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Jaime José Stupiello

Diretor Agrícola da Açúcar Guarani - Grupo Tereos

Op-AA-32

Contamos com o CTC para ganhar competitividade

Oportuna e merecida homenagem que a revista Opiniões presta, nesta edição, ao CTC - Centro de Tecnologia Canavieira. Sinônimo de cana-de-açúcar e detentor do maior banco de germoplasma do mundo, o CTC introduziu no mercado, ao longo de quatro décadas, um conjunto de soluções e tecnologias que ajudou o setor sucroenergético brasileiro a conquistar reconhecimento mundial, por seu desempenho produtivo e qualidade dos subprodutos da cana-de-açúcar.

De olho no futuro, o CTC adotará uma nova estratégia. Deixa de se configurar numa Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) para converter-se numa Sociedade Anônima.

Essa nova visão empresarial sinaliza que o CTC está se renovando e que abraça de vez a inovação, após concluir um ciclo vitorioso expresso nos resultados que entregou ao setor nos últimos anos. Como empresa privada, o CTC contará com novas possibilidades de captar recursos financeiros, tendo em vista assegurar a liderança brasileira no cenário mundial da agroenergia e dos biocombustíveis.

Por sinal, o Brasil e o mundo acompanham atentos a conclusão de estudos estratégicos, aplicados a tecnologias de ponta, a cargo do CTC. A viabilidade de cada um deles depende, sobretudo, de recursos financeiros. Fazem parte dessa relação a produção de etanol celulósico e a geração de energia elétrica a partir da biomassa da cana-de-açúcar.


Como acionistas do CTC, a Guarani apoia a nova estratégia de negócios do centro de pesquisas. Entendemos que o mercado – e os profissionais da área agrícola, como eu – alimenta as melhores expectativas de que esse esforço, amparado na inovação, beneficie o Programa de Melhoramento Genético do CTC.

Afinal, na produtividade das lavouras de cana-de-açúcar, estão concentrados, hoje, os principais desafios do setor sucroenergético, como o abastecimento de etanol na entressafra e o aumento da capacidade de produção de açúcar. Alguns fatos e indicadores certamente darão ao leitor uma ideia da importância do Programa de Melhoramento Genético do CTC.

Desde que iniciou suas atividades, em 1969, o centro de pesquisas colocou no mercado mais de 80 novas variedades de cana-de-açúcar. Hoje, a maior parte das cultivares chega ao mercado adaptada às diferentes condições de solo e clima das regiões produtoras de cana.

As variedades com a marca CTC é o resultado de um programa sério no desenvolvimento varietal clássico.  No ano passado, o mercado conheceu duas delas, que compõem a sétima geração produzida no centro de pesquisas de 2005 para cá. Para que fossem validadas, foram realizados mais de 40 ensaios técnicos.
Seus atributos principais incluem elevado teor de sacarose e resistência a doenças.

No futuro próximo, essas características ficarão ainda mais robustas, com a conclusão de novos estudos científicos que o CTC, há alguns anos, empreende. A biotecnologia aplicada à cana certamente proporcionará saltos representativos em produtividade e na proteção dos canaviais contra a seca e doenças críticas, entre outros benefícios potenciais já conhecidos pelos pesquisadores.

A previsão destes é a de que, num período de cinco a dez anos, o mercado passe a contar com novas variedades. Na hora em que isso acontecer, veremos nascer uma nova era na produção de açúcar, etanol e energia. Obteremos maiores teores de sacarose para produzir açúcar, mais biomassa para sustentar a produção do etanol de celulose e mais fibra para a chamada “cana energia” – esta consiste numa ferramenta específica para a cogeração ou energia de biomassa.

Vale dizer, por fim, que, além de um dos mais representativos programas de melhoramento genético do mundo, a agroindústria canavieira deve aos pesquisadores do CTC o domínio do conhecimento nas áreas de tratos culturais e manejo agrícola.

O Programa Muda Sadia é digno de registro. Com ele, o produtor ou fornecedor de cana recebe orientações com vistas ao manejo correto e seguro de seu berçário de mudas. Ganha, assim, condições e recursos para plantar canaviais dotados de materiais de qualidade. Não há como não mencionar ainda o produto do CTC chamado Carta de Solos e Ambientes de Produção, que focaliza o máximo de eficiência nos ambientes de produção da cana-de-açúcar.

O centro de pesquisas também tem ajudado bastante a formar mão de obra e a capacitar profissionais que atuam em todos os departamentos das usinas – pela oferta de cursos presenciais e a distância que, nos últimos anos, atenderam a mais de 40 mil participantes. Em nome da Guarani, desejo sucesso aos acionistas e gestores do “novo CTC”.

Estamos convictos de que, com sua nova configuração empresarial – e a visão empreendedora de seus líderes –, o CTC permanecerá na vanguarda das transformações tecnológicas que fazem avançar a cadeia produtiva da cana-de-açúcar. Exatamente como acontece há mais de 40 anos.

Cumprimentamos a direção da revista Opiniões por sua iniciativa em homenagear o CTC - Centro de Tecnologia Canavieira, no momento em que a empresa parte para novos desafios. Desafios que são do setor sucroenergético e de todos os brasileiros.