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Abel de Miranda Uchôa

Diretor-geral da SJC Bioenergia

Op-AA-63

Milho integrado à planta de cana
A SJC Bioenergia iniciou o processamento de milho em 2016. Foi uma decisão estratégica da empresa e fortemente marcada pelo desafio de crescer de forma consistente e com vistas à sustentabilidade do negócio e ao fortalecimento operacional de médio e longo prazos. Assim, foi dada a partida de uma planta inovadora em vários aspectos, sendo a segunda em todo o mundo com a tecnologia escolhida para ser implantada.

Trata-se de um projeto com base na última geração das plantas norte-americanas produtoras de etanol e de proteína de alta concentração destinada para alimentação animal. É também um site integrado, com utilidades produzidas pelo processamento da cana, tanto para safra quanto para a entressafra. É, sem dúvida alguma, um enorme benefício, mas que também traz grandes desafios.

Entre os desafios, há os de aspecto operacional, como equacionar a queima do bagaço de cana para geração de energia durante os períodos chuvosos, manter a eficiência e a estabilização da caldeira com baixa produção de vapor. Igual desafio é o de garantir a integração e o aproveitamento da levedura cana/milho, fazer o reciclo de fermento e manter o balanço de vapor, integrando o milho com o processamento da cana.

É preciso considerar as ações que vão garantir a correta e adequada secagem de proteína, o aumento da concentração da vinhaça e a manutenção linear para os processos integrados. Foram e são desafios que implicam mudanças na cultura operacional, que passa a considerar atividade na área industrial nos 12 meses do ano, ou seja, sem que efetivamente haja uma entressafra.

Tem igual peso, em termos de desafio, o aspecto de ordem mercadológica, pois, desde o início, foi preciso considerar o desenvolvimento do mercado local e regional para os coprodutos originados do processamento do milho. As equipes de marketing e de vendas estão sempre em busca de melhor entender o mercado de proteína animal, pois é preciso convencer os produtores de que a novidade trazida pelos coprodutos vem para agregar valor às práticas e aos outros produtos utilizados tradicionalmente nas propriedades rurais, as pequenas ou as grandes. 

A SJC atua de forma constante e consistente para favorecer os meios de integração com centros de pesquisa, para dar suporte à abertura de mercado, realizando, para isso, viagens às melhores instituições de pesquisa e de produção em várias partes, em especial na América do Norte. Nessas missões, são realizadas apresentações técnicas sobre o uso dos coprodutos na produção de proteína animal, do aprendizado construído sobre aquisição e estocagem de milho durante os 12 meses do ano e sobre a quebra do ciclo de armazenagem milho/soja.

Quando a SJC Bioenergia definiu que a safra 2019/2020 seria denominada de a Safra da Superação, os elementos de planejamento foram realizados para que fosse a melhor safra de todos os tempos da empresa, incluindo o processo de grãos. Estava claro para a toda a equipe e os acionistas que os desafios iniciais de 2016, no começo da operação de processamento de grãos, já haviam sido superados.

Os números revelavam os elevados rendimentos acima do inicialmente projetado para etanol, proteína e óleo, o que permitiu consolidar a Unidade de Processamento de Grãos – UPG, instalada no site da Usina São Francisco, em Quirinópolis/GO. Nos quatro anos da operação da UPG, houve tempo suficiente para demonstrar que os seus potenciais operacionais e mercadológicos são muito superiores em relação à visão inicial que fora estimada em 2016.

A visão no médio e longo prazo revela tendência de crescimento da demanda de etanol e de coprodutos, uma forte demanda de milho que vai atuar para estabilizar preços e estimular o produtor para a segunda safra. Também está nessa avaliação a redução do emprego do milho para consumo direto, que deve deixar o produto em níveis médios de preço, mas estáveis.

Nessas condições, a expectativa é de que, no longo prazo, serão criadas as oportunidades para estimular o surgimento de um forte mercado para demanda de proteínas com maior valor agregado, polos de novas unidades e desenvolvimento concentrado nos cinturões de produção de milho e com forte crescimento da produção de proteína animal.

Nesse cenário, estão postos elementos fundamentais que vão estimular a economia regional e de valorização das terras, causando uma curva forte na inversão da rentabilidade com o distanciamento das unidades de produção, limitando o desenvolvimento em outras regiões, isso considerando que o milho representa, aproximadamente, 80% do custo de produção. Como empresa pioneira nessa atividade, a SJC Bioenergia entende que são promissoras e sempre mais viáveis as oportunidades e a rentabilidade do processamento de etanol do milho em planta anexa ao do processamento da cana.

O crescimento e o desenvolvimento estão presentes na visão da empresa e conscientes em cada funcionário, que se orgulha de fazer parte dessa história. A expansão e os novos projetos de ganhos operacionais e mercadológicos fazem parte para o incremento e a margem operacional que estão e serão consolidados no planejamento dos próximos cinco anos. É o resultado de um processo inovador que a SJC colocou em marcha e pelo qual ela se encontra em constante transformação, em busca do melhor desempenho e resultado.