas tecnologias − posso dizer que alguns ingredientes no setor ainda não atingiram o grau necessário. Será que podemos dizer que nosso profissional, seja ele operador ou gestor, não está devidamente capacitado para aproveitar ao máximo essas inovações? A gestão ou fatores externos também podem ter comprometido o resultado?
 
Sabemos que nenhuma tecnologia, seja ela qual for, atua sozinha na agricultura na busca de melhores resultados. O somatório e a interação delas sim, mas com a influência fator  humano. Um item de altíssima importância e que não está em nossas mãos, mas temos que conhecê-lo cada vez mais para enfrentá-lo com inteligência, é o clima, e deste podemos destacar a água como o insumo mais atuante na produtividade, como temos notado nos últimos três anos.