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Júlio César Bianchini

Gerente Comercial da Área Internacional da TGM

Op-AA-06

A cogeração é uma solução contra um novo apagão

A situação energética mundial está sendo colocada em xeque. O consumo está aumentando mais que a capacidade de geração de energia. Isto não é diferente no Brasil. O crescimento do PIB Brasileiro está previsto para 2005 em 3,5% e o consumo de energia elétrica ao redor de 6%. Considerando que necessitamos de um adicional na matriz energética brasileira de aproximadamente 3.500 MW, muito em breve, não mais tardar que 2008, o Brasil terá outro problema de racionamento de energia elétrica.

A melhora na geração distribuída e/ou cogeração de energia é a melhor solução quanto à eficiência energética, juntamente com a melhoria da eficiência dos motores elétricos/inversores de freqüência. Os grandes consumidores de vapor, usinas produtoras de açúcar e álcool, papel e celulose e siderurgias, têm a possibilidade de, a curto prazo, adicionarem excedentes de energia elétrica na matriz energética brasileira. As indústrias que consomem pequenas quantidades de vapor, como alimentícias, podem também instalar pequenos turbogeradores, para melhorarem sua eficiência energética. Nos casos das usinas de açúcar e álcool, a grande vantagem é a facilidade e a rapidez como podem gerar e fornecer energia ao sistema integrado brasileiro.


A grande maioria das usinas está gerando energia com turbinas de contrapressão. Estas mesmas usinas têm uma grande capacidade de adicionar energia elétrica ao sistema, não somente durante a safra da cana de açúcar, que no Sul-Sudeste vai de maio a novembro, como também durante o período de manutenção das mesmas, utilizando turbinas de condensação, já disponíveis em algumas usinas.

Não temos dúvidas de que estas usinas poderão gerar esta energia durante todo o ano, queimando, não somente o bagaço da cana, como também muitos combustíveis hoje disponíveis, porém não aproveitados. Nossa sugestão é a valorização de nosso parque industrial, para aumentar a geração de energia, assim como a existente na América Central, onde a energia elétrica é comprada a U$ 65,00/MWh, além de receberem adicionais por potencia instalada. Para o Brasil evitar que um eminente problema energético aconteça, é necessário tomar decisões imediatas.

As medidas adotadas, como a eliminação do IPI e a aprovação do Proinfa, ainda não são suficientes para viabilizar os projetos que visam somente a geração de energia. Os preços da energia elétrica do Proinfa, para a geração de energia da biomassa, deveriam equiparar-se aos demais, como a energia eólica, que utiliza equipamentos importados e remunera o MWh, em quase o dobro do pago pela energia gerada pela biomassa.

Não há segredo, basta disponibilizar incentivos, preços adequados do MW e uma planta eficiente para que os resultados sejam certos e claros. Exemplo disso são as usinas da América Central, que utilizando os incentivos de seus governos estão com os investimentos a todo vapor, comprando turbinas, caldeiras, geradores, etc. Uma delas, está próximo dos 70MW e já fala em aumentar. Outra comprou mais uma grande turbina próxima dos 50MW e dispõe de um projeto que ao final produzirá 65MW. Recentemente, recebemos em nossa empresa alguns grupos formados por expoentes do meio político e executivo do setor energético do país. Ficaram impressionados com a capacidade das empresas brasileiras em fornecer equipamentos para geração de energia.

Numa delas, a Ministra Dilma Rousseff, na oportunidade ministra de Minas e Energia, ficou impressionada ao ver uma turbina de 300kW, do projeto do governo “Luz para Todos”. Também conheceu na oportunidade uma máquina de 25MW, fruto dos incentivos do Proinfa. O Brasil tem tecnologia equiparada aos grandes centros, haja vista que está exportando para Estados Unidos e Alemanha, que fazem parte da vanguarda na tecnologia destes equipamentos. Contudo, muitas empresas já têm projetos de geração de energia prontos, aguardando somente a viabilidade econômica. Hoje, os fabricantes de equipamentos para geração de energia através da biomassa estão ociosos e aguardando o grande arranque. Não temos dúvidas: Será em um futuro muito próximo.