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Fábio Borgonhone

Gerente de Marketing de Produto da Case IH

Op-AA-10

O mercado de cana-de-açúcar: evolução e perspectivas

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de cana-de-açúcar e derivados. E, por mais que a cultura tenha raízes históricas no País, o setor sucroalcooleiro vem passando por um monstruoso crescimento há alguns anos. O álcool popularizou-se no Brasil, principalmente a partir da obrigatoriedade da mistura de álcool à gasolina. Porém, nos últimos anos, a demanda crescente pelo etanol e os preços mais favoráveis para o açúcar estimularam o crescimento da produção de cana.

A força do setor, aliada aos investimentos em pesquisa, proporcionaram ao Brasil competitividade elevada no mercado mundial. Em 1994, colheu-se no Brasil 250 milhões de toneladas de cana. De acordo com dados da Unica, União da Agroindústria Canavieira de São Paulo, na safra 2004/2005, esse número superou 383 milhões de toneladas e na safra em curso, deve-se alcançar um recorde histórico de mais de 470 milhões de toneladas.

Ainda assim a produção de cana-de-açúcar ocupa menos de 11% da área utilizada para agricultura no Brasil. Para atender à demanda em ascensão, o cultivo e a produtividade precisam crescer e a gestão das usinas precisa se tornar ainda mais eficiente, o que requer investimentos em racionalização administrativa, na incorporação de novas tecnologias e em unidades processadoras.

A tendência é que esse aumento gradativo de produção confirme-se nos próximos anos. Segundo a Embrapa, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, já existem cerca de 90 projetos de construção e ampliação de usinas de açúcar e álcool no País. Esses projetos devem ser concluídos até 2010, ano em que se estima que a renda no setor chegue ao patamar de US$ 5,5 bilhões.

As áreas destinadas à cana-de-açúcar cresceram embaladas pelo interesse do mercado externo e interno. O setor ganhou ainda mais importância depois da vitória dos países produtores de açúcar de cana, na queda dos subsídios junto à Organização Mundial do Comércio, do crescimento das vendas de carros bicombustíveis no mercado doméstico e do interesse de outros países no álcool combustível brasileiro, tendo em vista o elevado preço do petróleo e a busca por combustíveis renováveis.  

Os combustíveis são um fator importante para o desenvolvimento da economia em todo o globo. Aqui no Brasil, ao que tudo indica, o caminho para solucionar a ameaça de escassez no futuro será mesmo a produção cada vez maior de etanol. A colheita mecanizada de cana-de-açúcar, quando introduzida no Brasil na década de 70, abriu um novo ciclo no setor. Os usineiros e produtores brasileiros ingressaram num modo de produção bastante mecanizado, que vem evoluindo num ritmo acelerado.

Tratores com últimas inovações, colhedoras com a mais nova tecnologia e operadores cada vez mais qualificados são uma realidade no Brasil canavieiro de hoje. Mas é fato que ainda há muito o que evoluir. Diferentemente do que aconteceu na Austrália na década de 40, quando faltava mão-de-obra para a colheita, no Brasil, a mecanização no campo surgiu por uma necessidade das empresas do setor de se tornarem cada vez mais competitivas.

As máquinas estão acompanhando – e muitas vezes até motivando – toda essa mudança no setor. Calcula-se hoje, que cerca de 30% da área cultivada com cana no Brasil – de 5,5 milhões de hectares – é colhida com máquinas. Acredita-se que a colheita mecanizada possa ser realizada em até 75% do total cultivado. As demais áreas possuem relevo acidentado, condição que impossibilita a colheita com máquinas.

As vantagens da colheita mecanizada são muitas. Uma colhedora trabalha de 2 mil a 2,5 mil horas por ano, numa safra de oito meses, processando de 80 a 140 toneladas por hectare percorrido. A perspectiva de crescimento da mecanização nas lavouras de cana tem grandes chances de se confirmar, pois o usineiro, como qualquer produtor agrícola brasileiro, envolve-se a fundo, quando o assunto é novas tecnologias.

A cana é uma cultura que exige diversos processos em sua produção e beneficiamento, daí o grande interesse daqueles que vivem da atividade, por novidades, que possam trazer benefícios. O usineiro brasileiro dá grande importância à experimentação e à comprovação dessas novidades. Parceira do setor sucroalcooleiro, a Case IH desenvolve tecnologias para beneficiar o cultivo, cada vez mais eficiente da cana-de-açúcar.

Já estão disponíveis no Brasil, por exemplo, equipamentos como o AFS Guide, que, guiado por satélite, orienta o trator no plantio, mantendo seu traçado. O sistema permite a eliminação do disco marcador do sulcador. No uso do cultivador, o equipamento evita o pisoteio da soqueira da cana. Outro dispositivo que a Case IH oferece é o Auto Tracker, um aparelho automatizado de controle de altura do corte de base, que pode ser acoplado em colhedoras da marca.

O sistema eleva e abaixa a máquina automaticamente, possibilitando que a altura dos discos seja constantemente ajustada às irregularidades do terreno. Todo o investimento em pesquisa, para melhorias nas máquinas, confirma que tanto no canavial, como na indústria de máquinas, a evolução e o investimento em tecnologia não podem parar.