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José Soares Araújo

Gerente de Manutenção e Transporte da Usina Serra Grande de Alagoas

Op-AA-36

Gestão por processos, eis a questão

Questão de percepção, cada crise em evidência do setor sucroalcooleiro sempre se posiciona como sendo a mais terrível, mais tenebrosa e avassaladora de todas. É evidente que maiores danos ocorrem quando, coincidentemente, são comprovados prejuízos nos dois principais pilares de sustentação: produção e preço.

Caso da situação atual, embora, historica e surpreendentemente, venha surgindo, no final dessas fases, como consequência, oportunidades “milagrosas” que proporcionam a retomada do setor. Se bem que a proporcionalidade do agravamento dessas crises tem respaldo na diversidade de suas causas regionais: clima, solo, topografia, preços, logística. Portanto a cura jamais poderá acontecer com um único medicamento.

Atirar no que se vê e acertar no que não se vê muitas vezes tem sido interpretado como descobrir novos caminhos para garantir a sobrevivência ou mesmo a retomada do sucesso. Na maioria das vezes, a solução ou parte dela está imperceptível, omissa no dever de casa.

Então, diante dessas situações adversas, fazer diferente, analisar ociosidades, retirar alguns fatores de produção da inércia, investir no princípio da melhoria contínua, ou seja, esquecer o infortúnio, antes motivar, inovar com otimismo, confiante sempre na recuperação. Acreditamos, sim, na intervenção criteriosa de reorganização dos processos, reestruturando suas matrizes, atividades e tarefas, principalmente no que diz respeito ao critério de distribuição de responsabilidades e fluxo de informação e comunicação. Isso constitui o marco inicial, a base de sustentação para se promover a evolução e seu enxugamento.

As descrições de todas as etapas deverão ter revisões compartilhadas com toda a equipe e elaboradas através de consenso. As novas metas de produção e produtividade deverão ser definidas com clareza, facilmente mensuráveis, justas e flexíveis, para atender às adversidades durante a execução do seu planejamento, de modo a manter a equipe motivada, sempre acreditando na possibilidade de atingir os resultados almejados. Essas metas constituem a chave principal dos processos, como geradoras de subsídios para elaboração do plano de recursos: transporte, máquinas, insumos, materiais e mão de obra. O sistema de reconhecimento é indispensável para manter o interesse das equipes que se destacaram com os melhores resultados.

Para esse sistema de reconhecimento, o mais coerente seria a distribuição de quatro faixas, em que, para a primeira, não haveria incentivo; na segunda, o incentivo seria baixo; na terceira; seria o valor considerado normal; estabelecido para meta; e, na quarta, com um reconhecimento superior bem atrativo. Os processos, com todas as suas características e peculiaridades, se tornam indispensáveis algumas ferramentas da qualidade, sendo consideradas facilitadoras no momento da execução e, por consequência, contribuir para redução ou total eliminação do retrabalho em algumas tarefas.

As mais usadas são: brainstorm (tempestade de ideias), fluxograma (esquematiza a sequência das ações), diagrama de pareto (eliminando as duas maiores causas que geram problemas na tarefa, ficarão resolvidos 90% deles), histograma (determina frequência ideal para execução de uma tarefa), malha cliente x fornecedor (planilha de avaliação que, além de expressar a satisfação do cliente com relação ao seu fornecedor, também melhora a comunicação entre ambos). 

O desenvolvimento dos processos deverá ser direcionado no sentido de contribuir não apenas para o desenvolvimento econômico, mas ser organizado de tal modo a cumprir a responsabilidade social, atendendo aos requisitos da normalização, seja ela nacional (ABNT), regional (Mercosul), ou internacional (ISO). Nesse cenário, atenção especial deverá ser direcionada para normas de segurança do trabalho e saúde do trabalhador, incluindo, nos procedimentos operacionais, detalhes específicos em consonância com os requisitos da norma.

Quando se analisa com mais profundidade, tanto no dimensionamento de recursos como no acompanhamento dos resultados de todos os processos, logo se percebe que as tarefas feitas por número maior de pessoas apresentam um grau de dificuldade mais elevado na sua condução, um maior índice de inconformidade e resultados mais variáveis. Portanto, para que os objetivos determinados na planilha de gestão dos processos sejam resultados promissores, indispensável fazer investimentos em treinamentos e se certificar, através de ferramentas de aprendizado, de que a equipe está preparada, não só para executar as tarefas do processo, como está motivada para contribuir para a eficácia dos processos e para a redução de custos. Faça acontecer e espere pra ver. Eu já vi.