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Maurício Tenório Wanderley

Diretor Gerente do Grupo Coruripe

Op-AA-06

A tecnologia da recepção e preparação da cana

Pesagem da cana: É através da pesagem da cana que o setor agrícola consegue controlar a sua produção e produtividade. A área industrial depende desta informação para controlar seu processamento e medir a produtividade industrial. São dependentes também deste controle o pagamento da cana de fornecedores e do transporte terceirizado.

No processo de modernização do setor de recepção de cana, viabilizando o aumento de velocidade desta operação e adequando-se ao recebimento de caminhões de cana inteira e picada cada vez mais longos, o Grupo Coruripe está instalando balanças eletrônicas, totalmente automatizadas, com 30 metros de comprimento e 120 toneladas de capacidade.

Laboratório de Sacarose: É nesta operação que se determina a qualidade da cana-de-açúcar. e a quantidade de sacarose presente, que vai servir para se determinar a eficiência de recuperação do processo industrial e o pagamento da cana recebidas dos fornecedores.

A amostra retirada através de um tubo sonda rotativo na carga de cana dos caminhões previamente sorteados na balança é desintegrada numa forrageira e prensada numa prensa hidráulica e o caldo resultante analisado para se determinar os parâmetros técnicos que definem a qualidade da cana (brix, e pol). O equipamento utilizado nas unidades industriais para a retirada da amostra da cana, a sonda horizontal, até então predominante, tem sido substituído por sondas amostradora oblíqua, que realiza um trabalho mais representativo na operação de amostragem.

A Usina Coruripe adquiriu 5 novas unidades da sonda obliqua, totalmente hidráulica, de fabricação Motocana, e vem experimentando muito bom desempenho. Para a determinação do brix e da sacarose, utilizamos o espectrofotômetro NIR (Near InfraRed), que permite a determinação mais rápida, sem a utilização de clarificantes químicos, o que facilita a exportação dos dados, diretamente para o sistema gerencial do pagamento de cana.

Descarregamento de cana: Nas usinas predomina o descarregamento mecânico com guindastes laterais tipo hilo, fixos ou móveis, que descarregam a cana diretamente nas mesas alimentadoras, barracões ou pátios de armazenamento.

O sistema de levantamento da carga pode ser por enrolamento do cabo de aço ou cilindro hidráulico. A Usina Coruripe trabalha com hilos de 30 ton. de capacidade e ponte rolante com garra de 8,5 ton de capacidade e renova seu estoque de 600 ton, a cada 8 horas.

Recepção: Começando o caminho da preparação, a mesa lateral é o receptor mais utilizado pelas usinas brasileiras. Inicialmente, as mesas eram levemente inclinadas (15°), depois, devido à necessidade de se melhorar a performance da lavagem da cana e da alimentação mais uniforme das esteiras de cana, os projetos mudaram para inclinações de até 50º, recebendo cana inteira ou picada. A cana é lavada através de um sistema de circuito fechado de água, com piscinas de concreto para decantação da impureza mineral.

Recentemente surgiram projetos de limpeza da cana a seco, por ventilação, aproveitando o espaço entre a mesa alimentadora e a esteira de cana. Percebe-se que o sistema tem uma boa eficiência para retirada da palha, mas não tem o mesmo performance na retirada da impureza mineral, infelizmente. Ainda não se dispõe de dados concretos sobre a real eficiência deste sistema. A Usina Coruripe possui uma mesa alimentadora de 15°/45° para cana inteira e outra mesa alimentadora de 45° para cana inteira ou picada e lava somente a cana inteira.

Esteira de cana: A esteira de cana é um leito metálico rodante, montado sobre correntes, pelo qual se encaminha a cana para a preparação. Normalmente, trabalha com uma velocidade de até 20 m/min. A esteira de cana da Usina Coruripe tem 42 m de comprimento, por 2 m de largura.

Preparação: Esta operação é a que precede a extração e objetiva desintegrar os colmos e romper as células para facilitar a extração do caldo contido nos colmos. Os dois processos de extração do caldo da cana, moagem e difusão requerem a operação de preparação. A difusão necessita de um percentual de abertura de células em torno de 93%, enquanto na moagem, uma abertura de 88% é considerada satisfatória. Há controvérsias técnicas quanto aos números.

A preparação utiliza um nivelador, um picador e um desfibrador pesado, normalmente acionados por turbinas a vapor, são constituídos por um rotor giratório com facas ou martelos oscilantes, que giram e cortam ou desfibram os colmos da cana. A Usina Coruripe trabalha com um nivelador tipo Cop-8, um picador tipo Cop-8 e um desfibrador tipo Cop-5, todos acionados com turbina a vapor.

Alimentação da Extração: Após o desfibrador, um espalhador lança uma camada uniforme de cana desfibrada na esteira transportadora de borracha. Esta esteira trabalha com uma velocidade na faixa de 100 m/min e possui, em sua região intermediária, um eletro-imã suspenso, para retenção de materiais ferrosos. A partir daí, inicia-se um novo processo.