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Ian Dobereiner

Diretor Agrícola da Raizen

Op-AA-52

De olho no futuro: gestão eficiente garante sustentabilidade do setor
A história de sucesso do setor sucroenergético brasileiro é evidente. Essa trajetória é marcada por profundas mudanças nos últimos anos em termos de eficiência, principalmente por causa da tecnologia. A força e a grandiosidade da agroindústria refletem a sua representatividade na economia do País. Fato esse que incentiva e projeta um futuro ainda mais próspero. Atingir a sustentabilidade do setor a longo prazo é, sem sombra de dúvidas, o maior desafio de quem milita nessa área. Para tanto, equilibrar o binômio custo de operações e produtividade do canavial é matéria fundamental.
 
Na busca por aperfeiçoar seus processos, reduzindo cada vez mais os custos operacionais, uma alternativa encontrada pela Raízen foi alinhar as práticas agronômicas já estabelecidas a um novo modelo de operação, com uma visão muita mais logística de todo o processo de colheita e de produção. Um bom exemplo desse conceito foi a implementação no último ano do Pentágono, uma torre de comando capaz de monitorar todas as operações de um único ponto, garantindo que sejamos capazes de extrair o máximo de produtividade de cada equipamento.

A operação funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, em tempo real. Dentro desse mesmo conceito de otimização, a Raízen promoveu uma profunda reformulação do seu modelo de transporte. Passou a operar com 8 transportadoras, ao invés das 216 anteriores. Isso possibilitou dar escala a seus fornecedores e discutir as oportunidades de incremento de produtividade nessa área, com muito mais proximidade.
 
Ainda na visão de redução de custos, a Raízen foi buscar, fora do setor, inspiração para aprimorar outros tantos processos que não tinham uma referência tão forte dentro do nosso mercado. Um bom exemplo dessa ação é a área de manutenção automotiva, que tem, em outros setores, processos muito mais amadurecidos. Buscar aprendizados com esses segmentos nos trouxe velocidade no desenvolvimento de uma manutenção que fosse efetivamente de classe mundial, em um intervalo de tempo muito mais curto.
 
Garantir a sustentabilidade do nosso setor não passa apenas por montar um processo otimizado, mas também por garantir que sejamos capazes de extrair mais valor dos nossos canaviais, com o intuito de ter cada vez mais produtividade por hectare. Nesse sentido, fica latente que devemos separar esse desafio em duas etapas muito claras. No curto prazo, o nome do jogo é execução, ou seja, garantir que sejamos capazes de implementar todos os conhecimentos que já são amplamente estabelecidos.

Podemos citar como exemplo a redução nas falhas de  plantio, a aplicação correta de fertilizantes e herbicidas, a operação de colheita que não danifique o canavial, o manejo adequado do planejamento de colheita, bem como outras tantas ações que são de amplo conhecimento do mercado. Não tenho dúvidas de que a simples implementação desses processos, com excelência, tem a capacidade de ampliar, de forma considerável, a produtividade do nosso canavial.
 
Juntamente com as ações de curto prazo, fica também evidente que o setor precisa se preparar para o longo prazo com práticas estruturadas. É necessário o suporte ao desenvolvimento de novas variedades, discutir profundamente nossos equipamentos agrícolas, trazer novas tecnologias para o setor, entre outras iniciativas que irão garantir os próximos saltos de produtividade.
 
Precisamos buscar, de forma incansável, que o setor seja capaz de produzir mais e melhor, levando os nossos negócios para um novo patamar de produtividade e de custos. Caso contrário, as variações de preços das commodities do mercado sempre interferirão profundamente na dinâmica do setor.  Nesse sentido, é fundamental que sejamos atores dessa revolução.