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João Paulo Pivetta

Gerente de cultura de cana-de-açúcar da Bayer CropScience

Op-AA-28

Manejo adequado contribui para a qualidade

De acordo com a Conab - Companhia Nacional de Abastecimento, a produtividade média da safra 2010/2011 de cana no País foi de 77,8 toneladas por hectare, sendo que 46,2% da produção total serão destinados à produção de açúcar e 53,8% à produção de álcool. A cultura é uma das mais antigas no País, se expandiu pelo território brasileiro e hoje ocupa 8.033 hectares de área colhida destinada à atividade sucroalcooleira.

Apesar de seu longo tempo de cultivo, a cana sempre sofreu com os danos causados por pragas como a broca (Diatraea sacharalis) e a cigarrinha-das-raízes (Mahanarva fimbriolata), ambas conhecidas na indústria sucroalcooleira por sua abrangência no território nacional e pelos visíveis prejuízos diretos e indiretos que causam.

A broca causa a redução de peso da cana (tonelada/hectare), além de inversão da sacarose e contaminação do caldo, gerando perdas de açúcar e álcool em quantidade e qualidade. Já a intensidade dos danos causados pela cigarrinha depende de fatores como o estágio de desenvolvimento da cana no momento do aparecimento da praga, o nível populacional e o período de convivência da cigarrinha com a cultura.

As plantações colhidas no início/meio de safra sofrem danos menores do que aquelas colhidas no final da safra, por estarem mais desenvolvidas no momento em que a praga aparece no campo. Já a cana colhida no final da safra está pouco desenvolvida no início do período das chuvas e, por isso, pode sofrer danos muito mais severos.

Nos anos 90, devido ao controle biológico intenso e ao maior investimento em tecnologias, a incidência da broca diminuiu de maneira significativa. De acordo com informações divulgadas pelo CTC - Centro de Tecnologia Canavieira, à medida que os investimentos em laboratórios de controle biológico cresciam, os ataques da praga recuaram, o que diminuiu a taxa de infestação da broca.

Porém, na mesma década, ainda segundo o CTC, com a mudança do sistema de colheita para cana crua, algumas pragas, como a cigarrinha-das-raízes, que, em pouco tempo, se tornou um problema para a cultura, encontraram condições de sobrevivência mais favoráveis. Para ter prejuízos minimizados, cabe ao produtor buscar alternativas de controle eficazes que garantam a qualidade e a produtividade das lavouras.

Para o manejo da broca, a integração do controle químico e biológico é a alternativa mais viável, pois demanda menos tempo e custos. Entretanto, para um manejo adequado, é importante que o produtor opte por um inseticida seletivo aos agentes naturais, como a vespa Cotesia, e também saiba qual o melhor momento de aplicação.

Antes de optar pelo inseticida a ser aplicado, o produtor deve levar em conta a seletividade do produto, para aliar sua ação à atuação do inimigo natural da broca. Conhecendo a importância do manejo integrado e da vespa para o controle da praga, a Bayer CropScience, desenvolveu um inseticida fisiológico, inibidor da síntese de quitina, pertencente ao grupo benzoilureia e conhecido comercialmente como Certero.

Este é compatível com o manejo integrado, porque tem como diferencial a seletividade, ou seja, não afeta o agente natural importante (a vespa) para o controle biológico da broca nos canaviais. Já para o manejo da cigarrinha, o rápido efeito de choque no controle é fundamental. Quanto mais tempo a praga estiver em contato com a cana, maiores são os danos de produtividade e comprometimento da qualidade da matéria-prima.

O controle das pragas deve estar associado a um manejo sustentável, e prevenir a resistência é um princípio básico para assegurar a sustentabilidade e a produção. Para atuar diretamente no controle de cigarrinhas, a Bayer Cropscience desenvolveu um inseticida pertecente a um novo grupo químico (Fenilpirazol), comercializado como Curbix e que contribui diretamente para o manejo da resistência da cultura.

É comum haver reinfestações, que variam de acordo com as condições climáticas e regiões produtoras, e Curbix, em função de seu prolongado efeito residual, realiza um controle constante. Ou seja, mesmo em condições de clima favoráveis à praga, não ocorrem oscilações, nem aumento da população de cigarrinhas nos canaviais onde foi aplicado o produto.

Quando corretamente utilizados, os inseticidas promovem bom controle das pragas, com significativos incrementos de produtividade de colmos e de açúcar. Cabe ao produtor estar atento, conduzir um manejo adequado da lavoura e utilizar corretamente as ferramentas que tem à disposição, que podem contribuir para a obtenção de mais qualidade e rentabilidade no final da safra.