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Plinio Mário Nastari

Presidente da Datagro Publicações

Op-AA-10

A expansão industrial no setor sucroalcooleiro

O parque industrial brasileiro para produção de açúcar e álcool conta hoje com 379 unidades, responsáveis pela moagem de 423 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, 30,25 milhões de toneladas de açúcar, e 17,4 bilhões de litros de álcool. Com esta produção, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking de produção mundial de açúcar e de álcool.

O Brasil é também o maior exportador de açúcar e álcool do mundo, respondendo por 43,4% do mercado livre de açúcar, e 53% das exportações globais de álcool. Levantamento da Datagro, realizado em setembro, indica um total de 136 novos projetos em unidades de açúcar e álcool no país até 2014, em diferentes fases de planejamento e implantação, sendo contempladas também, nesse levantamento, as intenções anunciadas de investimento.

Estes investimentos hoje estão sendo realizados com recursos próprios e financiados por instituições financeiras privadas. A maior parte desse fluxo de investimento concentra-se na região Centro-Sul, que deverá receber 116, dos 136 novos projetos.

Na região Norte-Nordeste, a expansão da capacidade de produção de cana, açúcar e álcool deverá ocorrer, em sua grande maioria, em áreas irrigadas. Os estados de São Paulo, Goiás e Minas Gerais lideram o ranking de novos investimentos, com um total de 41, 30 e 20 novas unidades, respectivamente.

No Estado de São Paulo, os novos projetos apresentam capacidade média de processamento de cana de 2,3 milhões de toneladas, estando, em sua grande maioria, concentrados nas macro-regiões canavieiras de Araçatuba, São José do Rio Preto e Presidente Prudente.


Araçatuba e São José do Rio Preto são macro-regiões canavieiras de elevado rendimento industrial, com performance superior à média do estado. No Estado de Goiás, grande parte dos novos investimentos estão sendo concentrados na macro-região canavieira ao Sul do estado, responsável por 50,7% da produção de cana.

Já em Minas Gerais, os novos projetos apresentam capacidade média de processamento de 2,1 milhões de toneladas, estando, em sua maioria, concentrados nas macro-regiões canavieiras do Triângulo Mineiro.

Hoje, essa macro-região é responsável por 68,2% da produção de cana de todo o estado, e registra rendimento industrial consideravelmente superior à média do estado.

Projeções da Datagro, para a demanda de açúcar e álcool no mercado interno e internacional para 2013/14, consideram, dentro de uma perspectiva conservadora, a necessidade de ampliação da produção de cana do país para 700 milhões de toneladas.

Tomando-se como referência uma unidade com capacidade média de processamento de 2,0 milhões de toneladas por safra, seriam necessárias 144 novas unidades, operando neste nível de produção, até 2013/14.

Para atingir essa meta, o Brasil precisará crescer a uma taxa média de 7,9% ao ano, o que seria factível na visão da Datagro, considerando o crescimento médio de 9,0% ao ano, no período entre 2000 e 2005. Ocorre, entretanto, que a base de crescimento melhora a cada ano, aumentando o esforço de investimento necessário, para manter este ritmo de expansão. Na safra 2006/07, o crescimento da oferta brasileira de sacarose já corresponde a 1,3 vezes a produção total da Austrália, e 1,34 vezes a produção total da Tailândia.

O esforço, atualmente anunciado, de ampliação da capacidade de produção está em linha, portanto, com as perspectivas de crescimento da demanda para o açúcar e para o álcool brasileiros, e encontra paralelo no Brasil, apenas com a expansão verificada no início da década de 1980, impulsionada pela expansão do mercado de álcool.