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Guilherme Nastari

Economista Agrícola da Datagro

As-AA-19

Uma nação realmente verde
A produção e a distribuição de energia sustentável e o aquecimento global estão entre as principais pautas mundiais atuais. O Brasil tem reforçado o seu protagonismo nesse movimento e contribuído cada vez mais. No primeiro semestre deste ano, segundo a Datagro, o etanol utilizado em mistura com a gasolina, e puro, pela frota flex, substituiu 45,7% da gasolina automotiva consumida no País. Para se ter uma dimensão da importância dessa substituição, desde 1976, o etanol já substituiu 3 bilhões de barris de gasolina, com uma economia de mais de US$ 506 bilhões.
 
Essa história começou há 40 anos, quando o Governo Federal da época e a Anfavea assinaram um protocolo, objetivando a produção de veículos automotores movidos integralmente a álcool combustível. Desde então, se desenvolveu em nosso país não só a adição do etanol à gasolina, mas também a sua utilização como combustível exclusivo em veículos.

Os impactos positivos do uso de etanol em mistura com a gasolina automotiva e como combustível puro são inúmeros, nos âmbitos econômicos, sociais e ambientais. O fato de o etanol de cana ser praticamente neutro em emissões de gases causadores do efeito estufa o transformou em uma das fontes de energia mais limpas, levando o Brasil a uma referência internacional na utilização de combustível líquido limpo e renovável. 
 
Com o RenovaBio, o Plano Nacional de Biocombustíveis, aprovado pelo Congresso brasileiro em 2017, e que deve entrar em funcionamento a partir de dezembro de 2019, foi criado um mecanismo de certificação que irá incentivar eficiência energética-ambiental e terá como resultado a redução de preço dos biocombustíveis ao consumidor, levando a uma precificação do carbono pelo mercado, e não pelo Estado. 
 
Com objetivo de reduzir emissões de gás carbônico na atmosfera, através do aumento de produção e do consumo de energias renováveis, outros combustíveis verdes, como o etanol de milho e o biodiesel, também serão beneficiados. As metas de descarbonização aprovadas pelo CNPE, o Conselho Nacional de Política Energética, refletem uma redução acumulada de emissão de 686 milhões de toneladas de CO2 até 2029, o que corresponde a mais de um ano de emissões totais de carbono de um país da dimensão e da expressão econômica da França, por exemplo.
 
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP, apontou recentemente que 96 unidades produtoras de biocombustíveis já estão em processo de certificação para a obtenção do Certificado da Produção Eficiente de Biocombustíveis, previsto pelo RenovaBio. 
 
Enquanto alguns países pretendem substituir motores de combustão interna por outras motorizações que não utilizam fontes limpas, com baixa pegada de carbono, de energia para transporte, numa falsa ilusão de que, dessa maneira, estão gerando emissão zero, com o etanol, o Brasil tem uma opção tecnológica de mobilidade muito superior.
 
O uso do etanol, e dos biocombustíveis em geral, também irá proporcionar longevidade e sustentabilidade ao uso dos combustíveis tradicionais, aproveitando valiosas reservas de petróleo e gás, que devem passar de 2,6 para 5,5 milhões de barris por dia até 2026. Estamos caminhando para um futuro de otimização dos motores e também da eletrificação da frota com combustíveis líquidos de alta densidade energética e baixa pegada de carbono, como é o caso dos biocombustíveis. 
 
O setor sucroenergético tem sido também um dos pilares da geração distribuída de energia elétrica, a partir da biomassa, e, portanto, de origem renovável. Esses programas e ações reforçam o compromisso desta nação com as novas gerações de todo o mundo.