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Hermes Suzigan

Diretor Geral da Civemasa Implementos Agrícolas

Op-AA-05

Manuseio e transporte da cana-de-açúcar

Há um consenso entre os profissionais da área agrícola da cana-de-açúcar sobre a importância da seqüência corte, carregamento e transporte - CCT, para a logística do fornecimento da matéria prima à moagem na indústria e para a qualidade do produto final (açúcar ou álcool). Dentro desse contexto, o processo de transferência após o corte, ou seja, do carregamento de cana inteira para uma carreta semi-reboque, se for colhida manualmente ou para um veículo transbordo, se for colhida por máquinas colhedoras de cana picada, deve ser realizado com critério.

Carregamento de Cana Colhida em Sistema Manual: O processo de “amontoar” a cana é fundamental para facilitar o carregamento, pois uma cana ereta e bem amontoada, além de otimizar o trabalho da carregadora, proporciona mais qualidade à matéria prima, pois evita excesso de impurezas (vegetais ou minerais) na operação.

Hoje, para as usinas, certamente é interessante dar mais atenção à qualidade e, que para a quantidade de cana carregada, mas é preciso que essa consciência se estenda ao comando de campo, passando desde os encarregados, até os operadores. Já existem usinas que estão adotando sistema de premiação específica para que o carregamento seja realizado com maior destreza, não permitindo, inclusive, que o rendimento diário exceda a 700 toneladas por dia, por máquina.

Outro fator importante e que reforça essa filosofia são as últimas inovações tecnológicas empregadas em carregadoras de cana. Atualmente, é possível encontrar no mercado, máquinas que possuem ângulo de giro da lança de 180 graus, maior capacidade de carga da garra e rastelo centralizado. Esse conjunto de melhorias, ajuda a diminuir o número de manobras, facilitando a operação, dando mais qualidade ao carregamento e proporcionando maior rendimento a um custo mais baixo.

Carregamento de Cana Colhida em Sistema Mecânico: Normalmente, no carregamento de cana picada, utilizam-se 4 ou 6 unidades de veículos transbordos, por colhedora. A capacidade de carga do transbordo pode variar em função dos modelos existentes no mercado. Os mais tradicionais possuem capacidade para 8 toneladas - por volta de 21 m3.

Para que estes modelos tenham o rendimento desejado, o ideal é que se trabalhe com 3 unidades, considerando, evidentemente, a potência e a vazão hidráulica do trator e também a topografia do terreno. O rodado dos transbordos são fatores importantes, pois devido à elevada pressão que exercem sobre o solo, principalmente, quando estão com carga máxima, recomenda-se que possuam sistema tandem com pneus de alta flutuação, para evitar compactação excessiva do solo.

Já se encontra no mercado um modelo de transbordo, cuja concepção incorpora toda a engenharia de carregamento adequado, estrutura leve e resistente e posição correta ao lado da colhedora. Trata-se do transbordo Triden, ou seja, com 3 eixos e suspensão com feixes de mola, que reduz o impacto sobre o solo. O primeiro eixo é autoestersante, evitando desgaste excessivo dos pneus, pois diminui o arraste. Outro diferencial deste modelo é a bitola de 2,90m, que permite ao veículo o deslocado sobre duas linhas de cana (espaçamento de 1,50 m), sendo que o lado interno dos pneus fica a uma distância de 40 cm das soqueiras, espaço suficiente para evitar pisoteio.

A autonomia deste modelo de transbordo também é um ponto de destaque, pois devido à sua elevada capacidade de carga (cerca de 28 m3), dependendo da densidade da cana, pode-se carregar até 13 toneladas, por unidade. Para se ter uma idéia do que isso representa, com apenas 3 “basculadas” é possível completar a carga de uma carreta de rodotrem. Alguns fabricantes de equipamentos estão continuamente empenhados em inovar na busca de soluções para o setor sucroalcooleiro e procuram formar parcerias com as próprias unidades produtoras, com Instituições de Pesquisas, Universidades, o que normalmente resulta em vantagem para todas as partes envolvidas.