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Sun Rongmao

Cônsul-geral da República Popular da China em São Paulo

Op-AA-26

O etanol na China

O governo chinês sempre deu grande importância ao trabalho de pesquisa e inovação das energias renováveis, como parte importante na aplicação de conceitos do desenvolvimento científico, sustentável e rápido da economia chinesa. A velocidade do crescimento dessa nova e renovável energia na China é uma das maiores do mundo.

É  nossa política básica desenvolver ordenadamente a hidroeletricidade, promover positivamente a energia nuclear, incentivar e apoiar o desenvolvimento da biomassa, energia solar, energia geotérmica e energia eólica nos campos. Em janeiro de 2006, a China decretou a “Lei das Energias Renováveis”, que forneceu a garantia política ao desenvolvimento das energias renováveis.

Em 2007, investimos US$ 12 bilhões na área das energias renováveis, o segundo maior investimento nessa área no mundo. Para enfrentar a crise financeira e econômica, o governo chinês implantou um pacote de estímulos econômicos, com valor de US$ 600 bilhões e, nesse plano, a energia renovável foi prioridade. Em 2009, a proporção das energias renováveis na estrutura do consumo da energia primária subiu de 8,4% para 9,9%.

stá previsto que, até 2020, o volume total da utilização das energias renováveis equivalha a 600 milhões de toneladas de carvão padrão, igual a 20% do consumo atual da China. O desenvolvimento das energias renováveis da China tem grande potencialidade. Segundo as estatísticas, nosso país possui 100 milhões de hectares de terras e áreas degradadas, terras não cultivadas e pântanos, onde se podem cultivar plantas e produzir biodiesel.

A agricultura chinesa produz mais de 700 milhões de toneladas de palhas anualmente, que podem ser aproveitadas e remodeladas para a energia biológica. Hoje em dia, nas províncias de Hebei, Shandong e Jiangsu, projetos-modelo de produção de eletricidade a partir da palha estão sendo implantados. Em 2007, a China autorizou 87 projetos dessa categoria.

O volume total da capacidade é de 2,2 milhões de kW. São 15 projetos já construídos e 30 ainda em construção. Até o final de 2008, a capacidade total da eletricidade de biomassa foi de 3,15 milhões de kW. A partir de 2008, o governo chinês pôs o desenvolvimento do biogás no plano do desenvolvimento nacional. A China está pesquisando a tecnologia de transformação de palha, lenha, excrementos animais, resíduos orgânicos e lixo em energias renováveis.

Claro que, para garantir o fornecimento de alimento ao povo, não é possível utilizar grande quantidade de milho e semente de colza para refino de combustível, nem utilizar grande área de terras aráveis para cultivar produtos agrícolas como cana-de-açúcar. A fim de elevar o nível da pesquisa e produção das energias renováveis, penso que precisamos dar atenção aos fatores seguintes:

1. Reforçar o conhecimento da importância do uso das energias renováveis. Devido ao desenvolvimento da indústria e o aumento da emissão de CO2 (dióxido de carbono), nosso planeta está sofrendo  mudanças climáticas e grandes calamidades naturais. Por isso, utilizar a energia limpa, diminuir a emissão de CO2 e proteger a atmosfera são trabalhos mais urgentes. Todo o mundo deve pressionar seus governos a planejar a utilização de energia limpa no futuro, reforçar o apoio financeiro e acelerar a utilização das energias renováveis em escala maior e áreas mais amplas.

2. Reforçar a pesquisa e investigação científica, estimulando o trabalho da pesquisa da utilização das energias renováveis em áreas mais amplas. Precisamos, portanto, ver a longo prazo e acelerar a estratégia da formação desses itens. Cada país deve desenvolver as energias renováveis a partir de materiais diferentes, em conformidade com as características do próprio país, levando, assim, a pesquisa e inovação tecnológica das energias renováveis para a faixa expressa.

3. Fortalecer a colaboração internacional. Os países desenvolvidos já começaram a produção da eletricidade de biomassa no início da década de 90, dominando essa alta tecnologia. Para o interesse comum de toda a humanidade, os países desenvolvidos têm o dever de ajudar os países em desenvolvimento nas áreas de tecnologia e capital, realizando o desenvolvimento conjunto e defendendo o meio ambiente.

Por outro lado, os países em desenvolvimento devem planejar e participar positivamente, assumindo a sua responsabilidade internacional. Meus amigos, o Brasil começou a pesquisar e utilizar o combustível de álcool no início da década de 70, baseado na sua vantagem natural, hoje tem dominada essa tecnologia, que deu grande contribuição para mitigar a emissão de poluentes e proteger o meio ambiente.

A China tem todo o interesse de aprender com o Brasil a desenvolver a energia renovável em conformidade com a nossa situação. Creio que, através deste Fórum Internacional, podemos chegar a um consenso extenso, prestar mais atenção ao desenvolvimento e utilização das energias novas e renováveis, com uma colaboração cada vez mais estreita, podendo contribuir ainda mais para o bem-estar de todo o planeta.